Joan Miró (1883-1983) certa vez afirmou que seu trabalho consiste em “representar com imaginação o mundo das aparências”. Para ele, uma escultura poderia estar, perfeitamente, retratada através de uma gravura. E é isso que acontece na série Miró escultor, que fica até 11 de fevereiro no Café do Porto (Padre Chagas, 293).
São sete litografias (39,3cm x 20cm), todas assinadas e catalogadas, realizadas em 1974, na cidade de Barcelona. A série de imagens traz representações de sete locais e idiomas diferentes: Pérsia, Portugal, Itália, Japão, Suécia, Dinamarca e Inglaterra.
A mostra é fruto de uma parceria com a Galeria Antic & Modern, de Barcelona, fundada em 2009, por um porto-alegrense, Ricardo Zielinsky, que vive desde 2005 na Espanha. Zielinsky explica que teve contato com as obras do artista através de uma parceria com algumas importantes galerias da Espanha, muitas em que Joan Miró havia trabalhado pessoalmente. Posteriormente começou as parcerias diretas com as principais editoras e fundações de obra gráfica de Miró.
Cada peça exposta no local representa um país. “São sete países com seus idiomas que influenciaram de maneira diferente a obra de Miró”, afirma ele, completando: “A série, para alguns críticos, é uma forma de Miró protestar contra seu tempo de exílio da Espanha e também uma homenagem aos locais onde esteve e aos seus diferentes idiomas”, conclui.
Miró foi um artista único. Ele próprio afirmava que jamais desenhou ou pintou algo que não existia, se colocando como um artista figurativo e não como um artista abstrato. “Como na concepção de Miró, ele representava o mundo como o sentia, através de seus olhos e sua imaginação, o figurativo em sua obra tem um sentido diferente de qualquer outro artista desta vertente, pois é o figurativo visto desde sua concepção de mundo e com seus íntimos panos de fundo”, justifica Zielinsky.
Além de pintor e gravador, áreas onde obteve maior destaque, ele também atuou como escultor e ceramista e, no fim de sua vida, realizou algumas tapeçarias. Uma grave doença o levou a passar um longo período em Montroig, na Espanha, onde viveu no campo, e a paisagem da região foi uma das responsáveis pela influência na formação de sua linguagem plástica. Desde o início, o colorido intenso das pinturas o acompanhou, reduzindo, no final da vida, o uso de elementos como pontos, linhas, alguns símbolos e cor. Apesar de ser sempre um artista independente, ele “inicialmente teve influências expressionistas e cubistas. Depois, entrou em contato com o Dadaísmo e o Surrealismo. Daí evoluiu para a criação de uma obra mais ligada ao seu próprio eu, com certo distanciamento do real e uma forma e linguagem próprias”, explica Zielinsky.
As belas criações do artista catalão estão à venda no local, por R$ 3 mil, emoldurada, e R$ 2,5 mil, sem moldura, cada uma. O organizador da mostra explica que a proposta da Galeria Antic & Modern é realizar uma ponte artística entre Brasil e Espanha, principalmente, levando artistas de renome internacional e novos talentos para perto do público. “Queremos criar um conceito de arte para todos, sem fronteiras. Trabalhamos com artistas mundialmente conhecidos, como Salvador Dalí, Antoni Tapies, Pablo Picasso, Miles Aldridge, David Lachapelle, entre outros”, diz Zielinsky, que também mantém no espaço nomes gaúchos como Vasco Prado, Alice Bruegmann, Alice Soares, Eduardo Vieira da Cunha e Marina Haman. “A ideia é deixar evidente que a força e a suavidade podem andar de mãos dadas em perfeita harmonia”, comenta sobre as obras do artista.
Tome Nota
Exposição Miró escultor no Café do Porto (Padre Chagas, 293 - PoA)
Visitação acontece até 11 de fevereiro, de domingo a quarta, das 8h às 23h, e quinta a sábado, das 8h às 24h.
A entrada é franca.
Miró é fantásticoooooooooooooooo!!! AMEI. TE AMO PAPI, na próxima nós vamos né? beijokssss
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