Quando alguém abre um livro por aqui, é por conta própria, à margem do Brasil oficial. Significa que essa pessoa tem uma meta pessoal e está usando a cabeça
para perseguí-la.
Mentes que visitam
sábado, 29 de janeiro de 2011
Building Learning Communities in Cyberspace
sábado, 22 de janeiro de 2011
DICA CULTURAL - II (O mundo das aparências)
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The E-business (R)evolution
O livro The E-business (R)evolution é um completo manual e guia para qualquer planejamento de e-business efetuado por empresários e executivos da área. A obra de Daniel Amor inicia pela compreensão das seis fases do e-business que circulam desde o Oi, eu estou on-line até o Um mundo – um computador.
O leitor pode definir onde se encontra hoje e onde estará daqui alguns anos em termos de comércio eletrônico. Amor constrói casos para explicar o e-business e o e-commerce, ensinar a escolher as tecnologias certas, evitar as armadilhas legais do e-business e outros.
A abrangência do livro inclui:
Planejamento para e-business: sistemas de escritório, escolha de tecnologia, ISPs e arquitetura
Marketing que funciona: personalização, conteúdo, afiliados, localização, promoção, propaganda, dimensões e outros.
Construindo sites difíceis: como atrair e reter clientes
Pesquisa de equipamentos, agentes inteligentes e outros
Compras na Internet, obtenção de tecnologias de operações e as implicações empresariais do processo
O que você precisa saber sobre segurança na Web
Daniel Amor oferece perspicácia na significação de cada nova tecnologia de e-business, da aplicação de servidores da rede para XML e pesquisa para chat da Internet.
O autor também prevê a era da rápida penetração dos computadores, na qual tudo e todos estarão conectados e a análise das implicações deste fato para o mundo dos negócios. Qualquer que seja o seu papel no planejamento, desenvolvimento, e gerenciamento de soluções de e-business, o livro The E-Business (R)evolution é um recurso incomparável.
Autor:Daniel Amor
Interface Culture: How New Technology Transforms the Way We Create and Communicate
É raro encontrar livros sobre Internet que sejam tão convincentes, justos e criteriosos como Interface Culture – How New Technology Transforms the Way We Create and Communicate.
Enquanto Birkert e Negroponte giram em torno de fábulas de um só lado, que mais parecem diálogos de personagens em uma utopia ruim de ficção científica, Steven Johnson usa um intelecto afiado, aliado a técnicas de leitura de Nietzsche e Derrida para, desprovido de jargões desnecessários, mostrar como as relações com os computadores transformaram nossas vidas.
Em exemplos atualizados, Johnson apresenta um convincente caso a respeito das mudanças culturais, tão importantes quanto as transformações que acompanharam a ascensão da escrita ou a queda da igreja.
Autor: Steven Johnson
Online Investing
Com o livro Online Investing, de Jon D. Markman, combinado às ferramentas disponíveis na rede, você mesmo pode construir um modelo de investimento que funciona sem tornar-se uma obsessão numérica. Markman, colunista residente de investimentos na MSN Money Central, introduz sua fórmula de comércio anual, que leva vantagem sobre a volatilidade de mercado sem forçar negociações constantes. Para simplificar, você compra de três a dez ações por ano, baseado em cuidadosas projeções e, então, vai viver a sua vida.
O modelo de Markman tem funcionado, mas como ele mesmo diz, performance
do passado não é garantia para resultados no futuro. Aceitando o modelo ou não (e está tentando certamente), o livro é formado por um conjunto de técnicas que podem ser utilizadas para que você construa sua própria lista de documentos de valor – crescimentos, avaliações ou outras formas.
O autor utiliza exemplos da rede de computadores, mostrando onde encontrar notícias e informações que podem ser realmente usadas, e como usá-las de maneira racional e com uma cabeça clara. Então, se você insistir em comprar ações individuais durante o ano, Markman aponta como pesquisar idéias de investimentos e analisar uma operação on-line. Também aprenderá a usar as recomendações de analistas (você sabia que eles estavam errados sobre salários incorporados em 80% das vezes?)
No capítulo final, Jon Markman mostra como investir se você estiver disposto a gastar somente de 30 a 60 minutos por ano no processo; 30 minutos por mês; 30 minutos por semana; ou 30 minutos por dia. Não importa que tipo de investidor você é, pois os recursos da Internet podem torná-lo mais efetivo. E Online Investing auxilia a grande maioria dos interessados.
(Bill Camarda, editor)
Autor: Jon D. Markman
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
The elements of teaching
DICA CULTURAL - I (Reflexões multiplicadas em infinitos espelhos)
Reflexões multiplicadas em infinitos espelhos O Museu de Arte do Rio Grande do Sul segue com Henrique Fuhro até 27 de fevereiro de 2011, nas Pinacotecas do Museu. A exposição é uma realização do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, através da Secretaria de Estado da Cultura. A mostra conta com cerca de 100 obras selecionadas de Acervos de Instituições, familiares, amigos e de coleções particulares. Serão exibidas xilogravuras, litogravuras, desenhos e pinturas. A imagem refletida e a reflexão sobre a forma As imagens de Henrique Leo Fuhro são reflexões multiplicadas em infinitos espelhos paralelos imaginários. A imagem imaginada reflete a imagem e o brilho é intenso e, de alguma maneira, parece que tem um foco que se desloca permanentemente diante de nossos olhos. Certamente estes reflexos multiplicados são os reflexos de uma realidade. Mas não estamos seguros quanto à esta realidade e nos parece que as imagens são mais fortes e potentes do que o estímulo real inicial. Na verdade, não estamos diante do registro de um dado convencional do mundo. Aqui não se trata de mostrar o que já sabíamos, mas de tornar explícito uma imagem intuída. A intensidade do brilho destas imagens se dá na nossa percepção, pois nela, em sua natureza de Imagem pintada e desenhada não há senão um discreto tratamento. Observamos è a figuração de um conceito visual que se desvela. Estas imagens de Fuhro são formalizações de uma ampla percepção. Nelas, estão contidas a idéia do homem contemporâneo e de sua possibilidade introspectiva. E o homem assinalado como um desenho a lápis, o homem registrado como grafite, com a máscara da persona. Este grafite está situado num universo cromático espantosamente real e severo. E este contraste que torna explícita uma situação e nos demonstra a veracidade do estar no mundo. Uma cadeira, um ser estável, um desenho delicado e sugerido, uma organização cromática determinante. Relações entre o estar e o entorno. Os elementos do trabalho de Fuhro, uma das mais estupendas meditações sobre a questão do homem no mundo de hoje feitas na arte brasileira, são, como fulcro, os mesmos. O artista trabalha com o exterior e o interior, a objetividade social e a introspecção, o objeto e o reflexo. O homem mascarado é a imagem mais forte da nossa época. E o corredor da Fórmula Um e é o uniforme, a roupa esportiva do competidor, a roupa formal do executivo. Máscaras. Constantes gráficas na obra do artista. Ë possível detectar alguma ironia neste trabalho. Isto depende, talvez, do ponto de vista do observador. Mas o que é impossível não detectar é o prazer da realização, o encanto do ato de fazer, a absoluta integração entre o homem que faz e o objeto criado, entre o olho e a mão que realiza e a forma que se cria diante de nós. O fazer e o feito estão de tal maneira integrados que a emoção torna o expectador, por sua vez, parte integrante deste momento perceptivo. O fazer, a obra, o público. Um circuito fechado e, também aqui, uma imagem que se multiplica e constrói a sua própria realidade. Jacob Klintowitz, 1988 Tome nota Henrique Fuhro Visitação: até 27 de fevereiro de 2011 Local: Pinacotecas MARGS – Praça da Alfândega, s/n – Centro – Porto Alegre Funcionamento: de terça a domingo, das 10h às 19h. |
Fonte: MARGS |
Cidades hostis
Uma loja de discos que fecha suas portas no Rio, um cinema que faz o mesmo em São Paulo e sabe-se lá quantas livrarias brasileiras, principalmente as de pequeno porte, não estão correndo igual risco neste momento. Os espaços de convivência adulta e civilizada diminuem. Se podemos baixar discos, ver filmes no vídeo ou comprar livros pela internet, para que sair de casa, enfrentar o trânsito, lutar pelo estacionamento e roçar cotovelos com outros, ora veja, seres humanos?
O avanço da tecnologia parece nos conduzir à independência, à liberdade e à autossuficiência. Dito assim é bonito. Já não o será tanto se convertermos a frase à sua verdadeira essência -a de que tal avanço está nos condenando ao individualismo, ao egoísmo e à solidão. E não sei também se esse comodismo não denotará uma certa dose de covardia em relação à vida.
Você dirá que as cidades ficaram hostis, inseguras, impróprias para uso humano, e que bom que a tecnologia nos permite certos confortos. Eu diria que exatamente por isto deveríamos lutar pelas cidades -por cada cidadela de delicadeza que elas ainda comportem.
Um cinema que fecha é uma calçada, um pipoqueiro e uma fila a menos numa cidade. É mais um quarteirão sem luzes, sem movimento noturno e sem possibilidade de encontros, amigáveis ou amorosos. É um lugar a menos para flanar, para fazer hora, até para paquerar. E é também um cenário a menos para que os jovens descubram e troquem ideias sobre cultura, história, comportamento.
Não acho que os cinemas devam continuar abertos mesmo que às moscas. O que lamento é a perda dos ditos espaços de convivência nas cidades. Para cada cinema, loja de discos ou pequena livraria que sai de cena, um supermercado, banco ou farmácia toma o seu lugar, ocupa-o agressivamente e nos embrutece um pouco mais.
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Race for the World – Strategies to Build a Great Global Firm
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Managing in the New Economy
Blown to Bits: How the New Economics of Information Transforms Strategy
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Paulo Coelho tem livros censurados no Irã
Paulo Coelho afirmou nesta segunda-feira (10) em seu blog internacional que está sendo alvo de censura no Irã. O escritor pede o apoio do governo brasileiro para reverter a decisão do governo iraniano. A notícia é do G1.
Coelho divulgou um e-mail assinado por Arash Hejazi, editor de seus livros no país, que diz ter sido “informado (no domingo) que o Ministério da Cultura (…) no Irã baniu todos os seu livros, mesmo as versões não-autorizadas publicadas por outras editoras”. Hejazi diz ainda no e-mail que, segundo amigos, “nenhum livro que contenha o nome de Paulo Coelho terá mais autorização para ser publicado no Irã”.
Em seu post, o escritor brasileiro afirma que é publicado no Irã desde 1998 e que já vendeu 6 milhões de cópias no país até hoje. Segundo Coelho, a decisão de proibir seus livros no país “só pode ser um mal-entendido”.
Em declaração dada à Agência Brasil e divulgada no início desta tarde, a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, lamentou o episódio, mas disse que a “manifestação do governo brasileiro cabe ao Ministério das Relações Enteriores”. “Vou conversar agora com o ministro Patriota, para entender como o Ministério das Relações Exteriores está vendo isso e provavelmente eles vão se manifestar”, disse. “Pela cultura, só posso dizer que a censura é sempre lamentável”, completou a ministra, durante uma visita ao Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro.
Numa tentativa de driblar a censura, Coelho prometeu disponibilizar para download gratuito na internet versões de seus livros no idioma do Irã.
sábado, 8 de janeiro de 2011
InfoSense: Turning Information into Knowledge
The Intellect Industry: Profiting and Learning from Professional Services Firms
A indústria de serviços (que inclui Finanças, Marketing, Seguros, Movimentação bancária e Consultoria) está em crescimento rápido e é um setor altamente lucrativo nas economias avançadas. Esta área está começando a ser vista como uma importante fornecedora de lições para outras empresas sobre como administrar pessoas e bens intangíveis. Neste livro, Mark Scott fornece um olhar analítico sobre a indústria de serviços, explicando em detalhes como ela funciona e como o dinheiro pode ser gerado por meio de seus procedimentos. O livro analisa as seções lógicas consideradas úteis para todos os gestores, cobrindo estratégia, grandes cenários e aspectos operacionais e financeiros.
Autor: Mark Scott
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
The Innovator's Dilemma
O que o Honda Supercub, o processador 8088 da Intel e as escavadoras hidráulicas têm em comum? Todos são exemplos de tecnologias desordenadas que ajudaram a redefinir os cenários competitivos nos seus respectivos mercados. Estes produtos não surgiram como resultados do cumprimento de bem-sucedidas práticas de negócios nas companhias. No livro The Innovators Dilemma, o professor Clayton Christensen, da Harvard Business School, mostra como estes e outros produtos entraram em um mercado desenvolvido a partir de poucos recursos para deslocar produtos competidores de alta qualidade e suas tecnologias dominantes. O ponto central da obra está em como uma empresa de sucesso se mantém mesmo sendo pressionada por produtos novos, mais baratos e que, com o passar do tempo, serão aperfeiçoados, tornando-se uma séria ameaça. Christensen relata que, mesmo as empresas exemplos de gerenciamento, apesar da atenção dispensada com os clientes e do contínuo investimento em nova tecnologia, são suscetíveis a insucessos.
Autor: Clayton Christensen
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
New Rules for the New Economy
Existe o alarde e existe a Internet. O abrangente surgimento da World Wide Web e a idéia de uma economia de rede estabeleceram um novo recorde para o excesso em campanhas superaquecidas de marketing, artigos ofegantes em jornais e revistas e mercados financeiros instáveis. De seu pedestal de fundador e editor da revista Wired, Kevin Kelly tem sido há muito tempo um dos principais alardeadores da Nova Economia. Em New Rules for the New Economy, Kelly tenta encapsular as características dessa ordem econômica emergente, estabelecendo 10 regras de como o mundo conectado opera. O resultado é uma estonteante, e às vezes confusa, mas sempre instigante visão do comportamento das redes e seu efeito em nossas vidas econômicas. Na raiz dessa revolução de redes, está a comunicação. Como escreve Kelly:
A comunicação é a base da sociedade, de nossa cultura, de nossa humanidade, de nossa própria identidade individual, e de todos os sistemas econômicos. Eis o porquê de as redes serem tão importantes. A comunicação está tão próxima da cultura e da própria sociedade que os efeitos do uso de tecnologia vão além de um mero ciclo do setor industrial. A comunicação, e seus computadores aliados, é um caso especial na história econômica. Não por ser casualmente o principal setor de negócios da moda de nossos dias, mas por seus impactos culturais, tecnológicos e conceituais repercutirem na raiz de nossas vidas.
A genialidade de Kelly está em sintetizar grandes volumes de informação de formas únicas e interessantes. Sua habilidade de cunhar uma frase está refletida nos nomes que dá às suas 10 regras, que torna esse livro um prazer de ler. Algumas, por exemplo, são: Abrace a Multidão: O Poder da Descentralização (Regra 1); Nenhuma Harmonia, Tudo Corrente: À Procura do Desequilíbrio Sustentável (Regra 8); e Largue no Topo: Após o Sucesso, a Devolução (Regra 6). Algumas de suas idéias têm um tipo de não-aderência, que as torna evasivas e difíceis de avaliar. Mas tudo bem. Da mesma forma que outros previsores do futuro - como Alvin Toffler e John Naisbitt vêm à mente - o trabalho de Kelly é imaginar um mundo novo. Longe de ser um alarde, New Rules for the New Economy é leitura necessária a qualquer um que esteja pensando em negócios no futuro não tão distante.
Autor: Kevin Kelly
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Novos rumos para a nova economia
The Future and Its Enemies
Temos hoje mais riqueza, saúde, oportunidades e opções que em qualquer outro tempo da história, frutos da engenhosidade, curiosidade e perseverança humanas. Ainda assim, um coral de intelectuais e políticos lamentam ruidosamente nossas condições. A tecnologia, dizem eles, nos escraviza. Mudanças econômicas nos deixam inseguros. A cultura popular nos torna ásperos e brutos. O consumismo prejudica o ambiente. O futuro, dizem eles, está perigosamente fora do controle, e, a menos que tomemos as rédeas dessas forças de mudança e as controlemos de perto, corremos o risco de desastre.
Em O Futuro e Seus Inimigos, Virginia Postrel derruba esse mito, embarcando em uma ousada exploração de como o progresso realmente ocorre. Em áreas de atividades que variam da moda aos pesqueiros, do cinema à medicina, de lentes de contato aos computadores, Virgínia nos mostra como e por quê a tentativa e erro não planejado e em aberto - não a conformidade com uma visão central - é a chave do melhoramento humano. Assim, os verdadeiros inimigos do futuro da humanidade são aqueles que insistem em prever resultados com antecedência, contornando o processo de competição e experimentação em favor de seus próprios preconceitos e idéias pré-concebidas.
Postrel defende que essas visões conflitivas do progresso, e não a tradicional esquerda e direita, definem cada vez mais nosso debate político e cultural. De um lado, identifica uma coleção de estranhos parceiros: Pat Buchanan e Ralph Nader, ombro a ombro contra o comércio internacional; ativistas de direita e ambientalistas de esquerda opondo-se à imigração; tradicionalistas e tecnocratas denunciando Wal-Mart, biotecnologia, a Internet e assentamentos suburbanos. Alguns preferem um passado pré-industrial, enquanto outros visualizam um futuro burocraticamente projetado, mas todos partilham de uma devoção ao que ela chama stasis, uma sociedade uniforme e controlada, que muda somente com a permissão de uma autoridade central.
Do outro lado está uma coalizão emergente em favor do que Postrel chama dinamismo: uma sociedade em aberto, onde a criatividade e o empreendimento, operando sob regras previsíveis, geram o progresso de formas imprevisíveis. Os dinamistas estão unidos não por uma única agenda política, mas pelo apreço por complexos processos evolucionários, tais como a pesquisa científica, competição no mercado, desenvolvimento artístico e invenção tecnológica. Empreendedores e artistas, cientistas e teóricos legais, analistas culturais e programadores de computador, os dinamistas são, diz Postrel, o partido da vida.
O Futuro e Seus Inimigos é um vigoroso manifesto pela visão dinamista do mundo, bem como uma análise penetrante de como nossas crenças sobre conhecimento pessoal, natureza, virtude, e até mesmo a relação entre trabalho e diversão moldam a forma como tocamos nosso negócio, fazemos políticas públicas e procuramos pela verdade e pela beleza. Controversa e provocativa, a tese de Virginia Postrel anuncia uma mudança fundamental na forma como vermos a política, a cultura e a sociedade, enquanto encaramos um futuro desconhecido - portanto revigorante. Autor: Virginia Postrel
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O Olhar da Mente
Livro: O Olhar da Mente
Autor:Oliver Sacks
Artigo: Sacks mostra como mente "cria" mundo
Por Reinaldo José Lopes
Publicado originalmente no jornal Folha de S.Paulo
Autor de romances policiais, o canadense Howard Engel chegou a imaginar que estava sendo vítima de uma estranha conspiração ao tentar ler o jornal numa manhã de julho de 2001.
"Quando eu focalizava as letras, ora pareciam cirílico [alfabeto do russo e de outras línguas eslavas], ora coreano", contou Engel em carta ao neurologista e escritor britânico Oliver Sacks. Não era um plano maligno da KGB: Engel tivera um derrame numa pequena área do lado esquerdo do cérebro.
Anedotas como essa se juntam como as peças de um quebra-cabeças em O Olhar da Mente, livro de Sacks que acaba de chegar ao Brasil. A mensagem mais ampla é clara: não há nada de automático na maneira como achamos que vemos o mundo.
Histórias como as de Engel mostram que o conjunto olho-cérebro está menos para câmera digital e mais para simulador de realidade virtual, usando pistas às vezes enviesadas para construir um modelo do mundo na cabeça de cada pessoa.
Na entrevista abaixo, Sacks fala da relação entre ciência e literatura e diz que a interface entre cérebro e máquinas tem potencial para revolucionar o modo como os sentidos funcionam.
Folha - Como é que o sr. normalmente escolhe o fio condutor de um livro? O sr. começa com o tema na cabeça e depois busca relatos de pacientes que se encaixem na ideia, ou é o contrário?
Oliver Sacks - Depende muito de quem me contata, do que acontece no meu cotidiano. Acidentes desempenham um papel muito grande para um médico. As coisas não são nem de longe tão sistemáticas quanto o cotidiano de um cientista.
Por que ainda é raro ver livros sobre ciência serem reconhecidos como literatura?
Fico tentado a dizer que algumas pessoas naturalmente vão gostar mais desse tipo de obra do que outras. Não penso em mim mesmo como um homem de letras. O que tento é dizer as coisas com a maior clareza e maior naturalidade possíveis. Acho que é importante ler em voz alta. Quando escrevo, tento ouvir cada frase na minha cabeça, e acho que esse ouvido para o que se está escrevendo é crucial.
Os casos extremos que o sr. descreve ajudariam a mostrar que até as pessoas que chamamos de normais apenas usam seu cérebro para construir uma espécie de modelo do mundo, que nunca é a mesma coisa que o "mundo real" em si?
Em primeiro lugar, não penso em meus casos como extremos. Acho que eles apenas são os mais exemplares, digamos.
Quando falamos de coisas como o ato da leitura, ou a capacidade de reconhecer rostos, a tendência é considerar essas habilidades como algo natural. E as pessoas não têm a menor ideia de como essas coisas funcionam.
Isto é, a menos que você as analise. E ver pessoas cujas faculdades de reconhecimento foram esfaceladas faz, por exemplo, com que seja possível perceber que certa capacidade está associada a certa parte do cérebro.
Dessa maneira, você aprende que é possível saber o que a leitura ou o reconhecimento de rostos são em todas as demais pessoas. Ou seja: estudar um cérebro anormal lança muita luz sobre os cérebros normais.
Na última década, as pesquisas cujo objetivo é criar interfaces entre o cérebro humano e as máquinas avançaram muito. Qual o potencial dessas tecnologias para mudar a maneira como as pessoas percebem o mundo?
Conectar o cérebro a máquinas que possam se movimentar é muito empolgante para pessoas que ficaram paralisadas, pessoas que estão "trancadas" dentro do próprio cérebro por causa de alguma lesão e não possuem nenhum modo de se comunicar com o mundo exterior.
Na parte final do meu livro, abordo a chamada substituição sensorial, na qual uma câmera de vídeo é conectada a eletrodos implantados na língua do paciente.
Essa pessoa, então, é capaz de interpretar esses estímulos sensoriais na língua como uma percepção visual, mesmo que ela não enxergue. Isso não exige a implantação de eletrodos no cérebro. Mas nós vemos e ouvimos com nosso cérebro, e em breve vai ser possível -é algo que já foi conseguido em modelos animais- enxergar com essas interfaces.
E isso vai revolucionar a medicina. Autor: Oliver Sacks
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