Mentes que visitam

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Mais um ano de cachorro

MARCO CIVIL DA INTERNET, NETMUNDIAL


Lá se foi mais um “ano de cachorro “ para a Internet… Calma! Há mais de uma interpretação para essa expressão, que é antiga e deve ter mais de 100 anos de existência (pelo calendário “canino”).
É que para a rede 1 ano equivale cabalisticamente a 7 anos normais. Ou seja, em 1 ano humano a rede progride 7! A analogia refere-se ao que se passa como nossos amigos latedores e peludos: vivem intensamente num ritmo sete vezes maior que o nosso. O tempo para eles corre muito mais rapidamente que para nós.
Já em 1965, Gordon Moore, um então jovem químico e que foi um dos fundadores da Intel, enunciara uma “lei” que previa que a cada 18 meses o avanço da tecnologia faria com que as características de um dispositivo eletrônico dobrassem de capacidade a um mesmo custo. Ou seja, se pagamos x por algo que tem y de capacidade (processamento, memória, resolução, banda, etc), um ano e meio depois, pelo mesmo x, teremos algo próximo do dobro de tudo isso.
Foi anunciada há 50 anos como uma forma impactante de medir o progresso tecnológico e o mais impressionante é que ela se mantem válida até hoje! Bits, quilobits, megabits, gigabits, terabits, petabits, exabits etc etc provam isso de forma cabal. Claro que a “lei” de Moore aplica-se também ao poder de estrago.
Hoje, batalham-se na rede guerras virtuais, mente-se e frauda-se através dela, espiona-se com sua ajuda. Mas nada disso embaça o que se conseguiu. Lógico que já há alguma mostra de exaustão. Os rins da “lei” de Moore já doem um pouco, sua glicemia está além do recomendável, usa óculos para ler de perto e, como qualquer cinquentona, perdeu algo do viço dos cabelos, mas ainda aguentará o repuxo por mais alguns anos… Ao menos é o que esperamos dela.
A Internet segue o mesmo ritmo frenético. Se um 1994 o Brasil inteiro estava conectado com 2 megabits/s à rede, essa banda hoje seria considerada inaceitável para a conexão de um único domicílio. Antes da Web existir, a Internet era texto puro e, portanto, muito econômica. Nada de imagem, som, vídeo e… receber filmes em casa com alta definição, nem pensar! Algo totalmente inimaginável, mesmo nas previsões mais futuristas e agressivas. Banda em cabo submarino coaxial, metálico, competindo com telégrafo, telex e alguma telefonia era para ser disputada “a tapas”.
E, entrentanto, eis-nos aqui, ao final de 2014, insaciáveis em nosso consumo de recursos. Talvez tenhamos perdido a arte de usar com parcimônia o que é (ou era) caro e raro, e isso pode ser uma mudança cultural ainda não muito bem avaliada. Mas, se perdemos alguns anéis, temos que batalhar para preservar os dedos.
E chegamos à parte boa da notícia. No ano de cão de 2014, fomos bem! Devíamos, de prazer, uivar para a lua cheia. Aprovamos o Marco Civil e esse é um feito internacionalmente reconhecido. Realizamos uma reunião multissetorial, a Netmundial, que gerou dois documentos que podem balizar o futuro da governança da rede (e ajudar a preservar os dedos!).
O Brasil é apontado como tendo a melhor legislação para proteção da rede e dos internautas e, nesse aspecto, está sendo seguido por outros países. E seu modelo de governança participativo e leve é considerado paradigma. Perseveremos!
Estamos tendo problemas e desafios novos, mas nada disso embaça o que se conseguiu. Vamos em frente que mais anos de cachorro nos aguardam!. Bom 2015!
Demi Getschko

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

As cores que mais desvalorizam seu carro



Volkswagen Golf colorido, estacionado em Ohio, nos Estados Unidos
Carro colorido: Carros azuis têm a menor depreciação na categoria hatch
São Paulo - Ao escolher a cor do seu carro novo, sua decisão se baseia apenas no preço e na estética? Então vale a pena incluir mais um critério para orientar sua escolha: a desvalorização que o seu veículo pode ter, de acordo com a cor escolhida.
Segundo levantamento do portal WebMotors, modelos de carros iguais, fabricados no mesmo ano, podem ter um grau de desvalorização diferente dependendo da cor.
A pesquisa avaliou a influência da cor na depreciação de diferentes modelos, de 20 a 40 mil reais, entre agosto de 2012 a agosto de 2014.
De acordo com os resultados, dentre os carros sedãs, os pratas apresentam a maior desvalorização no período estudado, de -10,66% em média. Na sequência, aparecem os pretos (1-0,60%) e cinzas (-9,95%). Os azuis apresentaram menor baixa, de -8,45%.
Na categoria dos carros hatchs, os amarelos têm a maior depreciação, de -10,49% . Em seguida, aparecem os pratas (-10,39%) e pretos (-10,21%). Os cinzas ocupam o quarto lugar, com - 9,66%. Os brancos e azuis foram os que perderam menos valor de mercado entre os carros hatch, com -8,38% e -7,70% em média.
A depreciação de um carro, assim como de outros bens de consumo, é relacionada à lei de demanda e oferta. Quanto maior a demanda, menor será a diferença entre o preço do carro zero-quilômetro e o do usado e quanto menor a procura, maior a diferença de preço entre as versões novas e usadas.
É por isso que os carros populares costumam perder menos valor. Por ter um preço menor, o volume de procura no mercado de usados é maior, o que leva a desvalorização a ser menor. Já carros luxuosos, por terem menor procura, têm uma queda maior no preço.
A mesma explicação se dá para a cor, carros com cores mais procuradas por compradores perdem menos valor do que os carros com cores mais rejeitadas.

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

A corrupção como recurso para o sistema

A história do Brasil é uma narrativa de mandonismo e de obediência. Desde a Colônia, nós somos o desdobramento da vontade dos donos do poder territorial, econômico e jurídico. Os senhores de terra, e posteriormente os detentores de outros recursos (industriais, financeiros, midiáticos etc), estabeleceram uma hierarquia e do topo dela têm escrito e controlado a nossa história política.
Os mandões criaram uma estrutura de dominação clientelista que chegou ao auge nos tempos do coronelismo. Essa prática de relação política consolidou-se durante a Primeira República (1889-1930), medrando do meio rural e pequenas cidades até a capital do País. O termo “coronelismo” tem origem nos coronéis da Guarda Nacional (criada em 1831), mas coronel foi generalizado pelo povo como título de chefe político.
Essa corporação foi implantada em todos os municípios brasileiros; não obstante ter sido militar, era uma expressão do poder civil. A autoridade sobre o regimento local, exercida sob a patente de coronel, era entregue a um chefe político. Esses chefes, que já eram donos de fato do lugar, ao receberem um poder militar legalmente reconhecido, mais legitimavam o poder de mando, consolidando prestígio pessoal.
A Guarda Nacional foi extinta já em 1889, antes, pois, da República Velha, mas o poder angariado pelos coronéis não morreu. Era dessa gente o poder político, econômico e jurídico. Esse sistema ficou arraigado nos nossos costumes. A hierarquia de cabo eleitoral, de chefe de distrito, de coronel, se não sobrevive com a mesma pujança, perdura como um fundo que infesta o sistema eleitoral até nossos dias.
Ainda hoje, a substituição de partido político no comando do governo em qualquer nível não leva à troca de método governativo. Antigamente, é verdade, havia mais coerência no sistema: os que perdiam as eleições compreendiam perfeitamente que “agora é a vez deles”. Então, resignadamente, os derrotados se punham a militar pelo retorno ao poder e ao cofre público.
Nos tempos dos coronéis, os mandões, se vencedores, sustentavam os seus com os meios do erário; fora do poder, mantinham a “sua gente” com os próprios bolsos. A questão de honra pública nacional nunca foi o pertencimento cívico a uma ideologia partidária, mas o alinhamento a um potentado local. Ser marcado e reconhecido como alinhado a um coronel nos bons e maus tempos era um sinal de dignidade.
Atualmente, alguns dos que estão fora do poder protestam, mas não no relevante. Note-se, por exemplo, que na CPMI que investigou a roubalheira na Petrobrás alcançou-se o acordo de não quebrar o sigilo das empresas envolvidas. Suponho que se o fizesse seria encontrado nos dutos de propina o nome de parlamentares das mais variadas greis partidárias, de situação e de oposição.
É isso que somos: um país movido a interesses intermediados por políticos. Já não temos os coronéis, mas preservamos uma mentalidade clientelista. Nossas eleições não são episódios que atraiam por embates de pensamentos, mas por interesses. Um governante não é eleito como um pensador ou um gerente do Brasil, mas como um intermediário de negócios, um despachante de interesses.
Sem ilusão, político que não gasta não se elege e, salvo exceção, político que não rouba não tem para gastar. E o povo, regra geral, não quer saber de ideia, quer a parte dele. O povo é tocado a marketing, promessas, favores e valores, sejam os valores privados, tirados do bolso do político que roubou ou vai roubar, sejam os valores públicos, levados pelas bolsas que o PSDB inventou e que o PT fatura.
E a tudo se justifica, na lógica de nossos hábitos. Não há petista que reconheça que seu partido roubou (sim, não é só o PT) da Petrobrás, apesar das evidências e mesmo das confissões; todo petista alega julgamento político do Mensalão, apesar de os ministros do STF terem sido nomeados por Lula e Dilma. Não há petista que reconheça que essas verbas bilionárias moveram a eleição e reeleição de Dilma.
Ao tempo da Ditadura, o Nordeste ganhava favores e votava na Arena; os nordestinos eram execrados como alienados pela “esquerda”. Hoje o Nordeste “retribui” em votos o “reconhecimento” pelos benefícios públicos que lhe são dirigidos. É o mesmo clientelismo, mas a esquerda, hoje, nomeia esse hábito de consciência eleitoral. Somos isso e nos justificamos. Não vai ser fácil superar a nossa própria história.
Por Léo Rosa
Doutor e Mestre em Direito pela UFSC. Especialista em Administração de Empresas e em Economia. Professor da Unisul. Advogado, Psicólogo e Jornalista.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Vegetarianismo =/= Veganismo

Vegetarianismo diz respeito somente à dieta: sem nenhuma carne ou produtos de animais (vaca, porco, peixes e animais do mar- lagostas, camarões, ostras, mexilhões - , ovos, leite, queijos, iogurtes, mel – tudo que vem de animais). Quem come ovos, iogurtes, queijos e bebe leite, não é vegetariano.

Veganismo – além da mesma dieta do vegetarianismo, é também uma filosofia, sem exploração dos animais. É um conjunto de práticas: 

Veganismo  é a filosofia segundo a qual, deve-se viver sem explorar os outros animais, sob nenhum aspecto. O vegano  vive sem se alimentar de animais não humanos e os produtos deles derivados (ovos, leite,  laticínios, gelatina, corantes como a cochonilha, mel, etc.), repudia a caça, a vivissecção (veganos boicotam quaisquer produtos que tenham sido testados em animais como xampus, cosméticos, tabaco, etc.), confinamento de animais, apropriação deles, rodeios, circos, zoológicos, parques aquáticos, exposições  e qualquer tipo de entretenimento utilizando animais, comércio de pets, qualquer trabalho dos bichos (puxar carroças, montaria, etc.). Não usa couro, peles, lã, penas, camurça, seda, perfumes com base de almíscar,  enfim, qualquer prática que signifique exploração de animais. Veganismo não é só dieta. É um conjunto de práticas com base nos Direitos dos Animais.


Claro está que não é fácil chegar a isso tudo. Eu ainda tenho sapatos e tênis de couro antigos, mas vou usar até acabarem e só então substituir por sintéticos. Não tenho grana para isso. Mas, se comprar algum agora, certamente será sintético.
Penso que é uma filosofia de pura compaixão. Como você está percebendo, muitas pessoas acham tudo isso estranho e tentam ridicularizar a postura dos veganos. É mais fácil criticar do que se manter em uma dieta sem produtos animais, etc.. Procuro sempre, nos grupos, passar receitas veganas, para as mulheres perceberem que há pratos muito gostosos.

Dentro do veganismo há dietas mais radicais, como o crudivorismo e o frugivorismo. Tentei fazer o crudivorismo, mas só consegui durante 3 meses. A grande dificuldade é no inverno – pelo menos para mim. Comer só frutas, nunca tentei.
É engraçado como o corpo vai reagindo: atualmente, só o cheiro do leite de vaca me embrulha o estômago.
Não tento converter ninguém. Apenas repasso mensagens e escrevo artigos orientados por essa filosofia. Eu faço o que prego. E, me esforço.
Não dá mesmo para suportar o sofrimento dos animais – tanto os que são abatidos como dos quais pilhamos  ovos, leite, mel, etc..
O preço do carnivorismo é muito mais que as doenças humanas – é a destruição do próprio planeta – e dor, muita dor causada aos animais. Muito triste.

Tenha um bom final de ano, com uma ceia livre de crueldade. Que 2015 chegue trazendo muitas realizações e principalmente, muita, muita saúde.


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 "O homem tem feito, na Terra, um Inferno, para os Animais", Arthur Schopenhauer, filósofo alemão.
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sábado, 20 de dezembro de 2014

6 sites para baixar livros gratuitamente e de forma legal


por Luciana Galastri


  (Foto: wikimedia commons)

Quer ler mais sem "sentir dor no bolso"? Separamos
sites incríveis que disponibilizam obras para download
gratuito.                                                                                                                                                   Baixe e-books de forma legal, economize e viaje para lugares
incríveis na frente do computador (ou do tablet, ou do reader):
1. Open Library - o site (que quer catalogar todos os livros
do mundo)
possui mais de um milhão de obras para download gratuito,
em diversas línguas. Entre os livros em português, encontramos
contos e romances de Monteiro Lobato, José de Alencar e
Machado de Assis, por exemplo.
Se você sabe ler em inglês, as opções são inúmeras.
2. Portal Domínio Público - lista obras em diversas línguas
(incluindo 2 mil livros em português) que já estão em
domínio público. É possível ler "A Divina Comédia", de Dante,
por exemplo.
3. Projeto Gutemberg - mais de 100 mil livros em diversas línguas.
Podem ser baixados em vários formatos.
4. eBooks Brasil - o site tem uma cara antiga e navegação
pouco intuitiva, mas seu acervo funciona perfeitamente.
Basta navegar pelo formato desejado de eBook pelos links logo abaixo
da  logomarca e buscar o que você deseja ler.
5. Obras raras da USP - o site reúne imagens de  edições incríveis.
O acervo ainda é pequeno (não mais que 30 livros) - mas só a chance de
explorar essa edição impressionante de Dom Quixote vale a visita. 
6. Wikisource - a "biblioteca" da Wikipedia reúne livros que estão sob
domínio público ou sob a  licença "Creative Commons".
Na versão lusófona, temos mais de 27 mil textos disponíveis, divididos
em categorias como períodos literários, países de origem e anos em que
foram escritos.