Mentes que visitam

domingo, 29 de abril de 2012

EDUCAÇÃO E LIBERDADE


Eliani Gracez, 
Filósofa clínica 

Entre os seres que vivem neste planeta, os humanos nascem sem identidade própria, sua identidade é construída a partir do modelo social vigente. O instinto de preservação e de identidade nos animais está interiorizado, e de si eles retiram seu próprio agir e modo de ser. Mas com a espécie humana não acontece o mesmo. Um exemplo disso são as meninas lobas encontradas em 1920 na Índia. Elas foram criadas pelos lobos e desenvolveram características de lobos e não de humanos. Isso justifica a importância da educação, e dos bons exemplos, porque os humanos não sabem tirar de si sua própria identidade, e por isso necessitam de um modelo para se desenvolver.

O que os jovens veem é corrupção, violência social, injustiça, impunidade, desrespeito às leis, e na televisão assistem a programas que não contribuem em nada com sua formação. Fácil está de perceber a inexistência de um modelo de Ser Humano para jovens e crianças se identificarem. O líder do rebanho não é mais um homem ou uma mulher, mas, sim, o computador.

Em uma época onde a moral e os valores são duvidosos, e o honesto é chamado de “boboca”, o indivíduo perde seu referencial, causando desestrutura pessoal. Ao culpar a família pela desestrutura da educação, é preciso lembrar que este modelo foi, desde longa data, opressor, e, muitas vezes, violento. Homens construíram uma estrutura machista em cima de uma base não sólida, por isso, mais cedo ou mais tarde, a casa teria que desabar. O moralismo do passado já não serve mais. E agora não sabemos o que fazer para estabelecer uma nova ordem. Em meio à desordem, as drogas estão se tornando uma epidemia. Mas o que leva uma pessoa a se tornar um consumidor de drogas? Talvez seja insegurança, imaturidade, irresponsabilidade, ausência de valores, falta de um ideal, desestrutura pessoal e familiar, curiosidade, fuga, modismo, e, sobretudo, problemas na educação. Um jovem bem educado sabe que a escolha certa é dizer não às drogas.

E agora, como restabelecer a ordem em meio ao caos? O fato é que este mundo já não é mais o mesmo, este velho planeta mudou. A mulher mudou, a criança mudou, o homem também mudou. E onde estão nossos idosos? Estão em um processo contrário, estão rejuvenescendo. A tecnologia tomou conta da vida. Computadores, máquinas informatizadas, inúmeros satélites rodeando o planeta. Tornamo-nos ciborgues e nos movemos simultaneamente no real e no virtual.

Com toda essa mudança que perpassa o planeta, nos esquecemos de nossas crianças, nos esquecemos de que elas também mudaram e não querem mais ser tratadas como no passado. A vida cheira a liberdade. Liberdade de ação, de expressão, de credo etc. Somos livres, sim.

E, com isso, deparamos com um grande desafio. O desafio de fazer uso da liberdade para o desenvolvimento, e não para a destruição. O problema tornou-se claro quando vemos jovens que não sabem administrar sua liberdade, usando drogas. O problema reside no conceito de liberdade, pois tem quem pense que liberdade é fazer o que bem entende da vida. Um prisioneiro só é prisioneiro porque não tem liberdade de escolha. Se tivesse, não seria prisioneiro, escolheria ser livre. Isso nos faz pensar que o lugar da liberdade reside no ato de fazer escolhas. Mas poucas são as pessoas educadas para compreender que cada escolha tem uma consequência. Para cada ação, existe uma consequente reação. Quem não pensa nas consequências não é livre, é prisioneiro de suas escolhas. Você já se perguntou o que seu filho fará com a liberdade dele? Sim, seu filho tem liberdade.

Como podemos pensar que jovens educados a partir de um conceito de liberdade equivocado, e com um modelo social corrupto, possam ter boa educação.

sábado, 28 de abril de 2012

USO DA INTERNET PARA ATACAR, AMEAÇAR E HUMILHAR PROFESSORES



Ataques que humilham e ameaçam professores se espalham com as redes sociais. Paula Filizola - CORREIO BRAZILIENSE, 23/04/2012 07:42


O acesso fácil e quase sempre sem o controle dos pais transformou redes sociais como Twitter, Facebook e Orkut em uma poderosa ferramenta sem filtro para as agressões e ameaças a professores. Cada vez mais conectados, crianças e adolescentes irritados com seus professores usam seus perfis na internet como principal plataforma para xingar e até ameaçar docentes. O cyberbullying, como é conhecido o fenômeno de humilhar e ridicularizar pessoas na grande rede, já é considerado uma forma de agressão que também preocupa educadores. Porém, por ser uma prática relativamente nova, especialistas explicam que ainda não há diagnósticos consistentes para avaliar o problema. Segundo eles, é ainda mais difícil coibir e punir os infratores no mundo virtual.

Professores afirmam que já foram vítimas ou conhecem pessoas que foram alvo de agressões na internet. O docente Hudson Paiva, de 33 anos, vê as redes sociais como um estímulo para as agressões físicas na escola. “O alcance é muito grande. Quando a agressão, a discriminação e a falta de respeito começam na rede, logo geram comentários e podem influenciar atitudes reais”, avalia. As motivações para o cyberbullying são corriqueiras, a exemplo de muitas agressões físicas. Os alunos reclamam de notas baixas, aulas chatas, broncas recebidas em sala de aula.

IGUALDADE E DIFERENÇAS


CLÁUDIA LAITANO - ZERO HORA 28/04/2012

Há um desconforto incontornável com relação à política de cotas raciais nas universidades. Por um lado, as cotas obrigam o Brasil a admitir o apartheid soft que vigora em instituições universitárias (dou um doce para quem se formou na UFRGS com, digamos, 10% de colegas negros na turma). Por outro, as cotas são, em essência, uma confissão de fracasso: não conseguimos resolver nossos problemas de outro jeito, então vai como dá. Meritocracia é para quem pode.

Uma solução bem menos polêmica, mas muito mais complicada, seria corrigir as injustiças quando elas começam: na barriga da mãe (durante o pré-natal), na creche (quando ela é oferecida) ou na alfabetização, já que saúde e educação são, em tese, direitos garantidos pela Constituição. Às vezes, quando prendem um gênio do tráfico que montou uma complexa rede de negócios aos 17 ou 18 anos, fico pensando que a derrota nesses casos é dupla: ganhamos um criminoso, desperdiçamos um moleque empreendedor.

Imagine um país em que os alunos com mais talento para o estudo pudessem ser identificados e valorizados desde cedo, onde quer que estivessem. Na Alemanha, uma sociedade muito mais homogênea do que a nossa, as diferenças entre os alunos são levadas em conta na hora de encaminhá-los para a vida acadêmica. Quando termina o primário, a criança começa a definir a sua orientação profissional conforme o desempenho dos primeiros anos. Há três opções: a Hauptschule, em que os alunos são preparados para o ensino profissionalizante, a Realschule, que habilita a frequentar cursos superiores, e o Gymnasium, que propicia uma base mais avançada para a vida acadêmica. Há ricos e pobres em todos os níveis, em princípio (embora lá, como aqui, ricos tenham muito mais chances de driblar a falta de talento para os estudos do que os pobres).

O que o sistema alemão explicita é que há diferenças na aprendizagem, como em todas as habilidades humanas: há os com talento para ganhar dinheiro, há os que sabem lidar com pessoas, há os que são bons nos esportes, há os que vão revolucionar a física nuclear – e nem todos precisam estudar no mesmo lugar.

Vai bem o país que consegue oferecer as condições para que cada criança possa ser encaminhada a desenvolver (e identificar) seu potencial da melhor forma possível, independentemente de cor ou classe social.

Bom, esse é o sonho. Mas como é que a gente diz para um guri de 18 anos para esperar um pouquinho porque, quem sabe, daqui a 50 anos, se tudo mudar radicalmente agora, seu neto estará indo para a universidade por méritos próprios porque teve um ótimo ensino básico?

A melhor universidade brasileira, a USP, não está nem entre as 150 melhores do mundo. O país com mais universidades nesse ranking, os EUA, pratica ações afirmativas desde os anos 70. O Ensino Superior no Brasil é fraco e injusto há muito tempo (ou é justo a classe média estudar de graça e o pobre pagar?), e a culpa não é das cotas.

COTAS RACIAIS


EDITORIAL ZERO HORA 28/04/2012

A melhor política afirmativa para a educação superior seria, sem dúvida, a qualificação do ensino básico. O ideal seria que todos os estudantes, ricos e pobres, negros e brancos, tivessem oportunidades iguais de se preparar para a universidade e para o mercado de trabalho. Mas a realidade brasileira não é essa. Todos sabemos que as parcelas mais carentes da população, em especial os negros, reconhecidamente segregados pelo racismo explícito do passado e pela discriminação velada do presente, só poderão recuperar parte do prejuízo se receberem compensações da sociedade e do poder público. Neste contexto, não poderia ser outra a decisão do Supremo Tribunal Federal, que, por votação unânime de seus ministros, considerou constitucional o critério de seleção por cotas raciais para o ingresso nas universidades públicas do país. O STF julgou na última quinta-feira que políticas afirmativas não violam o princípio da igualdade nem institucionalizam a discriminação racial, como defendiam os proponentes da ação.

A decisão é mais complexa do que a unanimidade dá a entender. Num país em que apenas 6,1% da população se autodefine como negra, conforme o censo do IBGE, os 45,1% que se autodeclaram pardos correm o risco de serem discriminados pelo próprio sistema de cotas. Além disso, como a inscrição dos cotistas depende muitas vezes da autodeclaração, algumas universidades chegaram até a criar verdadeiros tribunais raciais para coibir fraudes. Outra questão difícil de resolver é a queixa de candidatos brancos e pobres que se sentem prejudicados pela escolha baseada na cor da pele e defendem ações afirmativas condicionadas a critérios socioeconômicos – o que algumas instituições já observam.

Apesar das controvérsias, as políticas compensatórias ainda são necessárias em nosso país, embora não devam ser vistas como solução permanente para as disparidades. São, apenas, atenuantes, que devem funcionar enquanto as disparidades não forem corrigidas pelo desenvolvimento e pelas oportunidades de ascensão social da população. Ações afirmativas de autoestima também precisam ser desenvolvidas, para que as minorias beneficiadas por medidas legais não se sintam constrangidas nem tentadas a incorporar a benesse temporária. Como disse a ministra Cármen Lúcia em seu voto, “para ser igual e livre, é preciso respeitar as diferenças, mas não fazer das diferenças algo que possa ferir nossa dignidade”.

Ao dar o seu aval para que as universidades brasileiras continuem reservando vagas para negros e índios em seus processos de seleção de alunos, o Supremo Tribunal Federal indica aos legisladores brasileiros que a busca da igualdade e o combate a qualquer forma de preconceito e discriminação têm que ser objetivos permanentes – até para que não se precise mais apelar à desigualdade como forma de compensar injustiças.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

ESPORTE E LEITURA AFASTAM JOVENS DA VIOLÊNCIA



Roger Spode Brutti, Delegado da Polícia Civil/RS - JORNAL DO COMÉRCIO, 26/04/2012

Tranquilamente, na praia, lá estava eu, aproveitando a natureza. Após um banho de mar, voltei para o apartamento, troquei de roupa e resolvi ir para a academia de ginástica com minha esposa. O carro estava estacionado na rua. Ao aproximarmo-nos dele, percebi um grande risco na sua lateral, de sinaleira a sinaleira.

Certamente havia sido intencional. Um morador próximo afirmou que uma turma de jovens acabara de passar pelo local, fazendo algazarras. Pensei: o que passaria na mente de uma pessoa dessa estirpe? Isso não seria algo doentio? Não seria essa mesma anomalia que ora os impulsiona a deteriorar o patrimônio alheio, por simples prazer e satisfação, aquela que também os impulsionaria, mais tarde, ao cometimento de crimes maiores, como furtos, roubos e estupros? Qual seria a origem desse mau-caráter?

Após resolver o problema do dano patrimonial por meio de um polimento localizado, passei a refletir sobre o caso. Lembrei, então, de um pensamento que minha falecida mãe sempre repetia: “o mal se corta pela raiz”. Se desejarmos ver nossos filhos polidos de caráter, precisamos cortar o mal pela raiz, ou seja, tornar fértil de condutas saudáveis o campo das suas atividades rotineiras de hoje. O ócio é um dos maiores malefícios à mente de qualquer um, mormente dos jovens que estão em plena formação do seu caráter. A leitura é uma alternativa sempre sadia, assim como a prática de esportes. Similares habitualidades aqui descritas potencializam um desenvolvimento saudável em nossos jovens, tanto de jaez físico como intelectual.

terça-feira, 17 de abril de 2012

"SUA EXCELÊNCIA, A SENHORA PRESIDENTA DILMA"

 
Agora, o Diário Oficial da União adotou o vocábulo presidenta nos atos e despachos iniciais de Dilma Rousseff.
As feministas do governo gostam de presidenta e as conservadoras(maioria) preferem presidente, já adotado por jornais, revistas e emissoras de rádio e televisão, afinal os veículos de comunicação tem a ética de escrever e falar certo.

                              * * *

Na verdade, a ordem partiu diretamente de Dilma: ela quer ser chamada de Presidenta. E ponto final.
Por oportuno, vou dar conhecimento a vocês de um texto sobre este assunto e que foi enviado pelo leitor Hélio Fontes, de Santa Catarina, intitulado “Olha a Vernácula"

Vejam:
No português existem os particípios ativos como derivativos verbais.
Por exemplo: o particípio ativo do verbo atacar é atacante, de pedir é pedinte, o de cantar é cantante, o de existir é existente, o de mendicar é mendicante.

Qual é o particípio ativo do verbo ser?
O particípio ativo do verbo ser é ente.
Aquele que é: o ente. Aquele que tem entidade.

Assim, quando queremos designar alguém com capacidade para exercer a ação que expressa um verbo, há que se adicionar à raiz verbal os sufixos ante, ente ou inte. 
Portanto, à pessoa que preside é PRESIDENTE, e não "presidenta", independentemente do sexo que tenha.

Se diz capela ardente, e não capela "ardenta"; se diz a estudante, e não "estudanta"; se diz a adolescente, e
não "adolescenta"; se diz a paciente, e não "pacienta".


Um bom exemplo seria: "A candidata a presidenta se comporta como uma adolescenta pouco pacienta que imagina ter virado eleganta para tentar ser nomeada
representanta. Esperamos vê-la algum dia sorridenta numa capela ardenta, pois esta dirigenta política, dentre tantas outras suas atitudes barbarizantas, não tem o direito de violentar o pobre português, só para ficar contenta."

Assim ela pareceria mais inteligenta e menos jumenta.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

HOUVE UMA ÉPOCA QUE OS NOSSOS LÍDERES PASSAVAM ESTAS LIÇÕES...


Al Pacino como Coronel Frank Slade em Scent of a Woman 
                                                              (perfume de mulher)

Slade – Eu tive muitas experiências, sabe? Houve uma época em que podia ver. E vi garotos como estes, até mais jovens que estes, com os braços arrancados, as pernas esmagadas. Mas nada é mais triste que ter um espírito amputado. Para isso não há prótese. Pensa...m que estão apenas mandando este esplêndido soldado para casa com o rabo entre as pernas, mas eu digo que estão executando a alma dele. (…)

Mr Task – Sente-se, Sr. Slade

Slade – Eu não terminei. Quando entrei aqui ouvi as palavras, “berço de líderes”. Pois bem, quando o galho quebra, o berço cai. E caiu aqui. Forjadores de homens, criadores de líderes, cuidado com o tipo de líderes que estão formando. Eu não sei se Charlie fez bem ou mal em se calar. Eu não sou juiz ou júri. Mas posso dizer uma coisa a vocês: ele não trairá ninguém para garantir o seu futuro. E isso, meus amigos, se chama integridade. Se chama coragem. É disso que os líderes deveriam ser feitos. Eu enfrentei encruzilhadas na minha vida. Sempre soube qual era o caminho certo a seguir. Sem exceção, eu sabia. Mas nunca o segui. Sabem por quê? Por que era difícil demais. Agora aqui está o Charlie. Ele chegou a uma encruzilhada. Ele escolheu um caminho. É o caminho certo. É um caminho feito de princípios que formam o caráter. Deixem que ele continue sua jornada. O futuro deste menino está nas mãos de vocês. É um futuro valioso. Acreditem. Não o destruam. Protejam.      Abracem. Um dia vão se orgulhar. Eu juro.

FACEBOOK - SEU "LIKE" PODE VIRAR DINHEIRO PARA BANDIDOS


Seu ‘like’ no Facebook pode virar dinheiro para criminosos. Site registrado
 em nome de usuário em Goiânia vendia até 100 mil likes por R$ 3.990. 
 Por Murilo Roncolato e Nayara Fraga, 
RADAR TECNOLÓGICO, O ESTADO DE SÃO PAULO.

Aplicativos como “Veja quem te visitou” ou “Mude a cor do seu perfil” não são 
apenas brincadeiras desagradáveis de algum hacker que quer se divertir. Eles
 servem também para um esquema fraudulento de venda de “curtidas” (ou “likes”)
 a empresas ansiosas por audiência no Facebook.

Uma investigação feita por Fábio Assolini, analista da Kaspersky Lab e integrante
do Grupo de Análise e Resposta a Incidentes de Segurança (Aris), revela que 
cibercriminosos brasileiros vendem pacotes de “curtidas” que variam de R$ 50, 
para mil “likes”, a R$ 3.990, para 100 mil “likes”.

“Uma maneira rápida e fácil, adquira cem mil curtidas em sua fan page no 
Facebook. Compre este plano, escolha a melhor forma de pagamento que 
desejar”, diz o site que comanda o negócio – encontrado sob os domínios
 hxxp://publicidadesonline.com e hxxp://publicidadesonline.net. Eles foram 
retirados do ar após Assolini comentar o comércio de “likes” em um blog.

De fato, a companhia que compra o serviço consegue movimentar o seu perfil na 
rede social. Mas o que ela pode não saber é que isso é feito às custas de usuários
infectados por aplicativos do tipo “Mude a cor do seu perfil” — gente que não 
necessariamente admira a marca “curtida” ou que até acaba ficando com raiva da
empresa por ver seu rosto exposto onde ela nunca pensou em estar.

O esquema, que promete também milhares de seguidores no Twitter, é totalmente
 brasileiro, segundo o analista da Kaspersky. Um dos sites estava registrado em
 nome de um usuário localizado em Goiânia.

Involuntariamente. Para tomar conta de um perfil no Facebook, os cibercriminosos 
geralmente criam aplicativos falsos com motes apelativos para atrair usuários e 
convencê-los a baixar o que, na verdade, é uma porta para um malware (software 
usado para fins criminosos).

A pessoa, sem saber, está instalando um plug-in no navegador (Firefox ou Chrome)
que roubará o seu nome de usuário e senha, não importa quantas vezes eles forem
 trocados.

A menos que o plug-in seja excluído, ele continuará lá como um espião — e com o
 poder de usar o seu perfil como bem entender. Caso o usuário suspeite ter 
instalado aplicativos maliciosos ou plug-ins estranhos, é aconselhável verificar as 
extensões no navegador, segundo Fábio Assolini.

O analista alerta que é provável que o plug-in esteja disfarçado de Adobe Flash 
Player, por exemplo, um dos mais populares na web e usado como isca em outros
ataques virtuais. Essa extensão força o usuário acessar o Facebook por um 
domínio não-seguro que começa com http:// em vez de https://, que representa o 
site seguro.

Quando isso ocorrer, é preciso excluir o plug-in malicioso do navegador. 

Veja como:

No Mozilla Firefox, vá em Ferramentas > Complementos > Extensões. 
No Chrome, vá em Ferramentas > Extensões. 
Procure pelos últimos plug-ins instalados.

Popular. Especialistas dizem que o Facebook, hoje com mais de 36,1 milhões 
de brasileiros, costuma ser eficiente na exclusão de aplicativos cuja intenção é 
espalhar vírus pela rede. Mas, apesar dos esforços, a empresa diz ser necessária
 a colaboração do usuário. “Em caso de dúvida, confirme antes com seu amigo 
se aquela mensagem ou post é segura”, disse a empresa em uma de suas 
campanhas.

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REPROVAÇÃO DO ENSINO MÉDIO

Danilo Gandin, Professor, escritor e conferencista - ZERO HORA 29/03/2012

Há situações que se repetem periodicamente. Muitas vezes não quer dizer que desapareçam em algum momento, mas sim que, por entrarem na mídia, nos pareça que existam e, por dela saírem, sintamos como se tivessem sumido.

Um exemplo é a reprovação no Ensino Médio de que tanto se fala agora, que sempre esteve conosco e que “ninguém sabia que existia”.

Lembro-me de que, quando fui, há mais de 30 anos, diretor adjunto do Departamento de Educação Média da Secretaria de Educação do Estado, aconteceu algo igual ao que hoje é tonitruante: a notícia de que o Ensino Médio reprovava muitos alunos, além do que seria razoável. O então secretário de Educação do Estado acabou com o problema em três dias: constituiu uma comissão para apresentar, em 90 dias, soluções para diminuir a repetência. Obviamente, ninguém mais falou no assunto porque “o problema estava sendo solucionado” e porque, depois de 90 dias, o relatório da comissão foi para a gaveta e todos esqueceram que a comissão existira.

A comissão, da qual eu fiz parte, embatucou na primeira semana de trabalho. Conseguimos imediatamente mais dados do que os que necessitávamos; entre eles, a matrícula e a reprovação em cada série, de cada escola do Estado. Primeiro tropeço: havia escolas que não reprovavam ninguém e outras que o faziam com 60% dos seus alunos. Nós não conseguimos decidir quais eram as melhores. Minha proposta de que julgássemos melhores as que reprovavam menos foi rejeitada, sem apelação, em cinco minutos. Mas a todos repugnou, também, a ideia de que aquelas que reprovam muito fossem boas escolas. Segundo tropeço (ou é o mesmo?): saber onde se está só tem sentido se se sabe para onde se quer ir. Nossa pobre comissão, embora composta de grandes educadores que, individual- mente, tinham clarezas e convicções, não conseguiu produzir um pensamento grupal que pudesse servir como referencial para o então ensino de segundo grau. Um dos grandes motivos para que não conseguíssemos isto foi, aliás, o fato de que sabíamos que não nos seria permitido fugir do senso comum social de que a reprovação é coisa boa.

Quero, então, mesmo que apoiado mais na idade do que na inteligência, fazer duas observações sobre a atual crítica às escolas que reprovam.

A primeira, embora eu tenha que enunciá-la com uma boa pitada de ironia, é que valeria a pena uma pesquisa para dirimir a seguinte dúvida: é motivo de orgulho ou de tristeza, para os gaúchos, terem as escolas de Ensino Médio que mais reprovam? Talvez esteja a população pensando que, se reprovamos mais, somos os que mais levam a sério a escola e os que têm os jovens mais preparados.

A segunda é, mais, uma advertência: de modo algum adianta debater as causas da reprovação em qualquer grau de ensino se não houver um compromisso de examinar questões conexas e, mais do que isto, a decisão de introduzir as mudanças que a realidade exige. A reprovação é o que aparece; suas causas são a pobreza curricular – algum saber formal sobre algumas pouquíssimas disciplinas –, o professor falando o tempo todo, o uso da nota para castigo, o vestibular como meta, o livro didático fastidioso, a própria disciplinaridade do ensino...

domingo, 1 de abril de 2012

CONDUTAS DOS POLÍTICOS SÃO EXPOSTAS EM REDES SOCIAIS


Redes sociais expõem conduta de políticos. Formais na tribuna, os políticos se soltam nas redes sociais. A liberdade, a informalidade e a facilidade de comunicação do Twitter revelam uma faceta pouco conhecida da população.PAULO GERMANO, zero hora 01/04/2012

Experimente procurar no Twitter o prefeito, o vereador ou o deputado em que você votou. É provável que ele esteja lá – e é provável que outra faceta dele surja estampada sob aquele passarinho azul.

Popular o suficiente para qualquer pessoa acessá-lo, mas ainda com baixa penetração se comparado ao rádio e à TV, o Twitter mantém uma particularidade: não exige terno e gravata nem discurso decorado. Essa espontaneidade, claro, pode servir para o bem ou para o mal.

– Cada vez mais os políticos aderem ao Twitter para atingir um novo público. Mas ainda acreditam que o impacto de suas declarações será pequeno. Por isso, muitas vezes se expressam de maneira que, em outras circunstâncias, evitariam – diz a professora Maria do Socorro Braga, especialista em comunicação política da Universidade de São Carlos.

Ela ressalta que as tuitadas ganham propagação maior quando outros meios de comunicação decidem repercuti-las. Dificilmente o deputado federal Romário (PSB-RJ), por exemplo, chamaria uma pessoa de imbecil e burra se estivesse em frente a câmeras de televisão – no microblog, ele fez. Por outro lado, o prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi (PT), encontrou no Twitter um mediador poderoso para corrigir problemas da cidade.

– O cidadão me cobra sobre a lâmpada queimada, o problema de limpeza, a falta d’água. Eu tento resolver tudo – garante.

Ministro xingou assessor do RS

Um episódio recente envolveu um morador que, no microblog, procurou Vanazzi para reclamar do barulho na Avenida Feitoria. Depois que um técnico foi averiguar o caso, a prefeitura iniciou um estudo sobre a instalação de quebra-molas e tachões no local – porque a barulheira decorria de derrapagens de carros em uma curva fechada.

Mas o próprio prefeito também derrapa: a exposição no Twitter mostra um Vanazzi pouco íntimo da língua portuguesa. Erros de ortografia como “enteresses” e “inesplicavel” são escorregões frequentes.

– No começo, me xingaram muito, diziam “seu analfabeto, volta para a escola”. Reconheço que erro bastante, mas vou tentando melhorar – afirma ele.

Em resumo, o microblog até pode beneficiar o político – mas também pode expor seu calcanhar de aquiles. Pesquisadora do Núcleo de Estudos em Arte, Mídia e Política da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Vera Chaia ressalta que os assessores se fazem cada vez mais necessários:

– Afinal, o Twitter dá uma nova visibilidade ao homem público. E a visibilidade é uma faca de dois gumes: ou você aparece bem ou você expõe todas as suas fraquezas.

E mesmo os assessores às vezes se atrapalham. Em maio do ano passado, um auxiliar do governador Tarso Genro, ao comentar no Twitter uma notícia de jornal, criticou um suposto cerco do Ministério das Comunicações às rádios comunitárias. Ele nunca imaginou que o ministro Paulo Bernardo, filiado ao mesmo PT de Tarso, lesse suas tuitadas. Levou uma carraspana.

“O senhor faria muito bem se evitasse disseminar informações furadas. (...) Tenha respeito!”, esbravejou Paulo Bernardo em um de seus quatro posts furiosos. O assessor se desculpou.

– No Twitter, nada é segredo. Tudo fica gravado na pedra durante anos. Nem sempre as pessoas têm esta noção – conclui Alessandro Barbosa Lima, sócio-diretor da E.life, empresa especializada em pesquisas em redes sociais.


Ministros têm celulares recolhidos

Ninguém entra em uma audiência com Dilma Rousseff portando celular – a presidente ainda lembra dos tempos de Lula, quando ministros ficavam tuitando em meio a reuniões.

E Dilma acha isso irritante. Portanto, os celulares ficam depositados em escaninhos na porta do gabinete, com um segurança. Os ministros de Dilma têm uma orientação mais rígida: Twitter é para fins profissionais, nada de ficar mandando beijo para filho, comentando jogo de futebol ou simulando gargalhadas.

– Eles são orientados a ser discretos. Esta é a recomendação – diz um assessor do Planalto.

O Gabinete de Segurança Institucional, ligado à Presidência da República, chegou a lançar alertas para servidores do alto escalão que se empolgavam no Twitter. No caso de Dilma, sua opção foi largar o Twitter depois que se elegeu presidente. Um auxiliar é que atualizava sua conta durante a campanha – sempre escrevendo em primeira pessoa, como se fosse a própria Dilma –, mas após a eleição essa assessoria acabou.

– A presidente nem simpatiza muito com essas coisas. Acha que o cargo deve primar pela formalidade, pelas declarações oficiais – afirma um petista com trânsito no Palácio.

Pouco íntima das redes sociais, Dilma aprendeu a usar o Twitter com o então ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, quando era chefe da Casa Civil.

Na época, Padilha – um dos mais jovens ministros de Lula – era alvo da chacota de colegas porque sempre tuitava em reuniões ministeriais. Hoje ministro da Saúde, Padilha só tuíta bem longe de Dilma.


Manual de etiqueta nas redes
Regra básica: antes de escrever qualquer coisa, pare e pense: você se importaria se o post fosse divulgado no jornal, no rádio ou na TV?

Periodicidade: evite usar o Twitter apenas durante a campanha eleitoral e abandoná-lo em seguida. Parece que você mentiu que é usuário.

Vida pessoal: é uma seara delicada. Em alguns casos, pode humanizar o político. Em outros, pode ridicularizá-lo. Fotos com a família são aceitas, mas nunca se exponha bêbado, por exemplo.

Piadas: melhor passar longe. Boa parte das piadas envolvem minorias, e será fácil tachá-lo de preconceituoso.

Palavrões: você é uma figura pública. Diria um palavrão na TV?

Erros de português: se você for o Tiririca (PR-SP) e quiser se expor de forma engraçada, talvez até funcione. Mas não se esqueça que o Tiririca teve uma orientação de marketing por trás.

Agressividade: uma manifestação ríspida pode ser bem aceita se envolver um problema grave de parte da população. Mesmo assim, faça uma avaliação prévia.

Fonte: Fontes: Alessandro Barbosa Lima, da empresa E.life; Maria do Socorro Braga, da Universidade de São Carlos; e Vera Chaia, da PUC-SP

Dez coisas que levei anos para aprender...

(atribuída a Luis Fernando Veríssimo)

1. Uma pessoa que é boa com você, mas grosseira com o garçom ou empregado, não pode ser uma boa pessoa. 
(Esta é muito importante. Preste atenção, nunca falha).

2. As pessoas que querem compartilhar as visões religiosas delas com você, quase nunca querem que você compartilhe as suas com elas. 
(Está cheio de gente querendo te converter!).

3. Ninguém liga se você não sabe dançar. Levante e dance.
 (Na maioria das vezes quem está te olhando também não sabe! Tá valendo!).

4. A força mais destrutiva do universo é a fofoca. 
(Deus deu 24 horas em cada dia para cada um cuidar da sua vida e tem gente que insiste em fazer hora-extra!).

5. Não confunda sua carreira com sua vida.
(Aprenda a fazer escolhas!).

6. Jamais, sob quaisquer circunstâncias, tome um remédio para dormir e um laxante na mesma noite. 
(Quem escreveu deve ter conhecimento de causa!).

7. Se você tivesse que identificar, em uma palavra, a razão pela qual a raça humana ainda não atingiu (e nunca atingirá) todo o seu potencial, essa palavra seria 'reuniões'.
(Onde ninguém se entende... Com exceção das reuniões que acontecem nos botecos...)

8. Há uma linha muito tênue entre 'hobby' e 'doença mental'. (Ouvir música é hobby... No volume máximo às sete da manhã pode ser doença mental!).

9. Seus amigos de verdade amam você de qualquer jeito. 
(Que bom!)

10. Lembre-se: nem sempre os profissionais são os melhores. Um amador construiu a Arca. Um grande grupo de profissionais construiu o Titanic. 
(É Verdade!).

'Guardar ressentimentos é como tomar veneno e esperar que outra pessoa morra.' 

William Shakespeare

UM PAÍS DE NÃO LEITORES


EDITORIAL INTERATIVO ZERO HORA 01/04/2012

Quando classificou o Brasil de país de não leitores, o articulista do Le Monde Diplomatique Lucas Murtinho sequer conhecia o resultado da terceira edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, encomendada pela Fundação Pró-Livro e pelo Ibope Inteligência e divulgada na última quarta-feira. O novo estudo, feito com 5 mil pessoas em 315 municípios do país, confirma os piores vaticínios: de 2007 para cá, o índice de leitura caiu de 4,7 livros por pessoa para quatro títulos. O número de leitores caiu de 95,6 milhões há cinco anos para 88,2 milhões no ano passado – uma queda de 9,1% no universo de leitores ao mesmo tempo em que a população cresceu 2,9% no mesmo período.

Se o analfabetismo diminuiu, o acesso à escola se tornou universal e o governo investe cada vez mais na compra e na distribuição de livros para escolas e bibliotecas, por que estamos lendo tão pouco? Talvez não exista uma resposta simples para esta questão, mas a comparação com outros países, inclusive sul-americanos, evidencia o desapreço cultural dos brasileiros pela leitura, especialmente nos formatos tradicionais. Ainda que as novas tecnologias venham despertando o interesse dos jovens pelas letras e pela comunicação escrita, não está comprovado se nessa leitura superficial e interativa o leitor assimila conteúdos suficientes para utilizar na transformação de sua vida.

E não há dúvida de que a leitura transforma. O ato de ler é um processo de entendimento do mundo por meio da palavra, que é o instrumento de interação entre os homens. Portanto, a leitura no papel também é interativa. A leitura do mundo, como disse o educador Paulo Freire, precede a leitura das palavras, mas é a conjugação de letras que dá significado às coisas que nos cercam. Por isso, é decisiva a leitura crítica, que percebe a relação entre texto e contexto. Um leitor crítico é mais do que um decifrador de signos – é alguém capaz de captar sentidos e utilizá-los em seu próprio benefício e da sociedade.

O interesse pela leitura deveria começar em casa, mas parcela expressiva de brasileiros só tem acesso a livros na escola. E as escolas do país, principalmente nas redes públicas, ainda deixam muito a desejar no que se refere ao estímulo à leitura. Muitas, ao transformar em obrigação o que deveria ser prazer, afastam ainda mais os jovens dos livros. Não é de admirar que as bibliotecas públicas do país tenham pouca frequência, pois também elas – ao contrário do que acontece nos Estados Unidos e na Europa – raramente desenvolvem programações culturais para atrair o público.

Não nos faltam livros, nem oportunidade para lê-los. Falta-nos o interesse pela leitura. Falta-nos a visão de que ler é importante, falta-nos a convicção de que ler realmente transforma as pessoas em seres humanos melhores e mais capacitados para entender o mundo. 


A questão proposta aos leitores foi a seguinte: Editorial diz que a leitura é essencial para formar cidadãos críticos e produtivos. Você concorda?


O leitor concorda

Concordo que a leitura é essencial para a formação de cidadãos críticos e produtivos, pois é através da leitura que podemos ficar informados e defender nossas posições, tendo mais argumentos e aumentando nosso vocabulário. Sirce Garcia Santana do Livramento (RS)

Com a leitura, viajamos pelos pensamentos, ideias e imaginação. Construímos esperanças e sonhos. A leitura nos conduz ao conhecimento e nos induz ao aprendizado. Eloisa Menezes Pereira Porto Alegre (RS)

Todos somos diferentes desde a geração. Portanto, não é de se estranhar as diferenças das opiniões em relação ao tema. A leitura de um bom livro fortalece a nossa consciência crítica. Enriquece o vocabulário e facilita a escrita. Portanto, quem lê bem costuma escrever bem. Hoje as facilidades para leitura são maiores que outrora. Encontramos bibliotecas públicas em municípios que antes não ofereciam esse serviço à comunidade. O que observo é a pequena frequência de usuários das bibliotecas. As pessoas preferem as “lan houses” as bibliotecas por ocasião da realização dos trabalhos. Talvez incentivados pela facilidade das teclas“copiar” e “colar”. Manuel Souza Neto Souza, Fortaleza (CE)

Concordamos em gênero, número e grau. Paulo Roberto Rossal Guimarães – Porto Alegre (RS)


O leitor não concorda

Não concordo. Temos inúmeros exemplos de cidadãos letrados que, essencialmente, leram e leem muitos livros, mas que não produzem nada que possa ser aproveitado. Casos como de políticos de alto escalão que só pensam em seu próprio umbigo, de médicos que fingem trabalhar no poder público, mas que atendem bem tranquilos em seus consultórios particulares ganhando também seu salário de servidor, ou representantes de empresas que superfaturam serviços para a União, e repartem a fatia com servidores corruptos. Leitura por si só não cria cidadão crítico, nem produtivo: vai muito também da índole e do ensinamento familiar ao indivíduo, que, daí sim, pode usar a leitura para a crítica e a produção que o valha. Juliano Pereira dos Anjos, Esteio (RS)

Discordo em parte. As pessoas têm noção da importância da leitura, admiram escritores e livros, mas falta-lhes algo fundamental para que gostem da leitura: fluência linguística. Muitos jovens saem da escola com enormes dificuldades de leitura, escrita, interpretação. Exigir deles a leitura de um romance é como me obrigar a correr uma maratona. Temos de valorizar o ensino de nossa língua em particular e a educação em geral, até porque aposto que a diferença do índice de leitura do Brasil e da França seja proporcional ao investimento em educação dos dois países. Marcelo Spalding – Porto Alegre (RS).