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segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

The Future and Its Enemies




Temos hoje mais riqueza, saúde, oportunidades e opções que em qualquer outro tempo da história, frutos da engenhosidade, curiosidade e perseverança humanas. Ainda assim, um coral de intelectuais e políticos lamentam ruidosamente nossas condições. A tecnologia, dizem eles, nos escraviza. Mudanças econômicas nos deixam inseguros. A cultura popular nos torna ásperos e brutos. O consumismo prejudica o ambiente. O futuro, dizem eles, está perigosamente fora do controle, e, a menos que tomemos as rédeas dessas forças de mudança e as controlemos de perto, corremos o risco de desastre. 


Em O Futuro e Seus Inimigos, Virginia Postrel derruba esse mito, embarcando em uma ousada exploração de como o progresso realmente ocorre. Em áreas de atividades que variam da moda aos pesqueiros, do cinema à medicina, de lentes de contato aos computadores, Virgínia nos mostra como e por quê a tentativa e erro não planejado e em aberto - não a conformidade com uma visão central - é a chave do melhoramento humano. Assim, os verdadeiros inimigos do futuro da humanidade são aqueles que insistem em prever resultados com antecedência, contornando o processo de competição e experimentação em favor de seus próprios preconceitos e idéias pré-concebidas. 

Postrel defende que essas visões conflitivas do progresso, e não a tradicional esquerda e direita, definem cada vez mais nosso debate político e cultural. De um lado, identifica uma coleção de estranhos parceiros: Pat Buchanan e Ralph Nader, ombro a ombro contra o comércio internacional; ativistas de direita e ambientalistas de esquerda opondo-se à imigração; tradicionalistas e tecnocratas denunciando Wal-Mart, biotecnologia, a Internet e assentamentos suburbanos. Alguns preferem um passado pré-industrial, enquanto outros visualizam um futuro burocraticamente projetado, mas todos partilham de uma devoção ao que ela chama stasis, uma sociedade uniforme e controlada, que muda somente com a permissão de uma autoridade central. 

Do outro lado está uma coalizão emergente em favor do que Postrel chama dinamismo: uma sociedade em aberto, onde a criatividade e o empreendimento, operando sob regras previsíveis, geram o progresso de formas imprevisíveis. Os dinamistas estão unidos não por uma única agenda política, mas pelo apreço por complexos processos evolucionários, tais como a pesquisa científica, competição no mercado, desenvolvimento artístico e invenção tecnológica. Empreendedores e artistas, cientistas e teóricos legais, analistas culturais e programadores de computador, os dinamistas são, diz Postrel, o partido da vida. 

O Futuro e Seus Inimigos é um vigoroso manifesto pela visão dinamista do mundo, bem como uma análise penetrante de como nossas crenças sobre conhecimento pessoal, natureza, virtude, e até mesmo a relação entre trabalho e diversão moldam a forma como tocamos nosso negócio, fazemos políticas públicas e procuramos pela verdade e pela beleza. Controversa e provocativa, a tese de Virginia Postrel anuncia uma mudança fundamental na forma como vermos a política, a cultura e a sociedade, enquanto encaramos um futuro desconhecido - portanto revigorante. Autor: Virginia Postrel

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