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terça-feira, 14 de junho de 2016

O "peso" da justiça

Uma velha gorda com uma balança na mão, menor que seus volumosos seios, carregada sobre os ombros de famélico cidadão, de estatura bem menor que o cajado que a pesada senhora segura e que lhe sustenta. Tudo é maior que o cidadão, menos a balança, é claro. E quanto ao cajado, este é o Estado, que sob o olhar do famélico por justiça, está próximo, mas ao mesmo tempo, segurada pela gorda senhora, parece distante.
Talvez esta seja a essência da escultura do dinamarquês Jens Galschiot,  mas isso, na interpretação do injustiçado, e não nos olhos da senhora gorda com aparência enfadada que vê o horizonte sem nenhum lampejo de esperança.
A concepção olímpica dos deuses, parece algo que ainda permeia o imaginário da justiça brasileira, principalmente nas cortes, que vivem distantes das tragédias do povo, que não sente o suor que exala do réu, que não vê as frontes cansadas das partes, das roupas mal talhadas que vestem muitos dos que busca a sua satisfação.
A justiça, representada pela toga que o Estado (in) veste o cidadão que a ela jurou servir, parece que caminha numa lógica perversa que privilegia o status quo. Até mesmo quando a modernidade chega para acelerar a justiça, a exemplo do processo judicial eletrônico-pje, não é incomum autos dormirem silenciosamente nas infraestestruturas de nuvem do judiciário. O que outrora eram calhamaços de papéis descansando em estantes abarrotadas, hoje são bytes inertes, dormindo silenciosamente na internet.
Ao que nos parece, muitos dos servidores da justiça (claro que sem generalizar) percebem o seu funcionamento como objetivo único de auto-alimentação da própria máquina, e não como satisfação das demandas sociais, e para isso buscam estabelecer "regrinhas" que afastam o jurisdicionado das suas sedes.
Não é incomum o combalido cidadão adentrar pelas portas do judiciário e na sua recepção um notável cartaz destacado com os dizeres:"Atenção, Código Penal: Artigo 331. Desacato: Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela. Pena: detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa", com pena e multa destacados em negrito. Diante de tal ameaça estatal, como o cidadão combalido reagirá àquele grosseiro (sem generalizar) servidor que, em frases curtas lhes responde sem muita ênfase?
E para finalizar, como se não bastasse, vem agora, a senhora gorda, querendo reduzir o horário da prestação jurisdicional, como se esta fosse célere e eficiente, o que mereceu protestos da OAB nacional, que ajuizou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade de número 4598, no Supremo Tribunal Federal, que foi deferida pelo ministro Luiz Fux, onde trata da proibição da redução de horário de atendimento nos Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs) da 5ª e da 22ª regiões (Bahia e Piauí), que se estende, de maneira cautelar, para os demais tribunais do país.
Na sua própria contradição, a justiça decreta que a justiça não pode afastar-se do cidadão, não pode restringir o seu direito constitucional de acesso à prestação jurisdicional, e nós? Nós, advogados de base, na luta diária para que a justiça se torne mais leve, versátil e justa, com a balança maior do que os seus próprios seios, não podemos fugir à luta, pois como dizia Sobral Pinto: A advocacia não é profissão de covardes. 

Por: Armstrong Lemos -

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Até quando politicamente correto?

As mazelas de uma sociedade de apenas uma linha de pensamento válida.

Atualmente o Brasil vive a democracia de uma só corrente de opinião.
Toda e qualquer opinião contrária a essa tal opinião democrática é automaticamente rechaçada como fascismo, mesmo que não exista sequer uma linha fascista na opinião, ou posicionamento proferido.
Ah claramente hoje no estado não uma democracia de apenas um ponto de vista, mas na verdade o que existe é a ditadura de uma só interpretação, que se transveste em histeria e pânico quando confrontados com opiniões divergentes. 
Quem não assistiu, presenciou, ou ao menos ouviu falar nos gritos, berros, choros ao se questionar qualquer coisa que é tido como correto no atual senso comum?
A mulher grita: - Estuproooo!
A sociedade cobra o cárcere instantâneo.
O cidadão desavisado questiona se foi feita investigação e se está sendo respeitado o devido processo legal. Se não há talvez possibilidade de haver armação, por um jogo de interesses, quem sabe?
Pobre do cidadão...
Feministas em desespero e aos gritos: "machista", "a vítima nunca tem culpa", etc...
Se ousar questionar para que cotas raciais para acesso a pós-graduação, afinal o cidadão desavisado vai se sentir curioso com o fato de que o mesmo já se aproveitou da cota para entrar na faculdade e na faculdade se espera que o mesmo seja nivelado a todos os outros, então por que afinal cotas para entrar na pós-graduação também?
(...) ah, pobre desse nosso cidadão... Ele ainda não entendeu a nova regra que estamos vivenciando...
- RACISTA! GENOCIDA! Branco matador de escravos!
- Ei, calma, branco não! Eu me declarei pardo! - Dirá o pobre cidadão que ainda não captou a mensagem dessa massa democrática.
- Pardo? Seu fenótipo é branco!
- Mas eu me declarei pardo ao IBGE, meus pais são pardos também!
- Isso não vale nada, é auto declaração! Você só declarou pardo pelas cotas, quer roubar a minha cota! Você usa dessa política elitista onde a maior parte é branca para se proteger! Essa política não representa o Brasil pois o Brasil não é de maioria branca!
- Como você sabe que a maior parte do congresso é branco e que o Estado não é de maioria branca?
- Pelos dados do IBGE!
- Mas esses dados não valem nada quando é para mim? Mas são ponto alto de seu discurso quando é para você? Eu sou pardo para ser sua maioria, mas sou branco para entrar na universidade contigo? (http://g1.globo.com/são-paulo/noticia/2016/04/aprovados-por-cotas-podem-ter-que-comprovar-origem-rac...)
(...) Ei, ei, ei! Amigo cidadão, melhor deixar a discussão agora para trás; ou será caçado por um grupo insano do movimento dele e você vai apanhar, democraticamente claro... (provavelmente decidirão de forma democrática onde lhe aplicarão os socos mais fortes, vai saber).
The word 'racism' is like ketchup. It can be put on practically anything - and demanding evidence makes you a 'racist.' - Thomas Sowell
E nem ouse questionar porque dentro de sua faculdade federal os que se dizem oprimidos são os que nunca trabalharam e ficam o dia inteiro na faculdade sustentados pelos pais, vão de carro próprio para os estudos e viajam todo final do ano para o exterior, atualmente está na moda cuspir, vomitar, etc... Melhor deixar suas dúvidas para lá meu parceiro cidadão, até porque com esses questionamentos, nessa sociedade nem para cidadão você serve. (http://rodrigoconstantino.com/artigos/professor-de-filosofiaeintimidado-na-ufpe-por-militantes-de-... )
A linha de pensamento desses grupos é clara e apelando sempre para o emocional se afastando completamente do racional defendem primeiro que só existe uma verdade: a verdade deles. Que representam os oprimidos e as minorias e que o questionamento a essas ideias é antidemocrático e fascista, mesmo que não se encontre na linguística sentido algum nesse tipo de nomeação que estão lhe aplicando para o caso concreto.
Se tem um pouco de John Rawls e muito de Antônio Gramsci não se pode ter certeza, mas que eles conseguiram o que Karl Marx nunca conseguiu, não dá para negar (http://www.espacoacademico.com.br/083/83protasio.htm). Através da doutrinação cultural e do controle linguístico e didático, hoje é difícil sair da escola com o seu ponto de vista sobre as coisas, já que é uníssono que o estudante vai aprender apenas o lado obscuro da coisa e treinado a repelir qualquer ponto de vista diferente, o curioso é que esse modelo de doutrinação vem justamente de um modelo de pensamento da esquerda que se chama "teoria crítica".
Meu sonho é ver um bom grupo de adolescentes sair do ensino médio se perguntando: "'Pera' aí, se os comunistas lutavam pela redemocratização do Estado Brasileiro, porque eles foram treinados e financiados por países ditatoriais como Cuba e China?"
Ou simplesmente se perguntarem: ''por que meu livro de história prega que a Ditadura Militar foi a pior ditadura possível, se ela sequer retirou liberdades individuais em quase toda sua existência e ainda permitia eleições até para governadores e senadores?"
Tente ousar questionar os homicídios de LGBTTs para ver o resultado.
“Mas onde que garante que os homicídios sejam oriundos do crime de ódio? Os dados dos poucos estados que filtram isso fica bem claro que a maior parte dos crimes é passional”.
-Não existe crime passional! O amor não mata! Isso é criação dos homofóbicos e dos machistas!
Ou ainda: “Como assim as prisões são senzalas da idade moderna? Ok que a população negra é a mais pobre, mas existe negro rico e não há negro rico na cadeia, assim como existe branco pobre em menor número e há branco pobre na cadeia, não seria então uma questão social muito mais que racial? ”
- Não me venha com esse discurso racista! Só pararemos quando a prisão ficar mais branca e menos negra!
- E vai ter gente que vai dizer que esse texto não tem valor porque defende (?) a ditadura, e o autor será chamado provavelmente não só de machista (?) e racista (?) (fascista (!) também, claro), mas também e ainda de militarista e intervencionista.
Hoje isso tudo é impossível graças aos livros extremamente ideológicos que formam nossos filhos. As universidades públicas que cada vez mais deixam de ser cátedras do ensino e da pesquisa para se tornarem grandes centros doutrinadores e assim perdem cada vez mais o prestígio como centros de desenvolvimento de conhecimento que outrora orgulhosamente ostentavam.
Os grupos que representam os movimentos das tais minorias são carregados de preconceitos permitidos por essa ideologia de esquerda que nos enfiam desde os 8 anos de idade (senão antes).
Uma análise mais cuidadosa de qualquer um que tenha um olhar menos carregado por essas posições vai perceber claramente que no movimento negro a culpa de tudo é do Branco e ninguém levanta a bandeira do racismo e da cultura do ódio racial. Mas vai dizer o contrário para ver qual alcunha carregará até seus últimos dias nesse planeta.
O movimento feminista sobre de uma misandria patológica (http://www.unicamp.br/cemarx/ANAIS%20IV%20COLOQUIO/comunica%E7%F5es/GT4/gt4m3c6.PDF ehttps://we.riseup.net/radfem/a-nova-misandria-joanna-russ) e qualquer questionamento que faça, mesmo que seja no intuito de sugerir algo em prol do todo e muito provavelmente verá a maior histeria possível.
Essa cultura do politicamente correto, transformou até a gramática em 'uma mulher' machista. É 'X' e 'arroba' em todos os lugares, assassinando a pobre da gramática sem que sejam acusados pelo homicídio. Assim fica difícil, até gente que só escreve no feminino já está surgindo e vai fazer piada e só escrever no masculino para ver o que lhe acontece. (Http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/patrulha-gayzistaefeminazi-chega-ao-colegio-pedro-ii-...)
Não existe democracia de apenas uma opinião e é uma interpretação errada, entender que Jean Jacques Rousseau defende que a opinião da minoria é a opinião errada na disputa democrática ‘Rousseauniana’, muito embora Edmund Burke já o tenha desmentido além da conta (https://www.ukessays.com/essays/politics/contrasting-edmund-burke-and-jean-jacque-rousseau-politics-.... Além de que no Brasil atual muitas vezes não é a opinião da maioria numérica que se repete por aí, mas a opinião dos mais estridentes.
Dizem se preocupar com as liberdades individuais no que tange aborto e as drogas, mas esquecem da liberdade individual ao falar do porte de armas, dizem que são da paz, mesmo tendo feito do Brasil com essa cultura um dos países mais violentos do mundo e não se preocupando em explicar porque não lutam por um processo para obtenção de licença para dirigir mais eficaz, já que o trânsito mata muito mais que o porte de armas no mundo, mesmo em proporção.
Dizem ser contra a cultura do estupro, mas apoiam as festas funk nos morros do Rio de Janeiro, inclusive com financiamento público e querem a punição de todos os estupradores, mesmo os que não foram sequer investigados, desde que sejam maiores de idade, se menores o perdão está dado, após os 18 anos o sistema é inocentado e o estuprador pode levar toda a culpa, antes disso a culpa é sua, minha, nossa, MAS NUNCA do estuprador (http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/tres-menores-praticam-estupro-coletivo-feministaseesq....
São contra as piadas de mal gosto, qualquer piada que use negro é racismo, que use a mulher é machismo, mas se quiserem fazer piada de judeus, cristãos, carecas ou mesmo anões, aí 'ta' liberado.
Não desejam a igualdade, não querem colocar todos num mesmo patamar de possibilidades, mas querem sim inverter o eixo das coisas, como se um lado fosse melhor que o outro e querem punir quem quer deixar do jeito que está, ou quem prefere um caminho mais focado no indivíduo e menos em detalhes como o sexo que prática, o sexo que nasceu, ou a cor de pele.
Daqui uns dias sexo só com contrato reconhecido em cartório. Mas a verdade é que daqui uns dias...
Por que é benéfico carregar de preconceitos para com a verdade dos fatos em prol de se levar a vida toda uma verdade mentirosa? Porque assim se justifica uma ideologia implantada a mais de 50 anos no território nacional.
Essa cultura vai dividindo o País ao invés de nos tornar cada vez mais unidade.
Essa cultura não sucinta o discurso, já que ela não é pautada na razão, mas sim na emoção.
Não medem esforços para diminuir as opiniões divergentes, quem defende o porte de armas é chamado de bancada da bala (nessa hora, como já citado, a esquerda esquece a tal defesa das liberdades individuais), mas vai chamar a bancada que pede a liberação das drogas de ‘a bancada dos nóias’ para ver (...).
Finalmente, essa cultura não criou apenas o 'nós', mas sim o" 'nós' contra o 'eles' ".

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Como detectar mentiras (e mentirosos no trabalho)

Neste artigo você vai aprender que: Uma pessoa mente de 10 a 200 vezes por dia; Pessoas inteligentes costumam mentir mais; Homens mentem 8 vezes mais; entre outras coisas. Pamela Meyer, autora de "Liespotting" (Detectando Mentiras), mostra maneiras de perceber tentativas de engano. Aprenda aqui como se proteger das mentiras no ambiente de trabalho.
Somos todos mentirosos; uns mais, outros menos.
Diariamente, as pessoas usam a mentira como um artifício para conseguir o que querem. Elas mentem para passar uma melhor impressão, para tentar provar algo e se fazer acreditar, para exercer poder sobre os outros, e também para proteger alguém (ou a si mesmo) quando a verdade é ardilosa demais. Existem, ainda, outros motivos pelos quais nós mentimos com maior frequência do que queremos assumir.
A mentira surge cedo, nos primeiros meses de vida. Bebês choram falsamente com o intuito de conseguir atenção ou alimento e, até o responsável atendê-los, dificilmente irão parar de chorar. Mentem por motivos estratégicos. Por mais desagradável que seja, faz parte da nossa natureza mentir, embora este não seja um argumento aceitável para muitas pessoas.
Existe hoje uma certa “epidemia de mentiras” que vem ganhando terreno numa sociedade em que as pessoas evitam, cada vez mais, a interação cara-a-cara. A mentira é como um lubrificante que alivia o atrito e o conflito nas relações sociais e, muitas vezes, nos impede de sofrer em um mundo de muitas verdades absolutas.

Liespotting

Quem fala com propriedade sobre o tema “mentiras” é Pamela Meyer, autora americana famosa por ter escrito o livro Liespotting: Proven Techniques To Detect Deception, no qual ela mostra algumas técnicas de como detectar mentiras e identificar mentirosos com eficiência.
Meyer começou a se interessar por mentiras durante uma palestra da qual ela participou na Harvard Business School, há muitos anos atrás. Durante o evento, ela e mais 350 pessoas assistiram a um professor falando sobre como as pessoas se comportam enquanto estão mentindo. Meyer notou as pessoas que estavam ao seu redor e, incrivelmente, ninguém estava mexendo em seus celulares, e nenhuma pessoa se mostrava distraída. Pelo contrário, todos prestavam absoluta atenção, o que é raro hoje em dia. Quando testemunhou aquele silêncio completo, ela soube que algo transformacional estava acontecendo, e foi naquele momento que ela obteve o insight para estudar e escrever um livro sobre a natureza das mentiras. 
Em entrevista para o site ACFE, ela afirmou:
“Enquanto eu decidi estudar sobre mentiras, me juntei a uma equipe de pesquisa. Nós examinamos a maioria dos estudos científicos, e descartamos as descobertas que não puderam ser comprovadas. Tornou-se evidente para mim que a mentira e o auto-engano têm sido essenciais para a literatura, psicologia, psiquiatria e psicanálise desde tempos imemoriais. Há um vasto depósito de conhecimento sobre a mentira, mas não havia sido compilado de uma forma fácil de entender. Então, eu me encarreguei de fazê-lo e, eventualmente, escrevi o livroLiespotting.”
Para escrever seu livro, Meyer realizou uma série de pesquisas na área de ciência cognitiva comportamental; analisou micro-expressões faciais e gestos corporais, e assistiu entrevistas jornalísticas e interrogatórios criminais. Ela encontrou alguns dados interessantes em seus estudos. Por exemplo:
– Uma pessoa mente de 10 a 200 vezes por dia;
– Pessoas inteligentes costumam mentir mais;
– Extrovertidos mentem mais que introvertidos;
– Homens mentem 8 vezes mais sobre si próprios do que sobre outras pessoas, enquanto mulheres mentem mais para proteger alguém;
– Pessoas estranhas umas às outras mentem cerca de 3 vezes a cada 10 minutos de conversa;
– Se uma pessoa é vista como mal caráter, alguém irá mentir para ela mais facilmente;
– Pessoas ricas e mais poderosas mentem melhor;
– Mulheres lidam pior com a mentira do que os homens;
– O tipo mais comum de mentira é a omissão;
– Adultos conseguem distinguir a verdade da mentira em apenas 54% das vezes.
Segundo Meyer, qualquer pessoa pode treinar para se tornar especialista em detectar mentiras, mesmo sendo hipócrita.
A autora diz:
“Na vida, é bom ter um ceticismo saudável para fomentar seu otimismo. Detectores de mentiras treinados costumam ser positivos em relação à natureza humana, e emergem de confiança para proteger a si mesmo e os outros de mentiras e fraudes. A nível pessoal, isso oferece vários benefícios. As pessoas treinadas em detecção de mentiras podem viver uma vida mais feliz e plena, e se tornar mais capazes de se relacionar com familiares e amigos. Você se torna mais seguro, e confia mais em seus instintos e julgamentos.”
Em Liespotting, Meyer afirma que a primeira forma de mentira é o auto-engano. No livro, ela também esclarece a diferença entre mentir para si mesmo e para os outros:
“Mentir é um ato cooperativo. Ninguém pode mentir para você sem o seu consentimento. Uma mentira não tem poder pelo seu conteúdo; seu poder reside em alguém concordando em acreditar nela. Já o auto-engano é relacionado ao ideal de perfeição. Todos nós desejamos ser melhores pessoas, mais bonitos, mais ricos, mais espertos, mais bem-sucedidos, mais altos, mais jovens, etc. Mentir para nós mesmos é uma tentativa de preencher essa lacuna, para conectar desejos e fantasias sobre quem gostaríamos de ser com quem realmente somos.”
Aí reside outra vantagem de conseguir detectar mentiras. Você se torna mais consciente do auto-engano. Até porque, é mais difícil ser enganado (e se enganar) quando se conhece os próprios pontos fracos.

Como detectar mentiras 
(e mentirosos no seu ambiente de trabalho)

Para detectar um mentiroso, primeiro, Meyer orienta, deve-se observar os padrões de comportamento de uma pessoa durante um certo período de tempo, para, depois, perceber quando houver desvios de conduta.
“Observe a postura da pessoa, sua risada, como ela lida normalmente com o estresse, o que ela faz para se acalmar, etc. Em seguida, fique atento aos sinais característicos de um mentiroso comum.”
Meyer classifica esses sinais em três categorias:

1. Mentiras verbais

Segundo ela:
“As pessoas que estão excessivamente determinadas em mentir usarão uma linguagem enrustida, não descontraída. Elas usarão frases de reforço e distanciamento como ‘eu não fiz isso’ ou ‘aquele homem cometeu um crime’. Os mentirosos apimentam sua história com detalhes inadequados e desnecessários para tentar provar que estão dizendo a verdade. Eles vão olhar nos seus olhos constantemente a fim de parecerem honestos, quando, na realidade, a maioria das pessoas dizendo a verdade olha nos seus olhos durante 60% do tempo.” 

2. Mentiras não-verbais

De acordo com Meyer:
“Mentirosos não ensaiam os seus gestos, apenas as suas palavras. A carga cognitiva já é enorme, por isso, quando contam a sua história, os mentirosos congelam a parte superior do corpo, olham para baixo, diminuem o tom da voz, reduzem a respiração. E eles vão exibir um momento reconhecível de alívio quando a entrevista (ou conversa) acabar.”

3. Histórias contadas em ordem cronológica perfeita

Meyer orienta:
“Peça a eles para contar sua história de trás para frente. Os mentirosos não podem fazer isso. Pessoas honestas lembram de histórias em ordem de importância emocional. Mentirosos tendem a inventar histórias que podem ser contadas em um determinado período de tempo, e eles vão vacilar quando solicitados a contá-las de forma diferente.”
Essas pistas comportamentais fornecidas por Meyer são apenas peças de um complexo quebra-cabeça. Em Liespotting, a autora fornece 5 passos para se chegar a verdade; ensina frases e perguntas para serem ditas, e explica melhor como encontrar lacunas na história de alguém.
Assista a palestra que Pamela deu para o TED, em julho de 2011. 
https://youtu.be/QZ8tFDrLqjI

quarta-feira, 1 de junho de 2016

CASAMENTO REAL x OSAMA


Alguém que sigo no Twitter (meu segundo lar, diga-se de passagem) disse que nestes últimos dias o mundo vivenciou uma história digna do universo encantado de Wall Disney. O twett desta pessoa, sobre a qual não estou tentando criar nenhum mistério simplesmente não lembro quem é,  dizia algo como: O príncipe casou com uma linda plebéia e, após tantas lutas, o vilão foi morto pelo mocinho. É isso mesmo? por favor me digam ... estamos mesmo vivenciando um momento histórico que contaremos com uma enorme nostalgia e alegria aos nossos netos? bom, pra variar não estou muito convencida e confiante nessa euforia ocidental. 

Pra início de conversa acho que a relação entre o casamento real e a morte de Osama Bin Laden será sempre incompatível ... principalmente quando pensadas sobre o prisma das emoções que despertaram. A meu ver, o casamento do Príncipe inglês acendeu uma chama de encantamento nas pessoas, elas pararam tudo que estavam fazendo para acompanhar cada detalhe da construção do cenário em que seria encenada a mais nova história de amor do mundo. Nela, há todos os elementos que compõem um típico conto de fadas ocidental: um príncipe que teve uma triste trajetória na infância e, por fim, se apaixona por uma linda e carismática plebéia, uma rainha misteriosa e controversa, uma família real com uma extensa trajetória de intrigas, desastres, escândalos e, ao mesmo tempo, magia e aura de poder.  Cá entre nós, não é o enredo mais original do mundo e nem o que mais me agrada, mas ainda assim funciona, e funciona muito bem. Não, não é ironia. Acredito honestamente que o casamento real despertou algo positivo nas pessoas, de alguma forma elas se envolveram, se permitiram sonhar e compartilhar o súbito clima de romantismo e festejo que se espalhou pelo ocidente. A história toda foi como uma fuga em massa da realidade cinzenta para um universo de encantamento no qual os finais felizes são possíveis. O casamento de tornou um refúgio para aqueles que o excesso de realidade já havia secado, definhado ... uma esperança. E isso é ótimo! 

Mas então, chegamos ao ponto com o qual não consigo concordar. Nesta segunda-feira, os sites de notícia do mundo inteiro começaram a divulgar a notícia de que Osama Bin Laden estava morto. O cara do 11 de setembro havia morrido. Ok. Tudo bem. As informações foram chegando, as notícias se acumulando até que eu parei um segundo e percebi que algo estava muito errado ... "Peraí", em primeiro lugar ele não foi morto e sim assassinado ... não, não é a mesma coisa e ... SIM, isso faz toda diferença. Alguém consegue imaginar que, caso o Obama fosse morto em um ataque idealizado por Bin Laden, algum jornal utilizaria o termo MORTO no lugar de ASSASSINADO? ... É claro que não estou aqui defendendo o Osama Bin Laden, muito menos validando nenhuma de suas ações ... na verdade estou mesmo preocupada com o espetáculo que sua morte se tornou. Em poucos minutos após a confirmação do fato, americanos saíram às ruas para comemorar, beber e festejar como se tivessem ganho alguma final de campeonato. Pessoas de todos os países, principalmente os ocidentais, mandavam mensagens pelo Twitter festejando o que, a meu ver, foi mais um derramamento de sangue em uma sociedade doente e ainda medieval. 

As manifestações após a morte do, então dito, maior inimigo do ocidente trouxe consigo não o sentimento de encantamento gerado pelo casamento real, mas um clima de libertação de um ódio insaciável por vingança. As imagens pareciam as reproduções típicas do mundo antigo no qual a população clamava pelo sangue, pela crucificação e açoitamento de seus criminosos. Então é isso? é essa nossa sociedade? é isso que somos? ... Honestamente, não vejo diferença entre as ações desumanas sejam elas oriundas do ocidente ou do oriente, do norte ou do sul, do leste, do oeste ... E o que assisti foi a mais cruel manifestação de apologia à violência, aos massacres, às guerras e aos atentados, de que já tive notícias.

Alguém pode se perguntar se eu fiquei triste com a morte de Bin Laden, e respondo que SIM, eu fiquei. Assim como me entristeci com as mortes do 11 de setembro, das guerras históricas que só promovem o ódio, a discriminação e as divisões imbecis que os poderosos estabelecem e nós acatamos eufóricos. Não há o que se comemorar na vigança. Não há o que se comemorar em uma guerra. Ninguém nunca vence. A história apenas se repete e aumenta o número de corpos ... de mortos ... de futuras retaliações. Até quando isso irá durar? quanto sangue precisa ser derramado para saciar nossa sede? A humanidade, desde sempre, baseou sua história nos inúmeros conflitos que travou e, pelo que assisti e pelo que continuo assistindo, isso nunca irá mudar. A humanidade promove e celebra a violência, mesmo sabendo que ela será a única vítima do terror que gera.

Ao meu colega de Twitter, sinto informar que o final feliz esperado por ele não parece próximo. Existirá apenas na imaginação dos plebeus que sonham com o mundo encantado de Wall Disney ou com príncipes, princesas e seus castelos ... No mundo de verdade a felicidade parece sempre estar mais distante de nós do que nosso próprio fim.



    Mabel Oliveira Teixeira
              Jornalista

Exigências da vida moderna


Exigências da vida moderna (quem aguenta tudo isso???)
ü Dizem que todos os dias você deve comer uma maçãpor causa do ferro.
ü uma banana pelo potássio.
ü E também uma laranja pela vitamina C.
ü Uma xícara de chá verde sem açúcar para prevenir o diabetes.
ü Todos os dias deve-se tomar ao menos dois litros de água.
ü E depois uriná-los, o que consome o dobro do tempo.
ü Todos os dias deve-se tomar um Yakult pelos lactobacilos (que ninguém sabe bem o que é, mas que aos bilhões, ajudam a digestão).
ü Cada dia uma Aspirina, previne infarto.
ü Uma taça de vinho tinto também.
ü Uma de vinho branco estabiliza o sistema nervoso.
ü Um copo de cerveja, para... não lembro bem para o que, mas faz bem.
ü O benefício adicional é que se você tomar tudo isso ao mesmo tempo e tiver um derrame, nem vai perceber...
ü Todos os dias deve-se comer fibra. Muita, muitíssima fibra. Fibra suficiente para fazer um pulôver.
ü Você deve fazer entre quatro e seis refeições leves diariamente.
ü E nunca se esqueça de mastigar pelo menos cem vezes cada garfada.
ü Só para comer, serão cerca de cinco horas do dia. UFA!!!
ü E não esqueça de escovar os dentes depois de comer.
ü Ou seja, você tem que escovar os dentes depois da maçã, da banana, da laranja, das seis refeições e enquanto tiver dentes, passar fio dentalmassagear a gengiva, escovar a língua e bochechar com Plax.
ü Melhor, inclusive, ampliar o banheiro e aproveitar para colocar um equipamento de som, porque entre a água, a fibra e os dentes, você vai passar ali várias horas por dia. CAGANDO NÉ!!!
ü Há que se dormir oito horas por noite e trabalhar outras oito por dia, mais as cinco comendo são vinte e uma. Sobram três, desde que você não pegue trânsito. TÁ DIFICILLLLL!
ü As estatísticas comprovam que assistimos três horas de TV por dia.
ü Menos você, porque todos os dias você vai caminhar ao menos meia hora (por experiência própria, após quinze minutos dê meia volta e comece a voltar, ou a meia hora vira uma).
ü E você deve cuidar das amizades, porque são como uma planta: devem ser regadas diariamente, o que me faz pensar em quem vai cuidar das minhas amizades quando eu estiver viajando.
ü Deve-se estar bem informado também, lendo dois ou três jornais por dia para comparar as informações.
ü Ah! E o sexo!!!! Todos os dias, um dia sim, o outro também.
ü Dizer EU TE AMO, toda hora. ''Ainda pego quem inventou essa neura...que saco!!!''
ü Também precisa sobrar tempo para varrer, passar, lavar roupa, pratos e espero que você não tenha um bichinho de estimação. Se tiver tem que brincar com ele, pelo menos meia hora todo dia, para ele não ficar deprimido...
ü Na minha conta são 29 horas por dia.
ü A única solução que me ocorre é fazer várias dessas coisas ao mesmo tempo!!!
ü Tomar banho frio com a boca aberta, assim você toma água e escova os dentes ao mesmo tempo.
ü Chame os amigos e seus pais, seu amor, o sogro, a sogra,os cunhados....
ü Beba o vinho, coma a maçã e dê a banana na boca da sua mulher. Não esqueça do “EU TE AMO”, (Vou achar logo quem inventou isso, me aguarde).
ü Ainda bem que somos crescidinhos, senão ainda teria umDanoninho e se sobrarem 5 minutos, uma colherada de leite de magnésio.
ü Agora voce tá ferrado mesmo é se tiver criança pequena. Aí lascou de vez, porque o tempo que ia sobrar para você... já era. criança ocupa um tempo danado. Agora tenho que ir.
ü É o meio do dia, e depois da cerveja, do vinho e da maçã, tenho que ir ao banheiro e correndo.
ü E já que voulevo um jornal... Tchau....
ü Se sobrar um tempinho, me manda um e-mail.
Luís Fernando Veríssimo

Haja fôlego!!!!!