O movimento é ainda incipiente, mas a TV-Free America, propõe a realização regular de uma semana sem televisão. Este exercício, entendido como uma experiência de desintoxicação mediática, é visto com apreço por David Shenk, em Data Smog, um livro recentemente editado nos Estados Unidos e que tem sido alvo de uma interessante controvérsia.
Ao contrário de algumas outras obras, também recentes, o trabalho de David Shenk não é, no entanto, o de um assustado com as consequências da revolução tecnológica contemporânea, mas antes o de alguém que procura equacionar os problemas levantados pela sociedade da abundância informativa em que vivemos.
Nesta perspectiva, e tomando como paralelo outros problemas (poluição, excessos alimentares, etc.) também decorrentes da abundância - e com os quais a sociedade americana já teve de lidar - a proposta de Shenk vai no sentido da necessidade de se começar a definir o que poderá ser uma ecologia da informação, uma estratégia que permita aos indíviduos não sucumbirem de uma overdose comunicacional, o que, na sua perspectiva, é uma ameaça muito real neste fim de século.
A interrogação central de Shenk prende-se sobretudo com a percepção de que a actual sobrecarga informativa acarreta uma perigosa rarefacção na produção de sentido, bem vísivel, aliás, na capacidade de se produzirem dados, estudos e experts capazes de sustentarem todo e qualquer ponto de vista. |
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