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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Educação - O Futuro do caos


Não conheço nenhum País que tenha saído da pobreza sem investir maciçamente na educação de seus filhos.
 
O Brasil, salvo poucas exceções, vem se destacando negativamente nesta área tão importante para o futuro de todos. A cada ano, apesar das tentativas - frustradas - de melhoria no ensino, o resultado tem sido decepcionante. Vejamos o resultado:
 
Ensino Superior - MEC reprova 36,3% dos 4.819 cursos de ensino superior avaliados; 1.752 das 30 áreas tiraram 1 ou 2;
 
Ensino médio: Os dados do desempenho por escola no ENEM revelam que 74,3% das instituições de ensino tiraram notas inferiores à média obtida pelos estudantes no país - que foi de 50,52 pontos em 100 possíveis. Esse percentual representa um conjunto de 19.354 instituições - outras 13 ficaram na média. Superaram a média nacional 6.651 colégios, em um total de 26.018.
 
 Pergunta-se: Qual o motivo da queda de qualidade, e o que se pode esperar destes resultados? Porque algumas escolas conseguem resultados relevantes? O que fazer se a qualidade do ensino não melhora em curto prazo?
 
Qual o motivo e o que se pode esperar destes resultados?
 
Vários são os motivos do baixo aproveitamento escolar. Podemos destacar alguns: a falta de ação familiar na educação e no acompanhamento escolar de seus filhos; a transferência de responsabilidade educacional e disciplinar, por parte dos pais, para as escolas; a atitude de não impor limites aos menores  e negando-lhes responsabilidades; a influência negativa de apelos de toda a ordem, por parte de alguns meios de informação; a valorização de procedimentos e atitudes irresponsáveis como se fossem normais; a retirada da autoridade dos educadores; a criação de leis que valorizam o “direito” em detrimento do “dever”; a pouca motivação dos educadores face aos baixos salários; a excessiva influência político-partidária dentro das escolas, deixando o ensino em segundo plano.
 
Não poderíamos esperar resultados positivos quando os alunos colocam o estudo num plano secundário, influenciados por todos estes fatores. O que vemos hoje é um crescente número de alunos desinteressados e desmotivados pelo estudo. O mesmo vem acontecendo com muito professores que não tem seu trabalho valorizado pela sociedade.

Porque algumas escolas conseguem resultados relevantes?
 
Não são necessárias grandes pesquisas para descobrir as causas de bons resultados alcançados por algumas escolas: elas dão aos alunos as noções de atitudes certas e erradas, punindo aqueles que optam pelas segundas; conscientizam  pessoas de sua responsabilidades individual, sobre o resultado de ações próprias e coletivas; mostram que o futuro de cada um é resultado de suas ações, e que todo o conhecimento que puder adquirir somente irá beneficiar a todos futuramente, dando-lhes melhores condições de sobrevivência, e a seus dependentes. Essas escolas exigem o acompanhamento familiar nos resultados de avaliação dos alunos e valorizam os professores através de rem uneração mais justa, através da melhoria da qualificação dos mesmos proporcionando-lhes a atualização tecnológica e social. Essas escolas bem sucedidas são comprometidas com a discussão da cidadania como um todo, com direitos e deveres sociais, e bem menos com políticas partidárias. Dentro da escola a prioridade de todos deve ser o ensino.
 
O que fazer, em curto prazo, para melhorar a qualidade do ensino?
 
É muito difícil “quebrar hábitos arraigados”. Para tanto, é necessário que haja muita “vontade política” e aceitação de todos.  A aplicação dos recursos destinados a educação é primordial o que não acontece há anos. A partir daí, é necessário que haja um grande mutirão educacional com a finalidade de alertar e responsabilizar as famílias pela atividade de disciplinar os filhos, deixando à escola o dever de distribuir o conhecimento e melhoria das qualidades técnicas dos alunos. Para isto, no entanto,  urge que sejam aprimoradas e revogadas leis federais que oferecem direitos excessivos a quem não tem noção d e deveres pessoais.  Observamos, na prática e nas estatísticas,  os resultados são nefastos, principalmente entre os jovens. É necessário que nossas crianças tenham limites sociais, que lhes seja cobrada a responsabilidade pelos seus atos desde muito cedo.
 
Hoje estamos cansados de saber, através de noticiários e conversas com amigos, que professores são responsabilizados por pais de alunos, e também por estes, dos maus resultados escolares obtidos como causas de violência cometida contra professores de nossas escolas.
 
O professor não mais merece o respeito da sociedade que, além de remunerá-lo mal, exige que dê aos alunos a formação moral que deveria ser recebida em casa. Todos os maus resultados dos alunos são credenciados aos professores que, não várias vezes, são penalizados por todos se tentarem exigir de seus alunos resultados positivos ou disciplina intelectual.
 
Com está situação estamos vendo um número maior de jovens formados não desejarem seguir a carreira do magistério. Se não agirmos com urgência, em breve teremos uma carência abissal de docentes e uma sociedade com parcos conhecimentos. E então não teremos volta, visto que para formar um bom aluno não se leva menos do que vinte anos.
 
Se não tomarmos uma atitude agora, será o futuro do caos.

Edu Caldeira  Antunes

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