Mentes que visitam

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

O sol sempre retorna


Não existe noite eterna, o sol sempre retorna sem demora, 
tudo é questão de ter fé na vida que é vivida de batalha em batalha. 

Esta vida é um estágio, somos imperfeitos, pois somos humanos, 
mas é justamente nas falhas é que aprendemos e nos fortalecemos. 

'As vezes somos vítimas do destino, mas nem assim 
somos abandonados pela sorte., 

Deus nos dá estrutura para suportar os dramas ou perdas. 
De repente, nos sentimos desamparados, outras vezes, 
livres e leves como vento, e sempre temos como aliada 
a disciplina que nos coloca de pé novamente, prontos para 
entrar em ação, mesmo quando o campo está minado, 
a fortaleza espiritual nos leva 'a uma supremacia 
suficiente para seguir em frente. 

Somos heróis do tempo, vivenciando e encenando novas conquistas. 
Contornar obstáculos é um desafio, mas pensando bem, a própria vida 
é um desafio! 

Construir o amanhã com a força de hoje é elaborar um projeto 
de vida com ascensão e merecimento de ser feliz. 

A mensagem é seguir em frente, prosseguir com otimismo, 
enfrentando todas as correntezas, pois a vida é apenas um mistério necessário. 

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

LEI DO UNIVERSO! ENVELHECER



*Pachecão - Prof. de Física e Matemática,B. Horizonte
 
Não importa sua idade. Estamos envelhecendo. Não nos preocupemos! De que adianta, é assim mesmo. Isso é um processo natural. É uma lei do Universo conhecida como a 2ª Lei da Termodinâmica ou Lei da Entropia. Essa lei diz que: A energia de um corpo tende a se degenerar e com isso a desordem do sistema aumenta. Portanto, tudo que foi composto será decomposto, tudo que foi construído será destruído, tudo foi feito para acabar.
Como fazemos parte do universo, essa lei também opera em nós. Com o tempo, os membros se enfraquecem, os sentidos se embotam.   Sendo assim, relaxe e aproveite. Parafraseando Freud: “A morte é o alvo de tudo que vive”. É isso que acontece a nós.
 
O conselho é: Viva! Faça apenas isso. Preocupe-se com um dia de cada vez. Como disse um dos meus amigos a sua esposa: “me use, estou acabando!”. Hilário, porém realista.    
 
Ficar velho e cheio de rugas é natural. Não queira ser jovem novamente, você já foi. Pare de evocar lembranças de romances mortos, vai se ferir com a dor que a si próprio inflige. Já viveu essa fase. Reconcilie com a sua situação e permita que o passado se torne passado. Esse é o pré-requisito da felicidade. “O passado é lenha calcinada. O futuro é o tempo que nos resta: finito, porém incerto”, como já dizia Cícero. Abra  mão daquela beleza exuberante, da memória infalível, da ausência da barriguinha, da vasta cabeleira e do alto desempenho, pra não se tornar caricatura de si mesmo. Fazendo isso ganhará qualidade de vida. Querer reconquistar esse passado seria um retrocesso e o preço a ser pago será muito elevado. Serão muitas plásticas, muitos riscos e mesmo assim você verá que não ficou como outrora. A flor da idade ficou no pó da estrada. Então, para que se preocupar?! Guarde os bisturis e toque a vida.
 
Você sabe quem enche os consultórios dos cirurgiões plásticos? Os bonitos. Você nunca me verá por lá. Para o bonito, cada ruga que aparece é uma tragédia, para o feio ela é até bem vinda, quem sabe pode melhorar, ele ainda alimenta uma esperança. Os feios são mais felizes, mais despreocupados com a beleza.  Na verdade, ela nunca lhes fez falta, utilizaram-se de outros atributos e recursos. Inclusive tem uns que melhoram na medida em que envelhecem. Para que se preocupar com as rugas, você demorou tanto para tê-las! Suas memórias estão salvas nelas. Não seja obcecado pelas aparências, livre-se das coisas superficiais. O negócio é zombar do corpo disforme e dos membros enfraquecidos.
Essa resistência em aceitar as leis da natureza acaba espalhando sofrimento por todos os cantos. Advêm consequências desastrosas quando se busca a mocidade eterna, as infinitas paixões, os prazeres sutis e secretos, as loucas alegrias e os desenfreados prazeres. Isso se transforma numa dor que você não tem como aliviar e condena à ruína sua própria vida.         
 
Discreto, sem barulho ou alarde, aceite as imposições da natureza e viva a sua fase. Sofrer é tentar resgatar algo que deveria ter vivido e não viveu. Se não viveu na fase devida, o melhor a fazer é esquecer. A causa do sofrimento está no apego, está em querer que dure o que não foi feito para durar. É viver uma fase que não é mais sua. Tente controlar essas emoções destrutivas e os impulsos mais sombrios. Isso pode sufocar a vida e esvaziá-la de sentido. Não dê ouvidos a isso, temos a tentação de enfrentar crises sem o menor fundamento. Sua mente estará sempre em conflito se ela se sentir insegura. A vida é o que importa; concentre-se nisso. A sabedoria consiste em aceitar nossos limites.
 
Você não tem de experimentar todas as coisas, passar por todas as estradas e conhecer todas as cidades. Isso é loucura, é exagero. Faça o que pode ser feito com o que está disponível. Quer um conselho? Esqueça. Para o seu bem, esqueça o que passou. Têm tantas coisas interessantes para se viver na fase em que está. Coisas do passado não te pertencem mais. Se você tem esposa e filhos experimente vivenciar algo que ainda não viveram juntos, faça a festa, celebre a vida. Agora você tem mais tempo, aproveite essa disponibilidade e desfrute. Aceitando ou não, o processo vai continuar. Assuma viver com dignidade e nobreza a partir de agora. Nada nos pertence.
 
Tive um aluno com 60 anos de idade que nunca havia saído de Belo Horizonte. Não posso dizer que pelo fato de conhecer grande parte do Brasil sou mais feliz que ele. Muito pelo contrário, parecia exatamente o oposto. O que importa é o que está dentro de nós. A velha máxima continua atual como nunca: “quem tem muito dentro precisa ter pouco fora”.
Esse é o segredo de uma boa vida.

Forte abraço

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

A Rússia cristã faz mais de mil anos


     Os marxistas ateus e os cristãos, fingindo esquecer um passado de invasores e injustiças, sentaram-se lado a lado para comentar, cada um de seu jeito, o milênio do cristianismo.
     Depois de 60 anos de perseguição aberta ao dissimulado contra os cristãos, em 1988 os marxistas ateus e os cristãos, fingindo esquecer um passado de invasores e injustiças, sentaram-se lado a lado para comentar, cada um de seu jeito, o milênio do cristianismo na Rússia.
     Foi um gesto de paz? É mais provável que tenha sido uma trégua, como antigamente, quando havia tréguas de religiões. Com efeito, o marxismo é realmente uma religião: tem seus pontífices máximos que são inapeláveis.
     Tem seu colégio de cardeais, que é o políburo; tem seus dogmas, que são indiscutíveis; tem seu culto e rituais feitos para suscitar a emoção; tem seu deus que está na matéria; e tem seu inferno, que são os hospitais psiquiátricos, cheios de políticos dissidentes e as prisões políticas.
     Eles ficaram furiosos com Einstein, décadas atrás, quando ele expôs que espaço e tempo não existem separadamente, mas conjuntamente, com perspectiva de observação quadrimensional.
     Perspectiva muda com o ponto de vista e movimento do observador. Onde estaria a certeza marxista? Perguntavam-se os comunistas russos! Mas, sobretudo, ficaram muito mais furiosos quando o mesmo Einstein propôs a equivalência da energia e da matéria: o deus matéria dos marxistas, como iria ficar virando deus energia?
     Galileu também ficou numa situação parecida muito difícil, quando provou que a terra não está parada, mas gira ao redor do sol: como combinar isto com a palavra de DEUS contida no livro de Josué?
     Vê-se então, como os homens são simplórios; tanto quem mata, porque DEUS está na matéria e é matéria, quando quem já matou muito (a inquisição) porque DEUS está n céu.
     Mas então, no dia 29 de abril de 1988, Pimen, o patriarca de moscou e de todos os russos, juntamente com os membros do santo sínodo da igreja ortodoxa russa, entram oficialmente no kremlin e foram recebidos por Mikhail Gorbachev que os esperava com um sorriso e gestos fraternos dos braços para comemorar mil anos de cristianismo na Rússia. Ah, se Marx, Lênin e Stalin tivessem saído do túmulo naquele momento!
     As palavras de Gorbachev foram muito bonitas, e o mais interessante é que a expressão do rosto parecia realmente sincero. Falou sobre a importância do significado do milênio de cristianização da Rússia, “tanto pelo seu caráter religioso quanto pelo valor que o evento teve para a vida política e social do país, firmando uma importante etapa do desenvolvimento multissecular da história e da cultura nacional do estado russo”
     Provavelmente, Marx, Lênin e Stalin apareceram realmente e Gorbachev viu seus vultos carrancudos, porque passou logo e desculpar o passado, dizendo uma boa mentira: “o decreto sobre a separação da igreja do estado e da escola, baixado pela jovem republica soviética em 1918, assinalou uma mudança substancial no relacionamento entre a igreja e o estado, criando as condições para que a igreja pudesse e possa desenvolver suas atividades sem intromissão externa”.
     A mentira não se referia somente ao passado, mas também ao presente, pois naqueles mesmos dias os dignitários do patriarcado de moscou, falando a imprensa no mosteiro Danilov, haviam colocado no centro da mesa, um lugar de hora, o seu chefe político supremo, o ministro do culto, um marxista ateu convicto.
     A revista russa “em foco” apresentou a fotografia. Mas esta boa mentira emplacou os ânimos tanto dos vivos quanto dos mortos. Toda religião institucionalizada ao redor de um deus no céu, ou de um deus na matéria, uma vez que detém ou simplesmente visa o poder, deve acostumar-se a essas mentiras: chamam-se a estas mentiras de diplomáticas. A igreja católica tem o seu instituto de diplomacia.
     Em seguida, Gorbachev recobrou ânimos, então, para que soubessem que os lideres mortos estavam realmente mortos e que ele era agora o líder supremo, reconheceu que, ao longo dos anos do poder soviético, nem sempre as relações entre igreja e estado foram um mar de rosas.
     Os acontecimentos trágicos do período do culto a personalidade se fizeram sentir nas organizações religiosas. Mas hoje os erros cometidos em relação a igreja e aos crentes, nas suas tribos e, posteriormente, estão sendo corrigidos. Os crentes também são trabalhadores e patriotas soviéticos e tem pleno direito e manifestar condignamente suas convicções (...); a Perestróica, a democratização e a glasnost dizem respeito a eles do mesmo modo e sem restrições. Isto se refere em partilhar aos costumes humanos gerais e podem contribuir para a causa comum.
     “para o nome causa comum”, todos sabem que a causa comum era a situação econômica da Rússia. Se quiser aprofundar este assunto, leia o “relatório para o XIX conferencia nacional do pcus”. Do mesmo Gorbachev, publicado pela editora revan-rj.
     Gorbachev, o marxista convicto de que DEUS é a matéria e está na matéria e não no céu, é um político muito hábil que sabe fazer somatória de tudo.
     Veja o leitor o fato de sua mulher Raissa, também está convicta, que sendo no meio de patriarca, arcebispo e bispos para comemorar os mil anos do cristianismo na Rússia.
     Stalin, também vendo que ao se conseguir destruir mil anos de cristianismo e sendo-se estrangulado pelas circunstancias da segunda guerra, concedeu liberdade aos cristãos para que participassem do esforço coletivo nacional. Não pensem os ingênuos que Gorbachev tenta modificar a filosofia marxista! Não! Ele está realmente preocupado com o seu deus matéria! O que ele realmente não quer é salientar os mil anos de cristianismo na Rússia, mas arrumar a economia e cortar a burocracia que não tem nada a ver com o marxismo, isto é, quer investir mais na produção para elevar o nível de vida do povo
     Ele sabe muito bem que a competição com os americanos no campo da tecnologia espacial está desviando demasiado dinheiro e deixando o povo muito insatisfeito. Então, para mostrar que realmente não estava a fim de gastar dinheiro com possíveis guerras, mas que criou a paz dentro e fora da Rússia, aproveitou a comemoração do milênio do cristianismo na Rússia para somar mais um ponto no seu tabuleiro político.
     Com isso não se pense que ele não seja sincero! Ele está agindo com extrema sinceridade; mas o objetivo desta sua sinceridade não são os mil anos de cristianismo na Rússia, como pensaram certos jornais católicos e nem a revisão do passado, como supunha certa imprensa internacional, e sim a situação econômica do seu povo, que não deve ficar a margem da história num momento em que a comunidade econômica estava observando a maior parte da economia mundial.
     Prova do que estou dizendo é um artigo do economista Vassili Seliunin, da revista russa Novi Mir, de junho de 1988, em que fez uma veemente critica ao “comunismo de guerra” (1917-1921) por causa dos erros e dos horrores realizados pelos bolcheviques já no dia seguinte em que conquistaram o poder.
     Isto é, o fato de Lênin ter mandado massacrar milhões de camponeses e ter arruinado a economia soviética que “antes da primeira guerra mundial estava em franca expansão”.
     Ora, com toda essa critica a Lênin e ao “comunismo de guerra” Vassili Seliunin visava exaltar a experiência liberal do nep, precursor da Perestróica.
     Mas Gorbachev fingiu desconhecer não só esse, como todas as demais que pedem uma revisão histórica. É que na religião marxista, como em todas as religiões, há sempre que distinguir os homens que governam, a linha oficial dos governos que se sucedem e o dogma dentro do qual governo e governantes atuam.  

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

INEPTOCRACIA ...

É bom sabermos do que se trata porque, efetivamente, 
creio que chegaremos na situação abaixo ! Lamentável...



http://veja.abril.com.br/blog/rodrigo-constantino/files/2013/08/Ineptocracy.jpg


Ineptocracia: um sistema de governo no qual os menos capazes de liderar são eleitos pelos menos capazes de produzir e os membros da sociedade com menos chance de se sustentar ou ser bem-sucedidos são recompensados com bens e serviços pagos pela riqueza confiscada de um número cada vez menor de produtores.

Essa definição nos remete automaticamente à descrição feita pela filósofa Ayn Rand:

image

Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada;
quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores;
quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você;
quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício;
então poderá afirmar, sem temor de errar, que a sua sociedade está condenada.”

Frase da filósofa russo-americana Ayn Rand (judia, fugitiva da revolução russa, que chegou aos EUA na metade da década de 1920).

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

"O que se leva desta vida é a vida que a gente leva"


"O que se leva desta vida é a vida que a gente leva" uma das frases antológicas de Barão de Itararé
·  Barão de Itararé
Frases impagáveis do Barão de Itararé

Criador do jornal “A Manha”, o Barão ridicularizava ricos, classe média e pobres. Não perdoava ninguém, sobretudo políticos, donos de jornal e intelectuais.
Ele não era barão, é claro. Mas deu-se o título de nobre e nobre se tornou. O primeiro nobre do humor no Brasil. Debochava de tudo e de todos e costumava dizer que, “quando pobre come frango, um dos dois está doente”. Ele é um dos inventores do contra-politicamente correto.
Há muito que o gaúcho Apparício Fernando de Brinkerhoff Torelly, o Barão de Itararé (1895-1971) merecia uma biografia mais detida. Em 2003, o filósofo Leandro Konder lançou “Barão de Itararé — O Humorista da Democracia” (Brasiliense, 72 páginas). O texto de Konder é muito bom, mas, como é uma biografia reduzida, não dá conta inteiramente do personagem, uma espécie de Karl Kraus menos filosófico mas igualmente cáustico.
Quatro depois, o jornalista Mouzar Benedito lançou o opúsculo “Barão de Itararé — Herói de Três Séculos (Expressão Popular, 104 páginas). É ótimo, como o livrinho de Konder, mas lacunar. No final, há uma coletânea das melhores máximas do humorista, que dizia:
“O uísque é uma cachaça metida a besta”.
O que se leva desta vida é a vida que a gente leva.
A criança diz o que faz, o velho diz o que fez e o idiota o que vai fazer.
Os homens nascem iguais, mas no dia seguinte já são diferentes.
Dizes-me com quem andas e eu te direi se vou contigo.
A forca é o mais desagradável dos instrumentos de corda.
Sábio é o homem que chega a ter consciência da sua ignorância.
Não é triste mudar de ideias, triste é não ter ideias para mudar.
Mantenha a cabeça fria, se quiser ideias frescas.
O tambor faz muito barulho, mas é vazio por dentro.
Genro é um homem casado com uma mulher cuja mãe se mete em tudo.
Neurastenia é doença de gente rica. Pobre neurastênico é malcriado.
De onde menos se espera, daí é que não sai nada.
Quem empresta, adeus.
Pobre, quando mete a mão no bolso, só tira os cinco dedos.
O banco é uma instituição que empresta dinheiro à gente se a gente apresentar provas suficientes de que não precisa de dinheiro..
Tudo seria fácil se não fossem as dificuldades.
A televisão é a maior maravilha da ciência a serviço da imbecilidade humana.
Este mundo é redondo, mas está ficando muito chato.
Precisa-se de uma boa datilógrafa. Se for boa mesmo, não precisa ser datilógrafa.
O fígado faz muito mal à bebida.
O casamento é uma tragédia em dois atos: um civil e um religioso.
A alma humana, como os bolsos da batina de padre, tem mistérios insondáveis.
Eu Cavo, Tu Cavas, Ele Cava, Nós Cavamos, Vós Cavais, Eles Cavam. Não é bonito, nem rima, mas é profundo…
Tudo é relativo: o tempo que dura um minuto depende de que lado da porta do banheiro você está.
Nunca desista do seu sonho. Se acabou numa padaria, procure em outra!
Devo tanto que, se eu chamar alguém de “meu bem”, o banco toma!
Viva cada dia como se fosse o último. Um dia você acerta…
Tempo é dinheiro. Paguemos, portanto, as nossas dívidas com o tempo.
As duas cobras que estão no anel do médico significam que o médico cobra duas vezes, isto é, se cura, cobra, e se mata, cobra.
O voto deve ser rigorosamente secreto. Só assim, afinal, o eleitor não terá vergonha de votar no seu candidato.
Em todas as famílias há sempre um imbecil. É horrível, portanto, a situação do filho único.
Negociata é um bom negócio para o qual não fomos convidados.
Quem não muda de caminho é trem.
A moral dos políticos é como elevador: sobe e desce. Mas em geral enguiça por falta de energia, ou então não funciona definitivamente, deixando desesperados os infelizes que confiam nele.
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segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Utopias e distopias, por Luis Fernando Veríssimo


Todas as utopias imaginadas até hoje acabaram em distopias, ou tinham na sua origem um defeito que as condenava.
A primeira, que deu nome às várias fantasias de um mundo perfeito que viriam depois, foi inventada por sir Thomas Morus em 1516. Dizem que ele se inspirou nas descobertas recentes do Novo Mundo, e mais especificamente do Brasil, para descrever sua sociedade ideal, que significaria um renascimento para a humanidade, livre dos vícios do mundo antigo.
Na Utopia de Morus o direito à educação e à saúde seria universal, a diversidade religiosa seria tolerada e a propriedade privada, proibida. O governo seria exercido por um príncipe eleito, que poderia ser substituído se mostrasse alguma tendência para a tirania, e as leis seriam tão simples que dispensariam a existência de advogados.
Mas para que tudo isto funcionasse Morus prescrevia dois escravos para cada família, recrutados entre criminosos e prisioneiros de guerra. Além disso, o príncipe deveria sempre ser homem e as mulheres teriam menos direitos do que os homens.

sir Thomas Morus

Morus tirou o nome da sua sociedade perfeita da palavra grega para “lugar nenhum”, o que de saída já significava que ela só poderia existir mesmo na sua imaginação.
Platão imaginou uma república idílica em que os governantes seriam filósofos, ou os filósofos governantes. Nem ele nem os outros filósofos gregos da sua época se importavam muito com o fato de viverem numa sociedade escravocrata.
Em “Candide”, Voltaire colocou sua sociedade ideal, onde haveria muitas escolas mas nenhuma prisão, em El Dorado, mas “Candide” é menos uma visão de um mundo perfeito do que uma sátira da ingenuidade humana.
Marx e Engels e outros pensadores previram um futuro redentor em que a emancipação da classe trabalhadora traria igualdade e justiça para todos. O sonho acabou no totalitarismo soviético e na sua demolição.
Até John Lennon, na canção “Imagine”, propôs sua utopia, na qual não haveria, entre outros atrasos, violência e religião. Ele mesmo foi vítima da violência, enquanto no mundo todo e cada vez mais as pessoas se entregam a religiões e se matam por elas.
Quando surgiu e se popularizou o automóvel anunciou-se uma utopia possível. No futuro previsto os carros ofereceriam transporte rápido e lazer inédito em estradas magnetizadas para guiá-los mesmo sem motorista. Isso se os carros não voassem, ou se não houvesse um helicóptero em cada garagem.
Nada disso aconteceu. Foi outra utopia que pifou. Hoje vivemos em meio à sua negação, em engarrafamentos intermináveis, em chacinas nas estradas e num caos que só aumenta, sem solução à vista. Mais uma vez, deu distopia.

Luis Fernando Veríssimo é escritor.

As 10 melhores visualizações científicas

Desde o tempo do Homem Vitruviano de Leonardo Da Vinci até os raios-X de Rosalind Franklin, certos enunciados da ciência são feitos com muito mais força usando imagens em vez de palavras.
Com o lema de que ilustrar é esclarecer, e que as ilustrações apresentam a conexão mais imediata e influente entre cientistas e cidadãos, a National Science Foundation (NSF – Fundação Nacional de Ciência) e o periódico Science criaram o desafio de Visualização de Ciência e Engenharia, para celebrar a tradição da visualização de ciência e encorajar seu crescimento contínuo.
O espírito da competição é comunicar ciência, engenharia e tecnologia com finalidade educacional e jornalística.
Cinco categorias participam do concurso: fotografia, ilustração, posters e gráficos, jogos e aplicações, e vídeo. Confira os vencedores:

Fotografia

Primeiro lugar e vencedor do voto popular: “Cristais Biominerais Isolados”
1
O primeiro lugar foi para uma foto de cristais de biominerais isolados. Estas estruturas fantásticas são cristais microscópicos que fazem parte do dente de um ouriço do mar.
Cada tom de azul, azul-piscina, verde e roxo destaca um cristal individual de calcita, mineral carbonatado encontrado em mármore, calcário e conchas. A foto foi colorida usando Photoshop e microfotografia de escaneamento de elétrons.
O formato incomum e intrincado destes cristais permitem que os dentes do ouriço do mar, mesmo feitos de uma substância tão macia quanto o giz, sejam fortes o suficiente para triturar rochas.
Crédito: Pupa U. P. A. Gilbert e Christopher E. Killian; Universidade do Wisconsin, Madison
Menção honrosa: “Autodefesa”
2
Esta é uma foto feita pelo radiologista Kai-hung Fung, e mostra duas estratégias diferentes de autodefesa.
O mexilhão da esquerda tem uma concha bivalve, que se fecha ao primeiro sinal de uma ameaça. O caramujo da direita tem uma estratégia diferente: a concha em espiral fornece uma série de barricadas a potenciais invasores.
Fung usou um scanner para visualizar fatias do caramujo e do mexilhão, então desenhou seus contornos usando várias cores, destacando as estruturas complexas. A criação de uma imagem destas envolve o equilíbrio de “dois lados da mesma moeda”, diz Fung. “Um lado é a informação factual, o outro lado é a arte”.
Crédito: Kai-hung Fung, Hospital Oriental Pamela Youde Nethersole em Hong Kong

Ilustração

Primeiro lugar: “Conectividade de um Computador Cognitivo Baseado no Cérebro Símio”
3
Esta estrutura em espirais de néon é o diagrama de fiação de um novo tipo de computador que, segundo algumas definições, pode ser capaz de pensar. Ele foi inspirado na arquitetura neural de um macaco.
Nos últimos 2 anos, o grupo de computação cognitiva da IBM em San Jose, Califórnia (EUA), fez grandes avanços no projeto de um computador que possa detectar padrões, planejar respostas e aprender a partir de erros. A imagem foi feita por Emmett McQuinn, engenheiro de hardware da IBM.
Crédito: Emmett McQuinn, Theodore M. Wong, Pallab Datta, Myron D. Flickner, Raghavendra Singh, Steven K. Esser, Rathinakumar Appuswamy, William P. Risk, e Dharmendra S. Modha
Menção honrosa e vencedor do voto popular: “Infiltração cerebral”
4
Nesta imagem de um cérebro, um tumor maligno aparece como uma massa vermelha à esquerda. As fibras vermelhas são um sinal de perigo. Se forem cortadas pelo escalpelo do neurocirurgião, o paciente pode ter a visão, percepção ou função motora afetadas. As fibras azuis mostram conexões funcionais distantes do tumor que provavelmente não serão afetadas durante uma cirurgia.
Juntas, as fibras azuis e vermelhas fornecem um roteiro para os neurocirurgiões planejarem suas operações.
O estudante de graduação de Ciência da Computação Maxine Chamberland, do Sherbrooke Connectivity Imaging Lab no Canadá, cria imagens como estas semanalmente, usando uma técnica de ressonância magnética que detecta a direção em que as moléculas de água se movem dentro das fibras de matéria branca, e monta uma imagem tridimensional das conexões funcionais do cérebro.
Crédito: Maxime Chamberland, David Fortin, e Maxime Descoteaux, Laboratório de Imageamento de Conectividade Sherbrooke

Posters e Gráficos

Primeiro lugar: Adaptação das artérias cervicais e cefálicas da coruja em relação a rotações extremas do pescoço.
5
Em vez de movimentar seus olhos nas órbitas oculares, as corujas movimentam suas cabeças 270°. Este poster explica qual o provável mecanismo para esta habilidade esquisita.
A equipe estudou 12 aves mortas de centros educacionais no Michigan e Missouri (EUA). A seguir, criaram imagens tridimensionais dos vasos sanguíneos e ossos da coruja usando um scanner de tomografia computadorizada, e injetaram um corante radiológico e plástico liquefeito vermelho para preservar as artérias antes da dissecção.
As corujas revelaram alguns segredos surpreendentes quando examinadas cuidadosamente. Os pesquisadores encontraram expansões nas artérias que provavelmente funcionam como reservatórios que se enchem de sangue quando a ave vira a cabeça, e também artérias de “backup”, que fornecem sangue ao cérebro quando as artérias principais estão espremidas.
Crédito: Fabian de Kok-Mercado, Michael Habib, Tim Phelps, Lydia Gregg, e Philippe Gailloud, da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins, Departamento de Arte Aplicada à Medicina
Voto popular: “A Cidade de Transporte Pharma: Compreendendo as Rotas para o Uso Sustentável de Farmacêuticos”
6
Este gráfico informativo mostra as complexas rotas de transporte de farmacêuticos no ambiente, e considera as influências psicológicas do uso e descarte de drogas.
Ele ilustra a natureza cíclica do transporte farmacêutico, destacando um intervalo extenso de pontos onde a contaminação ambiental pode ser diminuída através de intervenções.
Também reconhece lacunas no conhecimento, como a ignorância sobre até que ponto os produtos farmacêuticos ficam ativos quando consumidos não intencionalmente, por estarem presentes na alimentação ou água.
Crédito: Will Stahl-Timmins, Mathew White, Michael Depledge, e Lora Fleming, Centro Europeu para o Ambiente e Saúde Humana, Escola Médica da Universidade de Exeter; Clare Redshaw, Universidade de Plymouth

Jogos e Aplicativos

Menção honrosa: “Velocity Raptor”
7
Neste jogo, o dinossauro com capa azul está com pressa para salvar o mundo. Com tanta pressa, que se move quase à velocidade da luz. Nesta velocidade, o mundo se comporta conforme descrito pela teoria especial da relatividade de Albert Einstein.
Os jogadores têm que guiar o animal através de um mundo que se modifica conforme a velocidade, incorporando conceitos como o desvio Doppler e a contração do espaço.
O Velocity Raptor é uma tentativa de dar às pessoas uma ideia palpável sobre a física da relatividade especial, deixando-as jogar com ela. Jogue Velocity Raptor aqui.
Crédito: Andy Hall, TestTubeGames
Vencedor do Voto Popular: “Untangled”
8
A professora assistente Gayatri Mehta estava com problemas para desenhar as conexões de um chip de computador de forma mais eficiente. Para resolvê-lo, ela se voltou para o crowdsourcing, um modelo de produção que utiliza a inteligência e os conhecimentos coletivos e voluntários espalhados pela internet para resolver problemas, inspirada por um jogo que recrutava jogadores online para descobrir novas formas de dobrar proteínas.
No jogo UNTANGLED, os jogadores competem para fazer o layout de circuito mais compacto. Para provocar os usuários com medo de matemática e ciência, ela usou blocos coloridos e deixou de fora os algoritmos.
O jogo permite que ela registre milhões de novos movimentos e descubra estratégias humanas para projetar circuitos que podem ser empregadas para desenvolver dispositivos eletrônicos menores, mais poderosos e mais duráveis. Jogue Untangled aqui.
Crédito: Gayatri Mehta, Universidade do Texas Norte

Vídeo

Primeiro lugar e vencedor do voto popular: “Alya Red: Um Coração Computacional”
9
Esta é uma renderização artística de Alya Red, um novo modelo computacional do coração que combina imagens médicas modernas com supercomputação.
Baseado em dados de ressonância magnética, cada fio colorido representa células do músculo cardíaco que transmitem corrente elétrica e disparam uma batida no modelo de coração humano.
Apesar de séculos de estudo, os cientistas ainda estão perplexos pela complexa coreografia elétrica cardíaca, diz Fernando Cucchietti, que ajudou a produzir o vídeo. Segundo ele, a parte mas desafiadora foi fazer as fibras cardíacas na imagem se moverem de forma realística.
Crédito: Guillermo Marin, Fernando M. Cucchietti, Mariano Vázquez, Carlos Tripiana, Guillaume Houzeaux, Ruth Arís, Pierre Lafortune, e Jazmin Aguado-Sierra, Centro de Supercomputação de Barcelona
Menção honrosa: Revelando Mudanças Invisíveis no Mundo
10
Neste vídeo, uma equipe de cientistas da computação do MIT (Massachusetts Institute of Tecnhology) em Cambridge (EUA) demonstra um novo método para destacar mudanças sutis que são normalmente invisíveis ao olho.
Usando o vídeo como entrada, a equipe analisa cada pixel, procurando variações mínimas de cor com o tempo. Por exemplo, o avermelhamento rítmico da face de um homem enquanto o sangue pulsa pelas veias.
A seguir, eles aplicam um algoritmo que amplia a variação, e extrai a informação que eles querem. Ao ampliar o leve rubor do homem, por exemplo, eles foram capazes de verificar seu batimento cardíaco. Entre outras aplicações, segundo eles, a técnica pode ajudar médicos a tomar os sinais vitais de pacientes remotamente.
Crédito: Michael Rubinstein, Neal Wadhwa, Frédo Durand, William T. Freeman, Hao-Yu Wu, John Guttag, MIT; e Eugene Shih, Quanta Research Cambridge
A próxima competição já está em andamento, e as inscrições se encerram em setembro de 2014.[National Science Foundation]