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segunda-feira, 4 de junho de 2012

Revista apreendida por matéria contra o PT


Revista apreendida por matéria contra o PT processará prefeitura
01 de junho de 2012  

Revista deve provar acusações contra o PT nas próximas edições. Foto: Reprodução
Revista deve provar acusações contra o PT nas próximas edições
Foto: Reprodução



THAÍS SABINO
A revista Free São Paulo, que trouxe na edição mais recente uma matéria de capa sobre um suposto esquema de corrupção comandado pelo PT, vai processar a prefeitura de Mauá por danos morais, após o secretário de Segurança da cidade, Carlos Tomaz, ordenar a apreensão dos exemplares e de um carro de distribuição. "Vamos processar a prefeitura por danos morais", afirmou o diretor de marketing Walter Saavedra.
Na tarde de quinta-feira (31), quatro funcionários do grupo MG Com, responsável pela publicação, distribuíam exemplares da revista quando foram levados por policiais militares até a 1ª Delegacia de Polícia de Mauá. De acordo com o publisher do grupo, Luciano Maciel, o delegado não constatou ilegalidade e liberou os funcionários. "Enquanto eles aguardavam, chegou o secretário de Segurança (Carlos Tomaz). Ele folheou a revista e conversou com o secretário jurídico, depois pediu para apreender as revistas e o carro", contou.
Procurado pelo Terra, o secretário Carlos Tomaz não quis se manisfestar. Em nota, a prefeitura de Mauá informou que a guarda civil fez a apreensão administrativa "com base nas leis municipais nº 2894, de 13/05/1998, e nº 9484, de 30/04/2002, que regulamentam a distribuição de materiais de divulgação e publicitários nas vias públicas da cidade". O Departamento Jurídico da Prefeitura estuda o cabimento de registro de boletim de ocorrência, segundo a nota.
O boletim de ocorrência do caso, assinado pelo delegado de polícia Alexandre Magno e pelo escrivão Alexandre Ueda, informa que antes de o secretário chegar, o delegado havia decidido que a distribuição das revistas não se caracterizava como ilícito penal. O documento também confirma que a apreensão ocorreu apenas após a chegada de Tomaz.
Segundo Maciel, durante o acontecimento o motorista Claudemir Silva Santos se sentiu tratado como um bandido. Ele afirmou que a empresa está juntando os documentos para recuperar o carro apreendido e, em seguida, deve dar prosseguimento ao processo por danos morais. "O delegado foi conivente com o que aconteceu. Primeiro ele falou que não tinha crime, depois o secretário mandou e ele lavou as mãos", disse. "Foi totalmente arbitrária", protestou em relação à apreensão.
Motivação política
A reportagem faz uma ligação à morte do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, com a corrupção que mantém o PT até hoje no poder. Para Maciel, a prefeitura de Mauá ser liderada pelo PT tem relação com o ocorrido. "Certamente foi política, o PT está no poder em Mauá, teve motivação política", disse ele. Oswald Dias (PT) é o prefeito da cidade.
Maciel ainda negou qualquer ligação da empresa com o Metrô - sob o governo do PSDB -, PSDB ou outro partido político. "Absolutamente nenhuma ligação com o PSDB, somos um grupo de mídia, em Guarulhos, temos outros veículos que circulam em São Paulo. Somos um grupo de mídia há 10 anos. Já tivemos anúncio de campanhas ligadas ao governo do Estado, mas se fizer as contas da verba publicitária, recebemos muito mais de campanhas ligadas ao PT do que do governo do Estado", explicou. Ele ainda disse que se levantassem informações criminosas do PSDB, agiriam da mesma forma jornalística.
Resposta do PT
O Diretório Estadual do PT-SP divulgou uma nota de repúdio à matéria veiculada pela revista Free São Paulo e disse que o conteúdo contraria investigações policiais concluídas. O PT reiterou que as denúncias envolvendo o nome do partido são infundadas e todas as medidas já estão sendo adotadas para que a publicação responda na Justiça.
Maciel, porém, afirmou que tem como provar cada afirmação feita na matéria, com documentos recolhidos pelos profissionais. "Vamos mostrar que temos provas nas próximas edições", disse ele. O publisher afirmou que é correto o partido tentar se defender, mas a apreensão do material é inadmissível. "Não estamos brincando de casinha, estamos fazendo trabalho jornalístico", concluiu.

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