Mentes que visitam

sábado, 14 de maio de 2011

Living on the Fault Line




Os primeiros dois livros de Geoffrey Moore, Crossing the Chasm (Cruzando o Abismo) e Inside the Tornado (Dentro do Tornado), foram a bíblia de uma geração de gerentes de alta tecnologia. O desafio de que estes livros tratavam era como anunciar e vender segundo o que ele chamava Ciclo de Vida de Adoção de Tecnologia. Em Living on The Fault Line (Vivendo na Linha de Fenda), Moore leva sua mensagem a um grupo bem diferente de executivos, aqueles que nunca tiveram que se preocupar em vender tecnologia, mas que agora enfrentam o maior e mais perturbador ciclo de vida tecnológico de todos - a Internet. 

Moore defende que a Internet mudou tudo, com veemência. Como muitas empresas já estão descobrindo, a participação no mercado vale mais do que a receita; a integração virtual sobrepuja a integração vertical; e o departamento de TI, antigamente relegado ao fundo do escritório, não é mais para o negócio - ele é o negócio. O melhor indicativo do sucesso de uma empresa? Tente o preço de suas ações. Moore escreve, O preço das ações é de fato um sistema de informações sobre vantagem competitiva, que pode ajudá-lo a determinar que mercados atacar, quais estratégias perseguir, que parceiros apoiar e que táticas executar... O Capital, em outras palavras, flui para a vantagem competitiva e abandona a desvantagem competitiva. 

Para alguns, as receitas de Moore podem parecer exageradas. Mas aqueles que estiverem tentando se agarrar na economia da Internet encontrarão muito o que avaliar, aqui. Por exemplo, gerentes que enfrentam escassez de tempo e de recursos acharão sua análise de núcleo e contexto um prisma muito poderoso, sob o qual administrar. Ele define núcleo como sendo as atividades que diferenciam a empresa no mercado, portanto direcionando o preço de suas ações. Contexto é simplesmente todo o resto que a empresa já faz. Sua sugestão: dedique seu melhor pessoal ao núcleo e terceirize o máximo possível do contexto. 

Se você gostou dos textos anteriores de Moore, você achará Living on The Fault Line leitura obrigatória. Se nunca leu Moore antes, ponha este em sua prateleira antes que a concorrência o faça. Absorvente e fácil de ler, este é de se guardar. 

Autor: Geoffrey Moore
                                         

Robots for Kids: Exploring New Technologies for Learning





No âmbito do aprendizado e das brincadeiras infantis, o conceito de robô e as aplicações de robôs de verdade estão sofrendo uma expansão dramática. Aqui, o termo robô refere-se a uma gama crescente de dispositivos interativos - incluindo brinquedos, animais de estimação, auxílio aos deficientes e ferramentas claramente educacionais - que estão sendo utilizados de maneiras que, se espera, terão efeitos profundos e benéficos sobre como as nossas crianças se desenvolvem e crescem. 

Robôs Para Crianças: A Exploração de Novas Tecnologias Para o Aprendizado começa com contribuições dos principais projetistas e pesquisadores, cada um oferecendo uma perspectiva única do desafio de desenvolver robôs específicos para crianças. A segunda parte é dedicada às histórias de educadores que trabalham com crianças utilizando estes dispositivos, explorando novas aplicações e mapeando seu impacto. Por todo o livro, redações de crianças são incluídas, discutindo suas experiências pessoais e idéias a respeito dos robôs. Este é um livro cativante, divertido e revelador, para uma ampla audiência, incluindo a indústria, pesquisadores comerciais e acadêmicos, criadores de novos produtos de mídia e consumo, entusiastas da robótica, projetistas de brinquedos, professores e pesquisadores educacionais. 

Características: 

Contribuições de líderes nas áreas de interação homem-computador e robótica; 
Histórias de desenvolvimento de produtos, contadas pelos principais projetistas e pesquisadores de organizações como a Microsoft, MIT Media Lab, Disney e Sony; 
Histórias de aplicação de produtos, contadas por educadores que estão fazendo dos robôs parte central da experiência de aprendizado de crianças, tanto dentro como fora da sala de aula; 
Redações de crianças - algumas, usuárias da tecnologia robótica, outras, projetistas a seu próprio modo. 
                                              

The Hungry Spirit : Beyond Capitalism : A Quest for Purpose in the Modern World




O problema são os valores, não a economia, estúpido!, bem poderia ser o lema do último livro de Charles Handy, intitulado Um Espírito Faminto («The Hungry Spirit»), agora editado pela Hutchinson/Random House, em Londres. 


Com esta inversão do slogan eleitoral que ficou famoso na América, Handy deixou-se tentar, em definitivo, pela filosofia, neste final de século, e iniciou uma busca sistemática de um propósito, de valores decentes para o capitalismo atual. 

Apesar do triunfo mundial do sistema, a sociedade contemporânea sofre de uma malaise. Diversos teóricos de gestão começaram a procura de uma sociedade decente. Da doutrina do management têm passado para a filosofia e a economia políticas. O primeiro a abrir a nova onda foi Peter Drucker, nos Estados Unidos, quando começou a escrever sobre o que designou de sociedade pós-capitalista. 

Handy tem andado às voltas com o mesmo problema nos últimos anos, e esta sua mais recente obra leva mesmo como pós-título Para além do capitalismo - em busca de um propósito no mundo moderno. Este irlandês radicado em Inglaterra, a quem muitos consideram o Drucker europeu - apesar de ser mais novo uns vinte e dois anos e de ter despertado para a escrita sobre gestão apenas em meados dos anos 70 - não evita a crueza da situação ideológica a que o sistema chegou com os exageros da década de 80 e cujas réplicas, já um pouco caricatas, continuam. 

Não conheço um sistema econômico melhor, confessa a abrir o livro. Contudo, essa nova moda de transformar tudo em negócio, até as nossas vidas, não me parece ser resposta. E, colocando ordem nas ideias, sublinha: O capitalismo é apenas um mecanismo, metam isso na cabeça. Não fornece os valores para a sociedade. Para tal precisamos de uma filosofia. Uma filosofia para os nossos tempos, tanto para as instituições como para os indivíduos. 

Handy vai, então, buscar em seu socorro diversos filósofos e cientistas e reintrepreta inclusive o que alguns teóricos do capitalismo industrial nascente, como Adam Smith, disseram, limpando-lhes a carga «liberaloide» excessiva. Leu inclusive o «nosso» António Damásio e de O Erro de Descartes importou uma crítica muito dura aos racionalistas loucos e frios, que, sobretudo nos anos 80, serviram de modelo a uma geração de gestores e empresários treinados no mundo VIP ou moldados nos MBA. 

O seu objectivo é que os ideólogos do capitalismo, e os cidadãos comuns a começar pelos gestores e homens de negócio, regressem a uma postura mais equilibrada. Deve haver alguma coisa que possamos fazer para restaurar o equlíbrio!, exclama. 

O que ele procura, confessa, é um novo individualismo, uma postura que equilibre o individuo com a sociedade. Handy fala de um egoismo como deve ser, um epicurismo filosófico - satisfazemo-nos pessoalmente quando olhamos para além de nós. 

As raízes desse novo individualismo estão na idade da soberania pessoal que nasceu com a revolução social dos últimos trinta anos. Começou nos anos 60, com os novos valores culturais, com a pilúla contraceptiva, o computador pessoal e, mais recentemente, a Internet, diz o autor. 

Juntamente com esta afirmação individual, cresceu a conectividade, algo que é capaz de fazer uma síntese entre a personalização e a interdependência, e que Handy vê com muita transparência no fenómeno de massas que começa a ser a Net. 

Neste egoismo como deve ser, ele inclui uma consciência de cidadania muito forte. Os custos sociais (desemprego, marginalização, tendência para o aumento dos excluídos da nova onda tecnológica), psicológicos e ambientais estão à vista de todos. Há que ter noção dos limites do modelo atual de crescimento. Não apenas os físicos e ambientais de que falava o casal Meadows nos anos 70 (no célebre Relatório «Os Limites ao Crescimento»), mas sobretudo os psicológicos e filosóficos, algo com que é mais dificil de lidar. 

Escreve, ainda, sobre os limites do consumismo (do vicío do chindogu, a tendência para se encher de coisas inúteis, segundo os japoneses) e do competitivismo à escala global. Não aceita a destruição sistemática do serviço público. 

Descendo ao terreno do trabalho futuro, o filósofo da gestão inglês insiste na sua versão da empregabilidade (distinguir de emprego) e dos profissionais com um portfolio de competências e atividades que não são empregados de ninguém permanentemente. É um assunto em que ele vem gastando muita tinta e papel já há alguns anos. 

Segundo estudos ingleses, os trabalhadores temporários, os a tempo parcial e os profissionais auto-empregados atingirão, naquele país, os 45 por cento da força de trabalho em 2005. 

De seguida, no campo das empresas, novos modelos se imporão. Handy fala das novas formas de organização que se estruturam em torno de redes de associados - como é o caso da VISA -, ou de um modo federalista, como no caso da ABB. São exemplos europeus, sublinha. Ou, então, salienta a força das organizações baseadas em comunidades de interesse e em boa dose de voluntariado. 

Os adereços são de luxo: organização em torno de um projeto específico, paixão pela causa, especialistas nas suas áreas, espírito de voluntariado na execução e conclusão da missão, camaradagem e confiança, orgulho de pertença, espaço de manobra suficiente para cada um. O que deve ser temperado com uma politica inteligente de remuneração e prêmio, em que o caso da Microsoft vem sempre à baila. 

Autor: Charles Handy
                                       

Common Knowledge: How Companies Thrive by Sharing What They Know




Pesquisa revolucionária sobre a transferência de conhecimento revela cinco métodos aprovados para tornar realidade o compartilhamento do conhecimento - Qual é o certo para a sua empresa? 

Apesar de o conhecimento externo - sobre os clientes, concorrentes - ser crítico, ele raramente dá à empresa uma vantagem competitiva, porque tal informação é igualmente disponível para todos. Mas o know-how interno que é específico de uma empresa - como apresentar uma nova droga ao mercado de diabéticos, como reduzir o tempo de montagem em uma fábrica de automóveis - é o que faz a vantagem competitiva sustentada. Nancy Dixon, especialista na área de aprendizagem organizacional, chama este conhecimento originado da experiência de conhecimento comum, e argumenta que, para se ir além de falar sobre a administração do conhecimento e realmente fazê-la, as empresas devem primeiro reconhecer que nem todo o conhecimento é criado - e portanto não pode ser compartilhado - igualmente. 

Criar sistemas de transferência de conhecimento de sucesso, argumenta Dixon, requer combinar o tipo de conhecimento a ser compartilhado com o método mais indicado para transferi-lo com eficácia. Com base em um estudo aprofundado de várias organizações - incluindo Ernst & Young, Bechtel, Ford, Chevron, British Petroleum, Texas Instruments e o Exército dos EUA - que lideram na área de transferência de conhecimento, Common Knowledge apresenta revelações revolucionárias sobre como o conhecimento organizacional é criado, como pode ser transferido eficientemente e porque os sistemas de transferência funcionam, quando eles o fazem. 

Até agora, a maioria das organizações teve que confiar em tentativa e erro, dispendiosa, para encontrar um sistema de transferência de conhecimento que funcione para elas. Dixon ajuda os administradores a eliminar a adivinhação deste processo, delineando três critérios que devem ser considerados, para determinar como um método de transferência irá funcionar em uma determinada situação: o tipo de conhecimento a ser transferido, a natureza da tarefa, e quem irá receber este conhecimento. Com base em práticas bem sucedidas - mas muito diferentes - de empresas em seu estudo, e oferecendo histórias ilustrativas convincentes, baseadas na experiência de administradores reais, Dixon destila cinco categorias de transferência de conhecimento, explica os princípios que fazem cada uma funcionar, e ajuda os administradores a determinar qual destes sistemas seria o mais eficaz em sua própria organização. 

Common Knowledge vai ao fundo de uma das mais difíceis questões na transferência de conhecimento, atualmente: o que faz um sistema funcionar eficazmente em uma organização, mas falhar miseravelmente em outra? Indo além da abordagem do tamanho único e simples generalizações, como envolvimento da gerência superior em todos os assuntos culturais, este importante livro ajudará organizações de todos os tipos a construir sistemas de transferência de conhecimento adequados às suas formas singulares de conhecimento comum - criando, no processo, o melhor tipo de vantagem competitiva que há: o tipo que não pode ser copiado.
Autor: Nancy Dixon:

The Social Life of Information



Quantas vezes o seu PC deu pane hoje? Enquanto a hoje famosa lei de Gordon Moore, que projetava que a potência dos computadores dobraria a cada 18 meses, mais do que se verificou, é uma pena que uma trajetória similar projetando a confiabilidade e utilidade de toda esta potência também não tenha ocorrido. Os avanços da tecnologia de informações são freqüentemente medidos em números de megahertz, processamento e largura de banda - mas para muitos de nós, a experiência destes avanços pode ser melhor medida em horas de frustração.

O fosso entre o alarde da Era da Informação e a realidade é freqüentemente largo e profundo, e é neste fosso que John Seely Brown e Paul Duguid mergulham. Não que estes caras sejam contra a tecnologia - longe disto. Brown, o cientista-chefe da Xerox e diretor do centro de pesquisa de Palo Alto (PARC), e Duguid, historiador e teórico social que também trabalha na PARC, medem como a tecnologia da informação interage e se entranha no tecido social. Eles escrevem, O design tecnológico freqüentemente visa a superfície da vida. Lá, sem dúvida, acerta muitos tiros valiosos. Mas tais sucessos podem cegar os designers às dificuldades de desafios mais difíceis - primariamente os recursos que ajudam a inserir profundamente em nossas vidas certas formas de fazer as coisas.

Os autores lançam seu olhar nas muitas tendências e idéias proferidas por entusiastas da informática através dos anos, tais como agentes de software, ainda muito longe da inserção prevista no cotidiano; a cabana eletrônica sobre a qual Alvin Toffler escreveu há 20 anos e que ainda está por se tornar totalmente real; e o aumento do gerenciamento do conhecimento e os desafios que este enfrenta ao tentar gerenciar como as pessoas trabalham e aprendem no seu ambiente de trabalho. Seu objetivo não é fazer um julgamento, mas ajudar a reduzir a visão de túnel que impede que os tecnólogos vejam o contexto social maior em que suas idéias devem, no final, habitar. O livro The Social Life of Information é uma leitura inteligente e desafiadora que deve estar na prateleira de qualquer um que esteja tentando inventar ou entender o novo mundo da informação.



Autor:John Seely Brown e Paul Duguid