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segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Como fugir das piores ciladas na carreira


Por Camila Pati, 

Conscientemente ninguém as busca, mas vira e mexe muitos profissionais se veem em situações que consideram verdadeiras ciladas de carreira. “Muito do que ocorre é por falta de vivência corporativa”, diz a coach Mariella Gallo.

E, segundo ela e o coach Homero Reis, comportamentos e atitudes inadequadas contribuem e muito para que muita gente caia em uma ou mais ciladas durante a vida profissional. Confira quais são, de acordo com os dois especialistas:

1. Confundir inocência e ingenuidade
“Inocente é quem não tem culpa, ingênuo é quem enxerga o mundo como a personagem da literatura Pollyana”, diz Reis citando o clássico da literatura infanto-juvenil de mesmo nome.

Ou seja, considerar apenas as vantagens e o lado bom de tudo, sem ponderar riscos e desvantagens pode leva-lo a cair em ciladas. “Quando você entra em uma relação sem saber que existe um lado negro está se metendo em uma cilada”, diz Reis.

Aceitar uma proposta de trabalho sem verificar desvantagens da movimentação, é um exemplo de uma cilada que decorre deste comportamento ingênuo, por exemplo. Dizer sim a um novo projeto sem verificar as implicações de aceitar esta nova responsabilidade é outra situação que pode acontecer quando só se leva em conta o lado cor-de-rosa .

2. Disponibilidade 24 horas
Estar sempre disponível para qualquer demanda que surja no escritório pode fazer com que você caia em uma armadilha. “Quando estou sempre disponível nunca me torno desejável”, lembra Reis.

Dizer sim sempre que pedem para alongar o expediente, nunca negar a participação em um projeto e acatar todo e qualquer pedido do chefe pode ser perigoso.

“Há pessoas que têm um perfil muito ligado à questão de querer ser incluído, de querer agradar, então acabam fazendo promessas demais e se atrapalham com o excesso, não conseguindo cumprir depois”, diz Mariella. Para ela, a habilidade de dizer não está também intimamente ligada à quantidade de promessas que uma pessoa faz.

3. Deixar de ser para transformar-se em um personagem
Quando a sinceridade e a franqueza desaparecem o cenário torna-se perfeito para que o profissional se veja em meio a uma cilada, e das piores. “Vender -se” como sendo algo que não é só para fisgar o recrutador é um exemplo claro disso.

Além das clássicas mentiras no currículo ou na entrevista de emprego, há também a questão da cultura da empresa. Muitas vezes para conquistar a oportunidade, profissionais optam por dizer que a cultura da empresa vai ao encontro do seu estilo de trabalho quando, na verdade, vai de encontro.

“Quando os valores e a cultura são diferentes, a relação de trabalho fica insustentável”, explica Mariella. Assim, é melhor pensar duas vezes antes de dizer que não tem problema em trabalhar sob pressão se o seu estilo não é compatível.

4. Ao invés de simples, você é simplório

Simplicidade e objetividade são, de fato, palavras de ordem no mundo corporativo. Mas não ser capaz de separar o que é simples do que é simplório pode resultar em problemas. “ Quem dá uma resposta simplória pode ser rápido e objetivo mas não tem ideia de qual vai ser a execução”, diz Reis.

Por exemplo, numa reunião o seu chefe apresenta um problema e você prontamente traz uma solução. “Vamos fazer isso”, diz o gestor animado pedindo para que você detalhe os planos de execução da sua ideia. Em silêncio, você se vê em uma cilada porque não havia pensado na questão prática. “E agora?”, você pensa.

5. Não saber romper sem abandonar
“É parte do desenvolvimento humano romper com estruturas velhas para criar novas mas não pode abandonar tudo”, diz Homero Reis. Quando um profissional cresce na carreira, naturalmente, rompe com seus estágios anteriores não deve abandonar tudo que aprendeu, segundo Homero.

Por exemplo, o fato de ter sido promovido a gerente pressupõe novas responsabilidades e atividades mas o profissional não deve se esquecer de tudo que aprendeu quando era analista, porque isso pode prejudicar a sua gestão e o desenvolvimento da equipe (de analistas).

6. Não saber delegar
O comportamento centralizador pode fazer com que, sobretudo, os chefes caiam em ciladas profissionais. “Muitas vezes, o profissional não delega tarefas e continua executando porque o que o levou ao sucesso foi justamente a sua capacidade técnica”, diz Mariella.

Mas, lembre-se que o desenvolvimento de pessoas é parte essencial do trabalho de gestão e que ao furtar-se de ensinar seus subordinados a realizar determinadas atividades você está caindo em uma armadilha, conforme explica Mariella. “No curto prazo há a questão de ficar com muita demanda, e no médio e longo prazo o problema é que o profissional não forma um sucessor e pode estancar a sua carreira”.

7. Não planejar
A bola nem quicou e você já rebateu. Mas se tivesse dominado a redonda veria um jogador livre na pequena área pronto pra fazer o gol. Faltou planejamento estratégico. A rapidez do toque não permitiu a análise do todo.

Da mesma forma que ocorre dentro de campo, em um jogo de futebol, o planejamento da execução é fundamental. “Ao sentar durante uma hora para fazer o planejamento, você ganha 3 horas, em média de execução”, diz Mariella.

8. Confundir autonomia com autossuficiência
“Enquanto a autossuficiência está ligada à prepotência e à incapacidade de pedir ajudar, a autonomia se cerca da humildade e da habilidade de solicitar auxílio”, diz Reis.

O profissional que se considera autossuficiente não trabalha em equipe já que se considera o dono da verdade e o arauto da eficiência e excelência. “E assim, ele acaba metendo os pés pelas mãos”, destaca Reis.

Conteúdo EXAME

13 atitudes que diferenciam bons líderes de chefes

















Por Luísa Melo, 

Liderança: especialistas dizem que existem práticas que podem ser adotadas para a formação de um bom líder

Ser chefe é fácil: basta mandar e amedrontar quem não estiver alinhado com suas ideias. Todos conhecem intuitivamente a diferença entre um chefe e um líder, desses capazes de pedir que você fique além do expediente para concluir uma tarefa e você... fica, por entender a importância do pedido e por se sentir estimulado a dar sua contribuição para determinado projeto.

É claro que há líderes natos, que sabem por intuição como se portar e como conduzir outras pessoas. Porém, especialistas consultados por EXAME.com dizem que é possível aprender a liderar por meio de práticas desenvolvidas ao longo do tempo. Veja 13 atitudes para se conseguir uma liderança estável:

1 - Ter consciência de que líder também erra

Uma das premissas do mundo dos negócios é que os maiores resultados provêm de grandes riscos. Assim, liderar uma empresa implica necessariamente em arriscar-se, ou seja, lidar com a possibilidade de não dar certo. O gerente do escritório da Michael Page no Rio de Janeiro, Marcelo Ceullar, diz que, para ter uma liderança estável, quem está no comando precisa ter a consciência de que em algum momento vai errar e deve estar pronto para tomar uma atitude quando isso acontecer. “É preciso se jogar no mar e estar disposto a engolir água. Se nadar só na piscina, não aprende a ser líder”.

2 - Ser empático

É consenso entre os especialistas que uma liderança estável depende de quanto o líder conhece as pessoas que ele lidera. E, para isso, ser empático é fundamental. “Ele precisa se colocar no lugar de pessoas que enfrentam o que ele não enfrenta. Não quer dizer que ele terá que concordar com tudo que o outro faz, ou ceder sempre, mas assim ele poderá argumentar”, diz Ceullar.

3 - Ter autoconhecimento

Para saber entender as necessidades do outro, é preciso conhecer bem a si mesmo. “O líder tem que ser consciente do profissional que ele é para poder executar ações que favoreçam a empresa”, diz a professora e coordenadora de gestão de pessoas da Fundação Dom Cabral, Clara Linhares.

4 - Estar atento às expectativas do grupo

“A liderança se caracteriza pela capacidade de superar as expectativas do grupo. Para conseguir isso, é preciso estar atento e saber reconhecer quais são essas expectativas”, diz o coach organizacional Homero Reis.

5 - Traduzir o discurso em atitudes

É o que o coach Homero Reis chama de “autoridade relacional”. Segundo ele, o líder tem por obrigação mostrar com atitudes aquilo que prega.

6 - Partilhar informações

Um time conduzido às cegas não dá resultados. Quanto mais os funcionários de uma empresa souberem o que acontece dentro dela, mais eficientes eles serão. É o que defende Mariella Gallo. “A sensação de exclusividade, de saber tudo, não é interessante para quem lidera. Quanto mais o líder delegar e compartilhar informações, mais respeitado ele será”. 

“As pessoas precisam saber para onde estão indo. O líder tem que compartilhar as informações que embasam suas decisões”, reforça o sócio da consultoria Atingire, Fernando Jucá.

7 - Estar em constante processo de aprendizagem

Líder parado no tempo não é líder. Quem está no comando precisa manter o grupo sempre alimentado de novidades, defende Reis. “É muito importante estar em uma educação continuada, demostrar que está sempre pesquisando, estudando e inovando”.

8 - Não tratar todo mundo igualmente

Um bom líder não é aquele que define uma maneira única de conduzir todas as pessoas. Ele precisa identificar quais são as necessidades de cada um e saber lidar com elas, para fazer a empresa crescer. “Um funcionário profissionalmente imaturo, inseguro, precisa que o líder transmita muita confiança, que o conduza. Já um profissional que é muito confiante no que faz precisa de liberdade”, exemplifica o professor de liderança da Business School São Paulo, Gilberto Guimarães. “Um líder que trata todo mundo igual é injusto”, reforça Ceullar.

9 - Fazer uma boa gestão do tempo

No mundo dos negócios, as mudanças ocorrem muito rapidamente e carregam um grau de informação enorme. De acordo com a coach Mariella Gallo, um líder eficiente precisa saber administrar essas mudanças, filtrar o que é importante e tomar atitudes. 

10 - Saber "definir o futuro"

Não se trata de adivinhação e sim de percepção. Um líder precisa tomar as decisões mais certas possíveis. Para isso, ele tem de estar atento aos sinais que indicam o que pode acontecer no futuro. “É fazer uma leitura do que está acontecendo agora para descobrir quais são as tendências. Se a meteorologia diz que vai haver um inverno rigoroso, significa que vou vender menos sorvete”, exemplifica Gilberto Guimarães.

11 - Ser humilde

Um bom líder reconhece a importância de cada pessoa. “O inverso disso é arrogância. O arrogante não escuta o outro e, por isso, comete muitos erros. Quem é arrogante é chefe, não é líder, porque só cria medo e não respeito, e o medo diminui a produtividade. Pessoas com medo são incapazes”, revela o professor Gilberto Guimarães.

12 - Preparar sucessores

Clara Linhares defende que líder eficiente é o que não tem medo de perder a função e nem as pessoas. “Ele precisa reconhecer na equipe quem poderão ser os seus sucessores. É uma tarefa muito difícil, mas cada vez mais necessária”.

13 - Ter uma “franqueza educada”

Muita gente confunde franqueza com falta de educação. Fernando Jucá defende que uma liderança precisa de “franqueza educada”. “É ir direto ao ponto, mas sem grosserias”.

Fonte: http://exame.abril.com.br/

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

A luta da MENTIRA CONTRA A VERDADE


RESGATE DA HISTÓRIA CONTADA SEM PAIXÕES, POR UM

ESTUDANTE DE BRASÍLIA

Palestra do Universitário Felipe Melo 

1964 E O GOVERNO MILITAR

Felipe de Oliveira Azevedo Melo

Caros leitores,
Ontem, participei do evento "1964 e o governo militar", promovido pelo grupo Imperii. Fui convidado para falar sobre o que sempre nos ensinaram a respeito do movimento cívico-militar de 1964 e dos governos militares subsequentes. Preparei um discurso para ser lido nessa conferência, mas acabei falando de improviso. Em todo caso, publico o texto aqui, na íntegra, acrescido de algumas imagens elucidativas.


Senhoras e senhores, boa noite.
Antes de começar propriamente a minha fala, gostaria de dizer que muito me honrou o convite para falar diante dos senhores nesta noite. Sendo eu ainda jovem e estudante universitário de uma instituição federal de ensino superior, a Universidade de Brasília, tenho de como é inusitada a minha 
presença neste pequeno evento. Não apenas inusitada, mas importante: ainda que simbólica, minha presença aqui ilustra que, apesar de todos os esforços envidados nas últimas décadas, ainda há aqueles que não se deixaram envenenar pelas mentiras perniciosas ensinadas diuturnamente como verdades incontestáveis.

"A história é escrita pelos vencedores." Essa frase é reputada como sido urdida por George Orwell, que, além de ter sido um dos maiores escritores do século XX, foi um homem que, com agudeza e talento, descortinou o pesadelo distópico materializado pela União Soviética. O que vemos hoje, senhoras e senhores, é justamente o oposto: aqueles que outrora foram derrotados hoje se valem de sua autoridade oficial para, covardemente, mutilar a história nacional e aviltar a honra daqueles que - parafraseando Churchill -ofereceram labuta, sangue, suor e lágrimas para impedir que o pesadelo orwelliano se concretizasse no Brasil.


O que corre nos meios acadêmicos de hoje a respeito desse período de nossa história é, como sói acontecer nos tempos escarninhos em que vivemos, a versão dos derrotados. São eles, efetivamente, os responsáveis pela construção desse período tão crucial e conturbado da história da nação brasileira. Emílio Garrastazu Médici , um dos maiores presidentes que o País jamais teve(?), é um nome capaz de provocar arroubos de ódio irracional e primitivo tal qual a figura de Emmanuel Goldstein incitava os chamados "dois minutos de ódio" na obra 1984, de Orwell. Leônidas Pires Gonçalves, Carlos Alberto Brilhante Ustra, Newton Araújo de Oliveira e Cruz, Golbery do Couto e Silva, Sebastião Rodrigues de Moura, todos esses nomes são, hoje, sinônimos de opróbrio, de tortura, de mentira e de morte.


Em contrapartida, Carlos Marighella, Carlos Lamarca, Miguel Arraes, Leonel de Moura Brizola, Apolônio de Carvalho, Luís Carlos Prestes,Astrojildo Pereira, todos esses homens são saudados como heróis da pátria, guerreiros da liberdade, cavaleiros da esperança - título, inclusive, de uma biografia de Prestes escrita por Jorge Amado.
No entanto, há alguns outros nomes que são convenientemente esquecidos,nomes que foram legados ao oblívio por, de alguma forma, ameaçarem toda a 
beleza meticulosamente construída do discurso da esquerda. São nomes de pessoas que provaram na própria pele - e, muitas vezes, às custas da própria vida - o amargo sabor do governo que se tentava, à força, instalar-se no País. 


Pessoas como o jornalista Edson Régis de Carvalho e o almirante Nelson Gomes Fernandes, vítimas do vergonhoso atentado promovido pelo grupo Ação Popular no Aeroporto Internacional de Guararapes, em Recife, no dia 25 de julho de 1966; o jovem soldado Mário Kozel Filho, cujo corpo foi destroçado por uma bomba durante o assalto ao Quartel-General do II Exército no dia 26 de junho de 1968, ação essa promovida pela Vanguarda Popular Revolucionária, chefiada por Carlos Lamarca; o lavrador fluminense Edmundo Janot, assassinado brutalmente a tiros, foiçadas e facadas no dia 11 de janeiro de 1969; o primeiro-tenente Alberto Mendes Júnior, que, num ato ímpar de coragem, ofereceu a si mesmo como refém de Lamarca para salvar seus companheiros de corporação, e que, de maneira ultrajante, foi executado a coronhadas de fuzil no dia 10 de maio de 1970. Estas, senhoras e senhores, são algumas das centenas de vítimas que a subversão imolou em suas ações criminosas, ações que, não podemos nos cansar de repetir, visavam à instauração de uma ditadura comunista no Brasil.
Eu já fui um estudante cuja mente estava dominada pela lógica macabra que enxerga num regime socialista um exemplo de verdadeira democracia. Boa parte da minha infância foi passada em reuniões do sindicato dos professores e do Partido dos Trabalhadores. Lembro-me de que, por volta dos dez anos de idade, minha mãe me deu uma cópia do Manifesto Comunista. Ela, professora, filiou-se ao PT após o racha do Partido Comunista Brasileiro, que deu origem ao Partido Popular Socialista. Leonardo Boff, Frei Betto, Paulo Freire, Lula, todos esses nomes eram sagrados em minha casa. Aprendi a verdadeiramente venerá-los. Nas campanhas eleitorais, vestia meu uniforme de militante-mirim - camisa com a foto do Lula, bandeira vermelha e boné do partido - para participar dos comícios, carreatas e afins. No ensino médio, com a ajuda sempre prestimosa e dedicada dos professores de ciências humanas, especialmente História e Geografia, comecei a minha militância política de fato. Lembro-me bem das vezes em que participei de protestos contra o governo "neoliberal" de FHC: fiz barricadas, agitei bandeiras, gritei palavras de ordem e enfrentei a polícia. Era, em suma, um espécime bastante jovem da manada de idiotas úteis que é manejada todos os dias pela esquerda.


Quando comecei minha graduação em Direito, em 2002, fui convidado por um colega de classe a participar de uma reunião do grupo O Trabalho, uma tendência trotskista do PT. Pouco depois, filiei-me ao partido e ingressei nas profundezas do pensamento comunista. Marx era nosso Messias, tínhamos por apóstolos nomes como Lênin, Trotsky, Gramsci, Lukács, Althusser e toda a Escola de Frankfurt. O processo de lavagem cerebral pelo qual passei faria Pavlov ficar aterrorizado diante de tanta eficiência. 



Devido a minhas aptidões intelectuais e comunicativas, comecei a me transformar em um dos ideólogos do grupo: pesquisava a fundo a literatura socialista, contrapunha seus postulados com a realidade concreta e, invertendo completamente a ordem natural do pensamento humano, mutilava o mundo em que vivia para que se encaixasse com perfeição nas teorias que havia elegido como axiomas sagrados. Paradoxalmente, foi essa a minha salvação.

Por volta dos 19 anos, comecei a notar que havia alguma coisa muito errada em tudo aquilo. De alguma forma, algo não se encaixava, e uma sensação de desconforto instalou-se bem no fundo de minha alma. Ao contrário do que 
esperava, essa sensação começou a crescer, a se avolumar. Entrei no que se pode chamar de dissonância cognitiva. Todo aquele imenso e intrincado castelo ideológico começou a tremer e, após um estalo - que, confesso, até hoje não sei qual foi -, desabou todo em cima de mim. No entanto, consegui esgueirar-me para fora dos escombros. Afastei-me de toda e qualquer questão político-ideológica por um bom tempo. Precisava curar as feridas deixadas por aquele desabamento mental e digerir, de alguma forma, a sensação de orfandade intelectual que se seguiu a todo esse processo.

Foi esse sentimento, esse sentir-se órfão, que me levou a procurar alternativas que condissessem com os valores que realmente me eram mais caros. Por incrível que possa parecer, ter ingressado na Universidade de Brasília me ajudou bastante nesse sentido. Ter um ponto de partida não foi difícil: bastava buscar conhecer aqueles autores que eram demonizados pela esquerda. Foi assim que soube da existência do filósofo Olavo de Carvalho, e, a partir dele, comecei a ingressar em outro mundo. Posso dizer, sem receio de parecer exagerado, que o professor Olavo representou minha salvação intelectual. Todo um universo de alta intelectualidade, tanto filosófica e quanto política, se abriu para mim a partir daí. Encontrei outras pessoas na universidade que conheciam esses mesmos autores, e, tendo contato constante com elas, pude orientar melhor meu pensamento e estudar a fundo todas as questões que me incomodavam.


Todavia, tenho ciência de que sou representante de uma minguada exceção. Eu tive a audácia de questionar os cânones ideológicos que me empurravam goela abaixo, e não sei se posso afirmar que tive algum mérito nisso. Decerto, eu tive ganas de pesquisar, de ler, de saber, de descortinar todas aquelas verdades que foram deliberadamente mantidas bem longe de mim em meus anos escolares. Foi preciso um grande esforço e um considerável trabalho de garimpagem, pois a escumalha marxista, não contente em gozar de inconteste hegemonia no ambiente educacional brasileiro, trabalha incessantemente para manter a verdade sobre os fatos escondida sob toneladas de escombros de propaganda. São poucos, entretanto, os que pesquisam e buscam, por conta 
própria, conhecer essa época. Contentam-se com os enlatados de sabor doce e efeitos perniciosos que lhes oferecem todos os dias, e acabam tornando-se idiotas úteis devidamente adestrados.

Na academia brasileira, onde há décadas o establishment socialista fez sua  morada, a Verdade - com vê maiúsculo, essência do saber - de nada vale: o que vale unicamente são as verdades advindas da ortodoxia gramsciana, aquelas "verdades", com muitas aspas, que não passam de instrumentalização ideológica de discursos carentes de rigor científico e quaisquer valores humanos. Na Universidade de Brasília, faz parte do nosso cotidiano encontrar um sem-número de cartazes doutrinários espalhados pelos murais e pelas paredes dos prédios: enquanto uns exaltam o mau exemplo daqueles que deram suas vidas para mutilar própria pátria, outros exigem, peremptória e instantemente, punição para aqueles que, ao contrário, deram suas vidas por seu povo, por sua gente, pelas gerações que já se foram e por aquelas que ainda viriam. 



Quando alguém ousa contestar essa campanha torpe, eivada de mentiras e de um asqueroso ranço bolchevique, tenta-se calar sua voz todo custo. Particularmente, já fui inúmeras vezes criticado, ameaçado e censurado, tanto por estudantes profissionais quanto por professores, por contestar essa unanimidade estupidificante que impera na universidade. Se eu ganhasse um real cada vez que me chamassem de "fascista", "reacionário", "autoritário" e que tais, certamente não estaria falando a vocês nesta noite, mas aproveitando umas boas férias em algum paraíso caribenho, ou talvez conhecendo a Europa. No mais das vezes, essas agressões não passaram de verborragia primitiva de seres incapazes de articular argumentos, mas ela quase chegou às vias da agressão física - e dentro da Universidade de Brasília, uma instituição de ensino cujo respeito à pluralidade seu magnífico reitor atesta, com docilidade dominicana, ante qualquer evidência de intolerância. No entanto, recuso-me a recuar diante de meus detratores.

Eles não são apenas meus inimigos: eles são inimigos da Pátria, da Verdade e da Justiça. E é por amor a elas que eu me mantenho firme. Por falar em verdade, gostaria de rememorar dois fatos ocorridos durante o governo militar. No ano de 1968, Miguel Arraes - fundador do Partido Socialista Brasileiro (PSB) e avô do atual governador de Pernambuco, Eduardo Campos - fundou o Movimento Popular de Libertação (MPL). O objetivo do MPL era criar uma única frente socialista no Brasil,unificando todas as organizações atuantes no País. De acordo com o Projeto Orvil, "o MPL estabeleceu ligações com o PCB, AP, ALN e com os padres dominicanos de São Paulo. Através das facilidades oferecidas para que as organizações subversivas enviassem seus militantes a Cuba, o movimento estabeleceu vínculos com várias delas, entre as quais o PCBR e o COLINA." Diante do fortalecimento do combate à subversão, proporcionado pelo AI-5, o projeto de Arraes foi dificultado em grande medida. Residindo na Argélia desde 1965, Miguel Arraes, seguindo a cartilha leninista com devoção, começou a trabalhar na criação de uma frente de agitprop que, a um só tempo, manchasse a reputação do governo brasileiro no exterior (sobretudo através de denúncias de tortura e outras agressões aos direitos humanos) e arrebanhasse a simpatia e o apoio internacional para as organizações terroristas brasileiras. 



Assim sendo, "em outubro de 1969, tomou a iniciativa, juntamente com o ex-deputado Márcio Moreira Alves, o padre Almery Bezerra e Everardo Norões, de criar, em Paris, a Frente Brasileira de Informações (FBI)", conforme relata o Projeto Orvil.

Prossegue o documento:
"A criação da FBI ocorrera sem grande publicidade. Havia a necessidade da  realização de uma solenidade de impacto que ajudasse à promoção da entidade. No dia 15 de janeiro de 1970, ocorreu no grande Salão de Mutualité, em Paris, a Reunião de Solidariedade com o Povo Brasileiro, prestigiada por personalidades da esquerda mundial e transformada no marco do nascimento da FBI ou Front".
Tendo ao fundo um grande mural com a fotografia do finado Carlos Marighela, George Casalis - professor da Faculdade de Teologia Protestante de Paris - presidiu a cerimônia, com a participação de uma mesa diretora composta pelo advogado Jean Jacques de Félice, Blanquart, Miguel Arraes, Jean Paul Sartre, Michel de Certau - padre jesuíta, redator da revista NotreCombat, professor do Centro Experimental Universitário de Vincennes -, Pierre Jalée - presidente do Comitê de Defesa da revista Tricontinental, e autor de diversas obras sobre a economia do Terceiro Mundo -, Jan Talpe - físico belga, ex-professor da USP, expulso do Brasil por envolvimento com a ALN -, Luigi Maccario - secretário-geral da Federação Italiana de Metalúrgicos - e M. Ghisenti. 

Essas presenças, por si só, davam aos espíritos menos desatentos, a nítida orientação ideológica da solenidade.
[...]


Os organizadores do encontro propuseram, ao final da reunião, uma Campanha Contra a Repressão Política na América Latina - típica das organizações de frente comunistas -, visando a: apoiar as forças de libertação que lutam no Brasil e em toda a América Latina; fazer com que todos os franceses tomem conhecimento e comunguem com os interesses dos povos latino-americanos; e informar, suscitar reuniões públicas e estudar de maneira profunda as relações da Europa e da América Latina, descobrindo meios de ação e de pressão. A programação da campanha foi articulada em Paris, tendo como principais articuladores Miguel Arraes, Almino Afonso, Jean Paul Sartre e Waldech Rochet, secretário-geral do Partido Comunista Francês".


Quando se trata do combate imposto aos subversivos durante o governo militar, o mais comum é que se refira a eles como um punhado de jovens idealistas, sonhadores e de bom coração, cujo único interesse era fazer do Brasil um lugar melhor. Também se refere a eles como amadores, que não contavam com nenhum recurso além de sua boa vontade e sua paixão pela liberdade. Nada poderia ser mais falso. Tratava-se, efetivamente, de uma rede internacional muito bem organizada, financiada por governos socialistas e treinada pelas mais eficientes e temíveis polícias secretas comunistas.


O segundo fato que quero relembrar ocorreu durante o governo do general Médici: a sucessão de tentativas mal sucedidas de seqüestro de Curtis Cutter, cônsul norte-americano em Porto Alegre, em 1970. Após uma coleção de erros de operação - na terceira e última tentativa infrutífera de seqüestro, o cônsul saiu ferido com um tiro na omoplata -, a atenção das autoridades foi atraída para o grupo de terroristas da VPR que planejaram a ação. Por ocasião de sua prisão, apreendeu-se, dentre outras coisas, uma minuta de comunicado da VPR que seria divulgada à imprensa. Assim dizia o comunicado:
"O cônsul norte-americano em Porto Alegre, Curtis Cutter, foi seqüestrado às tais horas do dia tal de março pelo Comando "Carlos Marighella" da Vanguarda Popular Revolucionária. Esse indivíduo, ao ser interrogado, confessou suas ligações com a CIA, Agência Central de Inteligência, órgão de espionagem internacional dos Estados Unidos e revelou vários dados sobre a atuação da CIA no território nacional e sobre as relações dessa agência com os órgãos de repressão da ditadura militar. Ficamos sabendo, entre outras coisas, que a CIA trabalha em estreita ligação com o CENIMAR, fornecendo inclusive orientação a esse último órgão, sobre os métodos de tortura mais eficazes a serem aplicados nos prisioneiros. A CIA e o CENIMAR sofrem a concorrência do SNI, sendo que essa rivalidade é tão acentuada que em certa data um agente da CIA foi assassinado na Guanabara por elementos do SNI. Esse informe foi cuidadosamente  abafado pela ditadura, mas o depoimento do Agente Cutter, nosso atual prisioneiro, permitiu que o trouxéssemos a público".


Como é possível que, em jamais tendo conseguido abduzir o cônsul, os  subversivos soubessem dessas informações tão "sensíveis" sobre o funcionamento interno do aparato de segurança do Estado? Essa é uma evidência incontestável do recorrente uso da mentira como método de ação sistemático por parte dos subversivos brasileiros, que, tanto dentro quanto fora do País, espalhavam suas invencionices visando ao constrangimento público do governo brasileiro e a angariar apoio para o movimento revolucionário marxista. Mesmo diante dessa evidência, mentiras como essas não são apenas tidas como fatos verídicos e ensinadas nos meios educacionais, mas servem de base hoje para a instauração de verdadeiros tribunais de exceção, como a infame Comissão da Verdade, e para processos judiciais que ferem todos os ditames da justiça. 


O estado de guerra cultural em que vivemos é cruento. A cada instante, nos mais variados momentos, vemos o esforço meticuloso, deliberado, com que a esquerda se utiliza da universidade para promover a sua engenharia social. A partir do momento em que a Verdade foi reduzida a uma questão de ponto de vista, à escolha e à defesa de discursos (como preconizou, sobretudo, o venerado Michel Foucault), tudo se tornou permitido - exceto, claro, qualquer coisa que lembrasse vagamente tradição, ordem e todo esse "arcaísmo conservador". Assumir uma clara postura em defesa da vida - por exemplo, ao atacar os esforços que testemunhamos para legalizar o aborto e as drogas - pode resultar em ostracismo e perseguição sistemática. Para a maioria dos estudantes universitários que se defrontam com um ambiente tão hostil, a atitude normal é calar-se e, aos trancos e barrancos, levar a termo a graduação o mais rápido possível. Isso não acontece sempre de maneira tranqüila: muitos acabam sendo cooptados pelas ideologias da moda e, como eu, transformam-se em idiotas úteis, verdadeiras buchas-de-canhão.


Os esforços envidados pelos derrotados de outrora para reescrever a nossa história e praticar, sem amarras, seu abjeto revanchismo, estão multiplicando-se num ritmo alarmante. Mais uma vez, recorro a Orwell: "Quem controla o passado, controla o futuro; quem controla o presente, controla o passado." É por isso, senhoras e senhores, que o nosso encontro neste 31 de março é tão importante. Ele é importante no sentido de que nos lembremos sempre de que aqueles que controlam o presente estão mutilando o nosso passado, e que é através da deturpação da memória nacional que moldarão um futuro funesto para as gerações vindouras. Ele é importante para lembrarmos os valores que nos são caros, valores sobre os quais nossa sociedade e nossa civilização foram erguidas: honra, integridade, coragem, honestidade, decência e lealdade.


O que devemos fazer para reverter essa situação? O general Leônidas Pires Gonçalves, em suas entrevistas, sempre nos lembra que "o soldado é o cidadão uniformizado para o exercício cívico da violência". Repito: estamos em guerra, e, nessa guerra, todos somos soldados. No entanto, devemos ser soldados da Verdade. Façamos da coragem, da honestidade e da isenção as nossas armas. Não há receita pronta para vencermos os novos combates que ora travamos. Imprescindível é que não esmoreçamos, que mantenhamos a guarda erguida, que lutemos incansavelmente em nome de todos os valiosos alicerces da nossa nação, alicerces por cuja defesa tantos homens deram suas vidas. A violência que devemos exercer é a violência dos fatos contra os delírios; esmagar a serpente do logro, da injúria e da deturpação com as solas de nossas botas. Nossas trincheiras não devem ser as trincheiras convencionais, mas aquelas em que o inimigo age: as escolas, as universidades, os meios de comunicação, o mercado editorial... Hoje, urge que olhemos para o passado, nós, que estamos sob a guarida da Verdade, e arranquemos dele as forças para enfrentar nossos inimigos no presente. Só assim será possível garantir um futuro menos tenebroso para nossos filhos, netos e bisnetos.


Muito obrigado

Você pode enganar pessoas todo o tempo. 

Você pode também enganar todas as pessoas algum tempo. 
Mas você não pode enganar todas as pessoas o tempo todo." 
(Abraham Lincoln)

A PALESTRA do universitário Felipe de Oliveira Azevedo Melo.
É uma aula que precisa ser LIDA E REPASSADA. 
É a luta da MENTIRA CONTRA A VERDADE.
EM FRENTE AMIGO. 
AJUDE O BRASIL E A "COMISSÃO DA VERDADE".

REPASSE, AMIGO(A)!


quarta-feira, 21 de agosto de 2013

As 4 nobres Verdades da ECONOMIA

(MILTON FRIEDMAN)

Quando compro algo com meu dinheiro para mim, atento para o valor e a qualidade.

Quando compro algo com meu dinheiro para outro, atento para o valor não para a qualidade.

Quando compro algo com o dinheiro alheio para mim, atento para a qualidade não para o valor.

Quando compro algo para outro com dinheiro de outro não atento nem para o valor nem para a qualidade –

Eis porque o governo é um mau gestor do dinheiro publico! Pior ainda quando administra empresas publicas.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Os 10 erros cometidos pelos líderes

Muito do que é escrito hoje sobre a liderança foca no que líderes de alto nível devem fazer, o que é certamente benéfico do ponto de vista teórico e aspiracional. Mas o que realmente preocupa os líderes no dia-a-dia são os seus próprios erros. Eles erram, mas não por serem pessoas más, mas porque, frequentemente, se atrapalham devido à falta de conhecimento, maus hábitos ou muito estresse.
Os erros mais comuns - e, não coincidentemente, os mais danosos - acontecem por causa de interações pessoais equivocadas. Seguem 10 erros que líderes cometem com as pessoas que tenho observado e que, certamente, você também:
1. Não dedicar tempo suficiente para criar laços com as pessoas. Um líder que não está humanamente interessado nas pessoas já começa com o pé errado. Um líder conceitualmente interessado nos outros, mas que não dedica tempo para criar laços com elas, tende a não ter sucesso em suas relações - seja com empregados, colegas, clientes ou acionistas. Um laço é uma profunda ligação emocional, diferente de simplesmente gostar de alguém. Na verdade, você não tem que gostar da pessoa para se relacionar com ela, mas tem de conhecê-la e entender o que a motiva. Isso leva tempo e vai além do simples trabalho diário.
2. Ser indisponível e inacessível. De fato, líderes precisam delegar tarefas. No entanto, delegar não significa se distanciar emocionalmente. Líderes que atribuem tarefas e se desligam completamente do projeto acabam abandonando sua equipe. A boa atribuição de tarefa depende de acessibilidade e conexão contínua. Você pode manter um tipo de ligação ao sinalizar que está disponível, o que não significa que atenderá imediatamente todas as solicitações. Você deve criar canais de comunicação e explicar as pessoas como usá-los.
3. Não focar no desenvolvimento de talentos. Frequentemente, os líderes focam exclusivamente na realização dos objetivos da empresa e acabam negligenciando a necessidade inerente do ser humano de aprender. As pessoas querem expandir suas habilidades e competências ao fazer seu trabalho. Entenda que a aprendizagem é fundamental para atingir resultados. Quando você prioriza o aprendizado, você se torna um grande líder, que sabe detectar e desenvolver talentos escondidos nas pessoas. Ou seja, você se transforma também em um caçador de talentos.
4. Não dar feedback sobre o desempenho. As pessoas têm alto desempenho apenas quando se deparam com sua eficácia. Líderes muitas vezes ignoram essa necessidade e assim as privam de seus futuros. Um feedback honesto pode machucar, mas os grandes líderes sabem como relevar e transformar essa dor de tal forma que as pessoas acabam agradecendo, e pedindo mais! Pessoas talentosas - aquelas que querem aprender - preferem "tomar tapas na cara com a verdade do que serem beijadas na bochecha com uma mentira". Desenvolva sua capacidade de falar a verdade doa a quem doer e, assim, possibilitará um melhor desempenho.
5. Não considerar as emoções. As emoções mais fortes estão relacionadas à perda, decepção, fracasso e separação. Na verdade, pesquisas indicam claramente que a perda, e até mesmo o medo antecipado da perda, influenciam o comportamento das pessoas muito mais do que potenciais benefícios e recompensas. Líderes que ignoram as emoções da perda e decepção cometem um erro gravíssimo, que acaba reduzindo em muito o engajamento dos funcionários. Você pode melhorar muita coisa simplesmente ao se conscientizar destas emoções e demonstrar verdadeiro interesse nas experiências pessoais do indivíduo.
6. Administrar conflitos ineficazmente. Conflitos não abordados impedem a cooperação e alinhamento em torno de objetivos comuns. A tensão, emoções negativas e a polarização se acumulam. Os conflitos tornam-se "bichos mortos debaixo da mesa": mesmo com todos agindo como se o bicho não estivesse lá, o cheiro permeia todo o ambiente. Cabe a você, como líder, colocar expor o corpo e enterrá-lo da maneira correta, resolvendo o conflito. Sua recompensa: ¬ um ambiente prazeroso e que pode desenvolver equipes melhores e mais fortes.
7. Não conduzir a mudança. Sem mudança, nossas organizações, como todos os organismos vivos, perdem vigor e, por fim, morrem. Líderes que não impulsionam a mudança colocam suas empresas em sério risco. Explique os benefícios que as mudanças trarão e saiba que as pessoas não resistem à mudança naturalmente; elas resistem ao medo do desconhecido ou à dor que a transição pode trazer. Seu papel é ser uma base segura, que transmite uma sensação de segurança, estímulo e energia. Em outras palavras, você tem de se importar o suficiente para incentivar a ousadia. Isto é fundamental.
8. Não incentivar os outros a assumirem riscos. Por natureza, o cérebro humano age na defensiva e é avesso ao risco. No entanto, com a prática, intenção e - mais importante - com modelos positivos, as pessoas podem adaptar sua mente para abraçar os riscos. Muitos líderes incentivam seus funcionários a permanecerem na área de conforto, ou, como costumo dizer, "jogar para não perder". Mas os melhores líderes criam confiança suficiente para que os outros se sintam seguros e apoiados para assumirem riscos e "jogar para ganhar". Esta é uma forma ativa e positiva de se comportar, que promove a mudança e realização.
9. Motivação mal-entendida. A maioria das pessoas é movida por "motivadores intrínsecos": desafios, aprender algo novo, fazer uma diferença importante ou desenvolver um talento. Muitos líderes não aproveitam esse sistema de orientação interna, focando em "motivadores extrínsecos" - como bônus, promoções, dinheiro e recompensas artificiais. Claro, você tem de pagar as pessoas de forma justa, porém, tenha em mente que tais motivadores externos distorcem o sistema de motivação interna. Você será um líder melhor quando inspirar as pessoas e passar a entender o que realmente desejam atingir em termos de crescimento e contribuição.
10. Administrar atividades em vez de liderar as pessoas. As pessoas odeiam quando são tratadas como peças de uma engrenagem. No entanto, o gerenciamento se baseia no controle, administração e planejamento de atividades e, portanto, de pessoas. A liderança, por outro lado, envolve inspirar, incentivar e tirar o melhor das pessoas ao criar confiança e incentivar o risco positivo. Para ser um líder e não apenas um gerente, você precisa pensar nas pessoas como pessoas. Isso leva tempo e dedicação, e nos remete aos fundamentos da criação de laços - o erro número um.
Geoarge Kohlrieser é professor de Liderança e Comportamento Organizacional do International Institute Management Development (IMD).

sábado, 17 de agosto de 2013

10 principais erros do marketing de conteúdo




Por Eric Santos

Conteúdo é tudo no marketing digital, mas alguns erros são muito frequentes. Confira os principais.
Falar que “conteúdo é rei” no marketing digital já virou clichê, mas não deixa de ser verdadeiro. Não há nada mais poderoso para uma empresa atrair, converter e reter clientes. Não à toa que um dos meus primeiros textos aqui foi sobre como ter um blog para gerar resultados.

No meu convívio diário, vejo muitas empresas que já compraram essa ideia, mas acabam implementando errado e se frustram por não conseguir os resultados prometidos.
Compilei aqui os 10 principais erros que são cometidos com frequência. Se sua empresa faz um ou mais desses, ainda dá tempo de corrigir!

1. Não ter uma persona clara. Ter uma ideia muito clara do público-alvo e suas características é o ponto de partida básico. Há empresas que levam isso tão a sério que chegam a criar bonecos representando os seus clientes.

2. Ter todo o conteúdo somente sobre a própria empresa. Não adianta ter blog ou newsletter se tudo o que é publicado são fotos da última festa, anúncios de contratação ou aquisição de novo cliente. Esse tipo de conteúdo não pode passar de 10% do total.

3. Não ensinar. Esse seria o antídoto para o problema acima. Pense sempre em ensinar ao visitante algo sobre o tema do seu negócio, algo que ajude-o a resolver seus problemas reais. 

4. Escrever “bonito”. Muitos se empolgam com o papel de autor e tentam transformar seus textos em obras poéticas, cheio de metáforas e com linguajar rebuscado. Conteúdos eficientes são o oposto disso: curtos, objetivos e com recomendações práticas. 

5. Ser técnico demais. O objetivo de um blog não é impressionar os experts da sua área com textos que mais parecem artigos científicos. É preciso mastigar seu conhecimento e transformá-lo em conceitos simples de se assimilar.

6. Ser raso demais. Esse é o caso oposto. O conteúdo é tão raso que não transmite autoridade e não agrega nada. Geralmente, é um problema quando se terceiriza a produção para outras empresas ou estagiários inexperientes.

7. Não ter consistência. Assim como uma revista ou jornal, o conteúdo de uma empresa precisa ter consistência de formato e principalmente periodicidade, que é onde as empresas mais escorregam. Também é preciso ter paciência pois os resultados não vêm da noite para o dia.

8. Não ter conteúdo para os diferentes estágios de compra. Conteúdo educativo é fundamental, mas também é importante dar informações para prospects que estão mais avançados no funil. (Veja exemplos aqui)

9. Não escrever para o Google. Fazer conteúdo sem uma boa pesquisa de palavras-chave é dar tiro no escuro. Isso serve como um termômetro da demanda real e da competição por diferentes assuntos. Além disso, é importante usar técnicas básicas de SEO para garantir que as páginas sejam devidamente indexadas.

10. Não promover de forma inteligente. Ter ótimo conteúdo não é garantia para que o mesmo seja visto por muitos. É preciso promovê-lo nos canais próprios da empresa (e-mail, redes sociais, etc.) e alavancá-lo através de outras pessoas e veículos que já falam com a sua audiência. Essa é a parte mais old-school do marketing digital: são relacionamentos reais que garantem exposição virtual.

Eric Santos (@ericnsantos) é co-fundador e CEO da Resultados Digitais, empresa criadora do RD Station, plataforma de Marketing Digital para médias e pequenas empresas. 

Fonte: http://www.endeavor.org.br/

Como tornar uma idéia mais convincente


Por Guilherme de Souza 

Sabe quando uma informação falsa tem “cara” de verdadeira e acaba nos convencendo? Esse fenômeno, nomeado pelo comediante Stephen Colbert como “truthiness” (“verdadez”, em tradução aproximada), foi investigado recentemente por um grupo de pesquisadores da Nova Zelândia e do Canadá.

No estudo, eles apresentavam aos participantes afirmações como “o metal líquido dentro do termômetro é magnésio” e lhes perguntavam se a informação era verdadeira ou não. Quando vinha acompanhada de uma foto meramente ilustrativa (que tinha relação com a frase, mas não a confirmava), as pessoas mostraram uma tendência maior a acreditar na sua veracidade.



Os resultados são compatíveis com a ideia de que fotos podem ajudar as pessoas a absorver melhor uma informação tornando-a mais verossímil. “Nós sabemos que, quando é fácil levar uma informação à mente, ela ‘parece’ verdadeira”, aponta o pesquisador Eryn J. Newman, da Universidade Victoria University de Wellington (Nova Zelândia).

A “verdadez”, ou verossimilhança, pode influenciar a maneira como as pessoas absorvem informações acompanhadas por fotos em certos meios de comunicação (como jornais, sites e revistas) ou em materiais didáticos. “Nossa pesquisa sugere que essas fotos podem ter consequências não planejadas, levando as pessoas a aceitar informações mais por causa do que sentem do que pelos fatos”, destaca Newman.

Será que um vídeo pode aumentar ainda mais a verossimilhança de uma afirmação? Vamos esperar o próximo estudo sobre o assunto. [Science Daily]

Fonte: http://hypescience.com/


quinta-feira, 15 de agosto de 2013

RIO GRANDE DO SUL, UM ESTADO DE FRONTEIRA

Ruben George Oliven - Antropólogo

O Rio Grande do Sul é geralmente considerado como ocupando uma posição singular em relação ao Brasil. Isso se deveria às suas características geográficas, à sua posição estratégica, à forma de seu povoamento, à sua economia e ao modo pelo qual se insere na história nacional. Apesar do estado ter uma grande diferenciação interna (do ponto de vista geográfico, étnico, econômico e de sua colonização), ele é freqüentemente contraposto como um todo ao resto do país, com o qual manteria uma relação especial, a ponto de ser às vezes chamado jocosamente por outros brasileiros de "esse país vizinho e irmão do Sul".
Historicamente, um tema recorrente na relação do Rio Grande do Sul com o Brasil é justamente a tensão entre autonomia e integração. A ênfase nas peculiaridades do estado e a simultânea afirmação do pertencimento dele ao Brasil se constitui num dos principais suportes da construção social da identidade gaúcha que é constantemente atualizada, reposta e evocada.
Primeiro haveria o que é chamado de "o isolamento geográfico do Rio Grande do Sul" e que seria responsável por sermos "um todo separado do mundo pelos areais litorâneos, pelos rios, pelas serras e pelas selvas"(1). A natureza, ao mesmo tempo que nos teria premiado com um espaço físico dos mais favorecidos e benéficos às atividades humanas, nos teria contemplado com uma posição de difícil acesso, ilhando-nos no Continente de São Pedro e fazendo com que este ficasse isolado por dois séculos do Brasil.
A essa peculiaridade geográfica somar-se-ia uma história sui generis. Ela inicia com uma integração tardia ao resto do país. Assim, embora descoberto no começo do século XVI, o Rio Grande do Sul só começa a se articular às atividades econômicas do Brasil colonial mais de um século depois através da preia do gado xucro cujo objetivo era a exportação de couro para a Europa que era feita através de Buenos Aires ou Sacramento. É recém no final do século XVII que estes rebanhos ganham importância a nível nacional pois passam a ter um mercado interno na florescente mineração da zona das Gerais, o que estimula paulistas e lagunistas a virem prear o gado xucro existente no Rio Grande do Sul e a levá-lo à área de mineração.
O objetivo da coroa portuguesa era, entretanto, o de povoar as terras que iam do sul de São Vicente até a Colônia de Sacramento (fundada por ela em 1680) e nesse sentido o Rio Grande do Sul desempenhava "uma função estratégica, como ponto de apoio para a conservação do domínio luso no Prata"(2). Isto faz com que no começo do século XVIII a Coroa começasse a distribuir sesmarias aos tropeiros que se sedentarizaram e aos militares que se afazendaram, criando-se assim as estâncias de gado. Os conflitos militares em torno da Colônia de Sacramento e as disputas relativas à delimitação de fronteiras significou uma crescente militarização da região, que em 1760 foi elevada à condição de capitania com o nome de Capitania do Rio Grande de São Pedro.
A posição estratégica do Rio Grande do Sul faz com que ele seja visto como uma área limítrofe que estaria nas margens do Brasil e que poderia tanto fazer parte dele como de outros países dependendo do resultado das forças históricas em jogo. Respondendo a uma escritora nordestina que considerava os gaúchos acastelhanados e pertencendo mais à órbita platina do que à brasileira, o romancista Érico Veríssimo assim definiu essa situação de liminaridade:
Somos uma fronteira. No século XVIII, quando soldados de Portugal e Espanha disputavam a posse definitiva deste então "imenso deserto", tivemos de fazer a nossa opção: ficar com os portugueses ou com os castelhanos. Pagamos um pesado tributo de sofrimento e sangue para continuar deste lado da fronteira meridional do Brasil. Como pode você acusar-nos de espanholismo? Fomos desde os tempos coloniais até o fim do século um território cronicamente conflagrado. Em setenta e sete anos tivemos doze conflitos armados, contadas as revoluções. Vivíamos permanentemente em pé de guerra. Nossas mulheres raramente despiam o luto. Pense nas duras atividades da vida campeira - alçar, domar e marcar potros, conduzir tropas, sair para faina diária quebrando a geada nas madrugadas de inverno e você vai compreender por que a virilidade passou a ser a qualidade mais exigida e apreciada do gaúcho. Esse tipo de vida é responsável pelas tendências algo impetuosas que ficaram no inconsciente coletivo deste povo, e explica a nossa rudeza, a nossa às vezes desconcertante franqueza, o nosso hábito de falar alto, como quem grita ordens, dando não raro aos outros a impressão de que vivemos num permanente estado de cavalaria. A verdade, porém, é que nenhum dos heróis autênticos do Rio Grande que conheci, jamais "proseou", jamais se gabou de qualquer ato de bravura seu. Os meus coestaduanos que, depois da vitória da Revolução de 1930, se tocaram para o Rio, fantasiados, e amarraram seus cavalos no obelisco da Avenida Rio Branco - esses não eram gaúchos legítimos, mas paródias de opereta.(3)
Nessa citação, Erico Verissimo evoca elementos que são recorrentes no discurso gaúcho. O primeiro é o caráter de fronteira de nosso estado. O segundo é a escolha: o Rio Grande preferiu fazer parte do Brasil quando poderia ter optado por pertencer ao antigo Império espanhol. O terceiro é o alto preço pago por essa opção e que é representado pelas guerras em que o estado esteve envolvido e pela necessidade de se insurgir contra o governo central quando se sente vítima de injustiças ou de intervir na política nacional em momentos de crise. O quarto elemento é a existência de um tipo social específico - o gaúcho - marcado pela bravura que é exigida do homem ao lidar com as forças da natureza e a árdua vida campeira. Finalmente, o quinto elemento toca na questão da autenticidade de costumes e comportamentos. Temos também a presença das mulheres que aparecem na condição de enlutadas. Elas comparecem nesse texto de forma indireta como a conseqüência da ação beligerante dos homens. Mas é a elas, na condição de órfãs, viúvas e mães que perderam seus filhos que caberá com freqüência assumir a responsabilidade de sustentar a família. Elas criam (dão à luz) enquanto os homens destroem (matam).
O que se depreende desse conjunto de elementos é um clima de adversidades que têm de ser constantemente enfrentadas. A necessidade de garantir fronteiras, dominar a natureza, rebelar-se contra os desmandos do governo central, além os conflitos internos do próprio estado, ajudariam a explicar o caráter um tanto fogoso que já teria se incorporado ao inconsciente coletivo gaúcho.
As peculiaridades do Rio Grande do Sul contribuem para a construção de uma série de representações em torno dele que acabam adquirindo uma força quase mítica que as projeta até nossos dias e as fazem informar a ação e criar práticas no presente.
Ruben George Oliven
é Professor da UFRGS

Notas:1. PRUNES, Lourenço Mário. "O Isolamento Geográfico do Rio Grande do Sul". In: Fundamentos da Cultura Rio-Grandense.. Quinta Série. Porto Alegre, Faculdade de Filosofia da Universidade do Rio Grande do Sul, 1962, p. 143.
2.PESAVENTO, Sandra Jatahy. História do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Mercado Aberto, 1980, p. 13.
3. VERISSIMO, Erico. "Um Romancista apresenta sua Terra". In: Rio Grande do Sul: Terra e Povo. Porto Alegre, Globo, 1969, p. 3-4.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

A homenagem que recebi

Dia dos pais

Não suporto estas propagandas de “dia dos pais” que tentam vincular a imagem paterna à imagem materna. Já estamos em 2013 e ainda tem gente que insiste em perpetuar o discurso de que cuidar da criança é obrigação da “mamãe”, se o “papai” quiser ajudar isso será considerado com pontos extras e ele poderá ocupar o topo da escala de classificação paterna, ou seja, ser considerado quase uma mãe. Fala sério, que tipo de publicitário acredita que essa lógica pode, de alguma forma, estar homenageando a figura paterna? Quer dizer que ser um pai incrível, segundo os publicitários de fundo de quintal, é parecer com uma mãe – mas não uma mãe qualquer, e sim uma mãe estereotipada que, atualmente, só existe em propaganda e retrato de família – será isso mesmo?

Se não pode fugir dos rótulos, tudo bem, mas não dá pra engolir uma dita homenagem que sempre coloca, mesmo que nas entrelinhas, a figura do pai abaixo da figura materna. A ideia é que quanto mais parecido um pai for com uma mãe, melhor pai ele será ... não consigo entender. E olha que as propagandas não poupam esforços para tentar “equiparar” a imagem do pai ao “modelo de mãe”: tem propaganda com pai com criança no colo no meio da noite, tem pai na cozinha, pai na escola, pai de avental preparando café da manhã ... tudo em tons pastéis, com a mãe ao fundo observando sorridente ...
Apresentar um pai cujo maior potencial na vida de um filho é ser uma versão barbuda da mãe é, no mínimo, dizer que o papel dele é, inevitavelmente, de coadjuvante. Mas ... se assim querem os publicitários que sejam assim seus pais, só digo que esses aí não me convencem e, para ser sincera, não chegam nem aos pés do meu pai!

Meu pai nunca se pareceu com a tal figura de mãe-modelo (na verdade, nem minha mãe-mãe). Meu pai não passou noites em claro embalando berço, não ficou me segurando para evitar minhas quedas, não me defendeu das consequências de meus próprios atos e não me incentivou a ter auto-piedade ... meu pai passou longe de ser como a tal “mãe-modelo”, mas, certamente, ele conquistou meu respeito e, sem querer, se tornou meu modelo de pai.
Enquanto as mães-modelo ninavam seus filhos, meu pai desligava o som e se concentrava em garantir meu futuro. Essa tarefa o impediu de comparecer em quase todas as festas da escola, mas, ao mesmo tempo, permitiu que eu aprendesse a admirar o trabalho duro e a dedicação perfeccionista de quem quer fazer sempre melhor. Meu pai não pôde me ler muitas histórias, mas ele me mostrou os livros e me ensinou como escrevê-los.

Se as mães-modelo não mediram esforços para proteger suas crias do mundo, meu pai optou por uma caminho mais duro: ele me apresentou o mundo para mim. Sem restrições ou maquiagem, meu pai me mostrou todos os mundos, os submundos e todas as possíveis formas de se olhar para eles. Meu pai não me apontou o caminho, ele me deitou no chão e me mostrou que eu podia criar novas rotas, traçar novos ângulos e me arriscar um pouco mais. Meu pai me mostrou que andar pra trás me faz cair, manter os olhos vendados também e que, talvez, por mais alto que eu grite pode ser que ninguém responda meu chamado. Meu pai, hoje sei, teve medo de partir antes que eu pudesse lamber minhas próprias feridas.

Nunca vi meu pai entre as mães-modelo que transitavam na minha escola esmolando notas ou pedindo explicações acerca do desempenho dos filhos, meu pai não foi até lá. Todavia, meu pai me mostrou que eu deveria ser a maior responsável pelo meu futuro porque eu seria a única pessoa que, segundo ele, jamais iria me faltar. Quando explicações precisaram ser dadas, elas foram exigidas de mim, assim mesmo, na cara e de supetão ... meu pai me ensinou assim ... Sem saber o que aprendia, me tornei capaz de analisar, julgar e criticar meus próprios atos; foi com meu pai que aprendi a argumentar e a lutar pela justiça.

Meu pai foi o durão mais doce do mundo, pois negou a si próprio qualquer coisa que pudesse me “estragar”. Talvez fosse mais fácil me deixar totalmente à vontade, mas ele sabia que mais tarde o mundo iria exigir que eu fosse mais humilde e menos voluntariosa – por isso ele teve que se negar o direito de fechar os olhos e se abster. Meu pai sabia que muitas atitudes consideradas engraçadinhas com pouca idade, tornam-se traços que não serão perdoados mais tarde.

Meu pai abnegou o direito de me criar para ele e se dispôs a formar um ser humano para o mundo. Mas ele não me permitiu fincar meus dedos no centro do mundo, ele me colocou no meio, no tumulto, me tornando uma pessoa singular, mais uma, mas nunca uma qualquer ... meu pai não se permitiu ficar comigo abrindo caminho, facilitando o meu e o seu trabalho. Ele me entregou ao mundo com uma bússola, uma mochila e com um guia constituído dos exemplos que ele, tenho certeza, se esforçou muito para prover. Teve que confiar no trabalho árduo que ele teve durante todos esses anos ...

Meu pai abriu mão de ser a “mãe-modelo” de propaganda, que se agarra aos filhos mantendo-os tão perto que os torna imóveis, para me ver caminhar para longe com os joelhos esfolados ... Sim, meu pai sempre escolheu o papel mais difícil. Hoje, entendo que ele fez isso exclusivamente para garantir que eu fosse capaz de partir, de deixá-lo ... meu pai abriu mão de muita coisa e tudo que esperou ganhar em troca foi a certeza de ter formado um ser humano competente o suficiente para construir a própria vida e extrair do mundo toda felicidade e beleza que for capaz de enxergar.
Se existe amor maior que esse, desconheço ... mas também, aprendi a amar com meus pais e, como deu pra ver, eles, os dois, sempre foram meio fora de modelo.

Pai, te amo muito, sempre! Obrigada por tudo! 
*

terça-feira, 6 de agosto de 2013

As táticas para descobrir mentiras em uma negociação




Por Camila Pati, 

“A negociação, da mais simples a mais complexa, é um grande contar de histórias”, diz Álvaro Martins, professor de negociação da BSP – Business School São Paulo. Pois neste enredo, os especialistas admitem que, dependendo do negociador, pode haver blefe, omissões e também algumas mentiras.

“Apesar de ser comum, com algumas técnicas é, sim, possível descobrir mentiras, só que mais no longo prazo do que no curto”, diz Roberto Nascimento Azevedo de Oliveira, que ministra curso de férias de compra estratégica na ESPM. E é justamente isso que EXAME.com foi investigar. Como descobrir uma mentira em uma negociação?

Na opinião de Martins, dá pra perceber quando o enredo apresentado pelo negociador apresenta falta de consistência. “Não dá pra afirmar que é mentira, mas é possível notar que há algo estranho”, diz o professor da BSP. Confira os pontos que merecem atenção na hora de avaliar uma negociação para não ser enganado:

1. Firmeza na fala
“Pode haver algum problema quando a pessoa que está negociando não tem firmeza na fala, começa a gaguejar e se enrola”, explica Martins. Mas, de acordo com ele, ao perceber este sinal, o negociador deve ficar alerta, mas não é necessário já tomar o interlocutor como mentiroso e sair da negociação. “Pode parecer mentira, mas pode ser despreparo”, diz ele.

Isso acontece porque, de acordo com ele – e também com o professor Oliveira – o segredo de uma boa negociação está na preparação. “A base é a preparação, ou seja, é construir um enredo que possa se fazer crível para quem ouve”, diz Martins. Estudar e pesquisar antes de sentar-se à mesa de negociação vale tanto para evitar a falta de firmeza quanto para fugir de armadilhas.

“Caso perceba que o interlocutor está gaguejando o ideal para diferenciar o despreparo de uma mentira é insistir no ponto em que apareceu a dúvida e pedir mais informações, dando abertura e ajudando o interlocutor a continuar na franqueza”, diz Martins. Caso note que o negociador continua dissimulando ou tropeçando em alguns pontos, não feche negócio naquele momento.

2. Falta de estruturação ou argumentação inadequada
Mentiras, omissões ou blefe também ficam mais evidentes quando o negociador começa a usar argumentos inadequados e não estruturados, de acordo com Martins. “Quando a história não está bem estruturada e o negociador usa uma argumentação inapropriada, também há indícios de que a coisa não está redonda”, diz Martins.

Atente se o interlocutor não está tornando o assunto complexo demais. “É que nem quando você vai a uma palestra e a pessoa não sabe muito do assunto do qual vai falar e acaba complicando o tema e se enrolando”, diz Martins.
Com o sinal de alerta aceso, o mais prudente é voltar aos pontos que não ficaram claros antes de avançar na negociação.

3. Velocidade da fala
Pesquisas indicam que os mentirosos falam mais palavras por minuto do que quem diz a verdade. “Uma dar formas de detectar uma mentira é por meio da linguagem. A velocidade da fala pode mudar no momento da mentira”, diz Oliveira.

Portanto, preste atenção a um negociador que, no momento da negociação comece a falar muito rápido. “Ou muito devagar”, pondera o professor da ESPM. “É uma negociação, deve-se falar o suficiente, nem mais nem menos, para que a história pareça crível”, acrescente Martins.

4. Expressão corporal
“Quando a pessoa transparece insegurança, não olha nos olhos”, lembra Martins, ressaltando que a comunicação também é fisiológica. Por isso, ele recomenda prestar atenção aos sinais do corpo. “É o mexer dos olhos, o desvio de olhar, um gesticular excessivo”, explica.

É importante fazer isso, porque, segundo Martins, o mentiroso geralmente fica tão focado em defender a sua mentira, que acaba relaxando na postura e na expressão corporal. “Aí acontece de o gesto não combinar com a fala, por exemplo,”diz.

Mas os especialistas alertam: nem com todo o preparo e foco em gestos e palavras durante a negociação podem ser suficientes. “Às vezes é um tão bom contador de mentiras que usa que usa a expressão corporal para enganar”, diz Martins.

“O segredo para descobrir se é verdade ou mentira é o tempo. O ideal é estabelecer um relacionamento porque quando você conhece a pessoa, a mentira pulsa mais forte, é mais fácil saber se ela está faltando com a verdade”, recomenda Oliveira.

Fonte: http://revistaalfa.abril.com.br/