Mentes que visitam

domingo, 24 de junho de 2012

OFENSA EM REDE SOCIAL DEVE SER REMOVIDA EM 24 HORAS


NAS REDES - Enviado por Bernardo Moura - O GLOBO, 22.06.2012

Ofensa em rede social deve ser removida em até 24 horas, decide STJ 

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) condenou a Google a 
indenizar em R$ 10 mil uma carioca que pediu a retirada de um post ofensivo do Orkut e 
não foi atendida imediatamente. A decisão da ministra Nancy Andrighi prevê a exclusão do
 comentário depreciativo em até 24 horas após a denúncia do internauta.

Este é o primeiro caso julgado pela corte sobre o tema, o que abre jurisprudência sobre o 
tratamento dado pelos provedores aos comentários denunciados em sites. Ou seja, casos 
similares poderão terminar com a condenação da rede social ou do site nos tribunais 
brasileiros. Caso não atenda ao pedido do usuário no prazo, a página poderá ser acionada 
na Justiça como 'responsável solidária pelo dano', de acordo com o STJ. A ministra entendeu
 que o conteúdo deve ser removido antes mesmo de passar por análise do site para avaliar 
se é mesmo ofensivo.

A ação vitoriosa foi movida por uma advogada do Rio, que também cuidou de sua defesa no
tribunal. Após se divorciar, ela descobriu um perfil falso com seu nome no Orkut, que era 
usado para postar ofensas. A mulher denunciou o conteúdo à rede social, mas o fake só foi 
retirado do ar após dois meses. Inconformada, ela recorreu à Justiça.

Na primeira instância, o Google foi condenado a pagar R$ 20 mil. No Tribunal de Justiça (TJ),
a advogada levou novamente a melhor, mas os desembargadores reduziram a indenização 
para R$ 10 mil. O recurso do gigante de buscas foi negado pelo STJ, que manteve o valor 
estipulado pelo TJ. Segundo a assessoria do tribunal, não cabe mais recurso à ação.

Em nota, a Google ressaltou que a decisão não transforma em regra a remoção de qualquer 
conteúdo em 24 horas após a denúncia, e valeria apenas para o episódio envolvendo a 
advogada. De acordo com a empresa, esse caso é de 2006 e que hoje as remoções 
denunciadas são feitas de forma mais rápida."O Google acredita que ainda há uma 
jurisprudência inconsistente no país, mas que o Marco Civil traz uma orientação mais atual 
para lidar com estas questões. Além disso, é importante ressaltar que não cabe à plataforma
tecnológica emitir juízo de valor e praticar a censura na web".

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Reflexões sobre o viver


Quando nascemos neste mundo não temos ideia ou compreensão do que 
será a vida. Conforme vamos crescendo e vivendo experiências nos 
deparamos com realidades as quais jamais imaginávamos que 
poderíamos vivenciar.

Imagine se pudéssemos saber, com antecedência do nosso nascimento
nesta Terra, que ela contém violências de toda sorte, 
preconceitos, ignorâncias e acima de tudo muita falta de amor uns
pelos outros. Basta olharmos ao derredor e constataremos muita dor
e sofrimento, nas mais das vezes tendo como causa o egoísmo, a 
ganância, a volúpia e, acima de tudo, o materialismo exacerbado
empurrando-nos para abismos sociais, com tragédias diárias que 
ceifam vidas em todos os sentidos da palavra ceifar. 
Ah! Se soubéssemos antecipadamente de tudo isso, não quereríamos 
nascer ou renascer neste mundo, preferindo nos manter onde nos encontrávamos.

A pergunta é: onde nos encontrávamos? Muitos diriam a vida só 
existe a partir da fecundação do óvulo, outros afirmariam que 
tudo preexiste ao nascimento, acreditando em um lugar onde 
habita a alma enquanto ela não vem para o mundo físico. 
Independente da resposta, pois devemos  respeitar diferenças de
crenças e opiniões, ao nos depararmos com a cruel realidade 
deste mundo, deveríamos todos buscar compreender que a 
realidade através de algumas regras que podem ser consideradas
universais,pois vem de um grande pensador e religioso homem de
fé deste século, que é o atual Dalai Lama, ensinando que os 
grandes amores e enganos comportam um grande risco e que quando
derrotados não devemos perder a lição de uma simples regra de 
“três erros”: respeita-te a ti mesmorespeita os demais e 
responsabiliza-te pelas tuas ações.

Muitas vezes não se conseguir o que quer é na verdade um golpe
de sorte, pois poderiam advir-nos consequências destas escolhas
que muitas vezes são impensadas e apressadas. A intolerância e 
a impaciência graça naatitudes e comportamentos humanos, nos
esquecendo de que, muitas vezes, uma pequena discussão pode 
afetar uma grande relação e se descobrires que cometestes um 
erro, toma imediatamente as medidas necessárias para 
corrigi-lo, melhorando assim suas ações impensadas e 
apressadas, abrindo os teus braços à mudança, mas mantendo 
valores justos e sensatos e que muitas vezes o silêncio é a
melhor resposta.

Deveríamos todos nos pautar por uma vida honrada. Mas são 
tantas as ilusões e enganos que cometemos que depois não sabemos
onde perdemos o passo da existência. Nas relações humanas, 
especialmente as familiares, quando não estiveres de acordo com 
os teus seres queridos, preocupa-te unicamente com a situação 
atual, não fazendo referências a anteriores disputas. Desse modo compartilharas o equilíbrio e poderá reinar a paz e a concórdia 
entre todos. Importante ensinamento antigo diz que a melhor 
relação é aquela em que o amor mútuo é maior do que a necessidade
mútua, pois, se tens um lar, é necessário um ambiente de amor 
para que se tenha uma vida equilibrada e justa.

Mas ao invés disso a criatura humana busca os despenhadeiros do sofrimento, esquecendo-se que estamos imersos em uma lei de 
causa e efeito, e que haveremos de colher todo o mal semeado e o
bem deixado de praticar. Mas será que a vida é só mesmo dor e 
sofrimento? Diz antigo ditado que a vida é o que fazemos dela. 
Então vamos encontrar outro mundo, um mundo onde graça o amor, 
a poesia, a bondade e a solidariedade de uns para com outros, 
na máxima expressão do CristoAmarmos-nos uns aos outros
Poderão perguntar. Mas onde encontrar este mundo? . O grande 
orador e expositor espírita Divaldo Pereira Franco, em seu Poema
de Gratidão, ensina que a vida é bela e é colorida e que 
deveríamos ser gratos por tudo o que ela nos dá, agradecendo pelo
ar, pelo pão, pela paz... Agradecer pela beleza que os olhos 
possam ver no altar da natureza...

Se a vida é o que fazemos dela, então poderemos modificar toda a
vida criada, estabelecendo nova realidade existencial, renovando
nossas atitudes na busca de um mundo justo e bom, pois sendo bons
e justos assim será a vida. Levemos em conta que não há erros, 
apenas lições. O crescimento e o progresso do ser é um processo de
ensaio e erro e de experimentação. Os experimentos mal sucedidos 
são parte do processo.

Portanto, cada lição deverá ser repetida até ser aprendida. Elas 
aparecem sob várias formas e é uma tarefa sem fim, até que passemos
para a próxima. Os outros são apenas espelhos. Você não pode amar
ou odiar alguma coisa em outra pessoa, a menos que ela reflita algo
que você ame ou deteste em você mesmo”

Por: Valci Silva

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Pitaqueando ...


Mabel Oliveira Teixeira


Na falta de anos, experiências de vida e, especialmente, talento, eu não posso ensaiar nenhum manual do bem-viver a la “Filtro Solar”, mas minha pequena bagagem já me avaliza a dar alguns pequenos pitacos , que seguem-se assim:

1º) Não se limite ao que lhe foi dado e se liberte dos retratos pintados, pois nenhum artista, por mais talentoso que possa ser, captura o que está sob a pele de alguém. Tenha coragem de desenhar e redesenhar sua própria imagem, pois a autenticidade vale mais que a precisão ou a beleza do traço;

2º) Não se inscreva nas histórias que lhe foram contadas, procure escapar da personagem narrada porque ela revela apenas a percepção do narrador. Tenha claro, portanto, que serás sempre melhor do que teus desafetos professam e inevitavelmente, pior do que teus amigos poderão lhe confessar;

3º) Solte-se das amarras que tentarão lhe impor, não deixe que lhe prendam aqui ou lá, mantenha-se em flutuação – a alma não pode ser âncora ou porto, ela só sobrevive enquanto maré. Fuja de quem lhe aprisiona e de tudo que limite sua visão sobre o mundo;

5º) Por fim, escape de todo e qualquer absolutismo, as verdades são entidades abstratas que se colam apenas à ignorância e ao medo. As certezas são os freios da vida. Estimule sua curiosidade, questione-se e surpreenda-se com cada novo resultado, não permita, em nenhuma etapa da vida, que a possibilidade do erro lhe impeça de tentar;

Tomadas tais precauções, creio que tudo estará encaminhado para que, com o passar dos anos, a rotina não consiga substituir a aventura. Lembre-se que a medida de uma vida bem vivida é dada apenas pela dimensão do sorriso e pelo encantamento do olhar que prevalece à face já marcada pelo tempo.

Do Blog: Verbalizando o Silêncio 




A Revolução silenciosa


Por Diego Casagrande - Jornalista - Porto Alegre - RS

Não espere tanques, fuzis e estado de sítio.
Não espere campos de concentração e emissoras de rádio, tevês e as redações ocupadas pelos agentes da supressão das liberdades.
Não espere tanques nas ruas.
Não espere os oficiais do regime com uniformes verdes e estrelinha vermelha circulando nas cidades.
Não espere nada diferente do que estamos vendo há pelo menos duas décadas.
Não espere porque você não vai encontrar, ao menos por enquanto.
A revolução comunista no Brasil já começou e não tem a face historicamente conhecida.
Ela é bem diferente.
É hoje silenciosa e sorrateira.
Sua meta é o subdesenvolvimento.
Sua meta é que não possamos decolar.
Age na degradação dos princípios e do pensar das pessoas.
Corrói a valoração do trabalho honesto, da pesquisa e da ordem.
Para seus líderes, sociedade onde é preciso ser ordeiro não é democrática.
Para seus pregadores, país onde há mais deveres do que direitos não serve.
Tem que ser o contrário para que mais parasitas se nutram do Estado e de suas indenizações.
Essa revolução impede as pessoas de sonharem com uma vida econômica melhor, porque quem cresce na vida, quem começa a ter mais, deixa de ser "humano" e passa a ser um capitalista safado e explorador dos outros.
Ter é incompatível com o ser.
Esse é o princípio que estamos presenciando.
Todos têm de acreditar nesses valores deturpados que só impedem a evolução das pessoas e, por conseqüência, o despertar de um país e de um povo que deveriam estar lá na frente.
Vai ser triste ver o uso político-ideológico que as escolas brasileiras farão das disciplinas de filosofia e sociologia, tornadas obrigatórias no ensino médio a partir do ano que vem.
A decisão é do ministério da Educação, onde não são poucos os adoradores do regime cubano mantidos com dinheiro público.
Quando a norma entrar em vigor, será uma farra para aqueles que sonham com uma sociedade cada vez menos livre, mais estatizada e onde o moderno é circular com a camiseta de um idiota totalitário como Che Guevara.
A constatação que faço é simples.
Hoje, mesmo sem essa malfadada determinação governamental - que é óbvio faz parte da revolução silenciosa - as crianças brasileiras já sofrem um bombardeio ideológico diário. Elas vêm sendo submetidas ao lixo pedagógico do socialismo, do mofo, do atraso, que vê no coletivismo econômico a saída para todos os males.
E pouco importa que este modelo não tenha produzido uma única nação onde suas práticas melhoraram a vida da maioria da população.
Ao contrário, ele sempre descamba para o genocídio ou a pobreza absoluta para quase todos.
No Brasil, são as escolas os principais agentes do serviço sujo.
São elas as donas da lavagem cerebral da revolução silenciosa.
Há exceções, é claro, que se perdem na bruma dos simpatizantes vermelhos.
Perdi a conta de quantas vezes já denunciei nos espaços que ocupo no rádio, tevê e internet, escolas caras de Porto Alegre recebendo freis betos e mantendo professores que ensinam às cabecinhas em formação que o bandido não é o que invade e destrói a produção, e sim o invadido, um facínora que "tem" e é "dono" de algo, enquanto outros nada têm.
Como se houvesse relação de causa e efeito.
Recebi de Bagé, interior do Rio Grande do Sul, o livro "Geografia", obrigatório na 5ª série do primeiro grau no Colégio Salesiano Nossa Senhora Auxiliadora.
Os autores são Antonio Aparecido e Hugo Montenegro.
O Auxiliadora é uma escola tradicional na região, que fica em frente à praça central da cidade e onde muita gente boa se esforça para manter os filhos buscando uma educação de qualidade.
Através desse livro, as crianças aprendem que propriedades grandes são de "alguns" e que assentamentos e pequenas propriedades familiares "são de todos".
Aprendem que "trabalhar livre, sem patrão" é "benefício de toda a comunidade".
Aprendem que assentamentos são "uma forma de organização mais solidária... do que nas grandes propriedades rurais".
E também aprendem a ler um enorme texto de... adivinhe quem? João Pedro Stédile, o líder do criminoso MST que há pouco tempo sugeriu o assassinato dos produtores rurais brasileiros.
O mesmo líder que incentiva a invasão, destruição e o roubo do que aos outros pertence.
Ele relata como funciona o movimento e se embriaga em palavras ao descrever que "meninos e meninas, a nova geração de assentados... formam filas na frente da escola, cantam o hino do Movimento dos Sem-Terra e assistem ao hasteamento da bandeira do MST".
Essa é A revolução silenciosa a que me refiro, que faz um texto lixo dentro de um livro lixo parar na mesa de crianças, cujas consciências em formação deveriam ser respeitadas.
Nada mais totalitário.
Nada mais antidemocrático.
Serviria direitinho em uma escola de inspiração nazi-fascista.
Tristes são as conseqüências.
Um grupo de pais está indignado com a escola, mas não consegue se organizar minimamente para protestar e tirar essa porcaria travestida de livro didático do currículo do colégio.
Alguns até reclamam, mas muitos que se tocaram da podridão travestida de ensino têm vergonha de serem vistos como diferentes.
Eles não são minoria, eles não estão errados, mas sentem-se assim.
A revolução silenciosa avança e o guarda de quarteirão é o medo do que possam pensar deles.
O antídoto para A revolução silenciosa?
Botar a boca no trombone, alertar, denunciar, fazer pensar, incomodar os agentes da Stazi silenciosa.
Não há silêncio que resista ao barulho.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Ninguém é de ninguem


"Desculpe a meninada, mas fomos nós, da nossa geração, que conquistamos a permissividade. Claro, vocês não têm a menor idéia de como isso era antes. O que se fez, depois de nós, foi apenas atingir a promiscuidade, o ninguém é de ninguém, o não privilegiamento de nenhuma pessoa como ser humano especial (amor). Mas, quando qualquer um vai pra cama com qualquer um, sem nenhum interesse anterior ou posterior (no sentido cronológico!), uma coisa é certa: reconquistamos apenas a animalidade. Cachorro faz igualzinho. E não procura psicanalista."

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Bolha de sabão


Alexandre Garcia
05 de Junho de 2012

O Rei Juan Carlos esteve com a presidente Dilma esta semana. Fico imaginando a chefe de estado do Brasil a dizer ao chefe de estado da Espanha: "Eu sou você, amanhã", tal como na propaganda de vodka. Não é difícil chegar a essa conclusão. A crise na Espanha começou quando se decidiu que a expansão imobiliária seria uma solução maravilhosa para o crescimento do país: criaria emprego na construção civil ao mesmo tempo em que resolveria do problema da habitação. Empregou-se muita gente e estrangeiros começaram a chegar aos milhares para atender à demanda de mão-de-obra. Tijolo e concreto se tornaram sinônimos de riqueza. Áreas verdes foram cobertas por construções, assim como o cinturão verde de muitas cidades.

Em poucos anos, o preço do metro quadrado disparou e o boom da construção atraiu especuladores. O metro quadrado da habitação subiu mas os salários não. Os bancos, para manter a roda circulando, baixaram exigências para financiamentos, não se importando com a renda do financiado nem com as garantias. Imaginaram que se o imóvel estava se valorizando tanto, se o devedor não pudesse pagar, venderia o imóvel por mais preço e ainda sobraria dinheiro. E ofereceram crédito para comprar casa, carro, móveis, eletrodomésticos, viagens... A dívida se tornou fator de crescimento.

Mas aí, estourou a bolha dos Estados Unidos. Os espanhóis se retraíram, o consumo caiu, vieram as demissões e se descobriu que o país se sustentava tirando do futuro; nunca houve realmente riqueza nem subida na escala social. Você que me lê, e percebe as semelhanças, bata na madeira para torcer que por aqui não aconteça o mesmo. Os sinais são alarmantes: o PIB brasileiro do primeiro trimestre deste ano, segundo o IBGE, aumentou apenas dois décimos por cento (0,2%). A inflação vai crescer o dobro do PIB neste ano.

Na Veja desta semana, a excelente Lya Luft chama de "ilusão" o que está acontecendo no Brasil. Ela mostra como também estamos sacando do futuro. "Palavras de ordem nos impelem a comprar, autoridades nos pedem para consumir, somos convocados a adquirir o supérfluo, até danoso, como botar mais carros em nossas ruas atravancadas ou em nossas péssimas estradas...Estamos enforcados em dívidas impagáveis, mas nos convidam a gastar ainda mais, de maneira impiedosa, até cruel."- escreveu ela. Nossa bolha está inchada. E é de sabão.

domingo, 10 de junho de 2012

NERDS LANÇAM PARTIDO PIRATA



NERDS UNIDOS - ZERO HORA 









Partido Pirata tenta erguer bandeira

negra no Brasil



Eles já desembarcaram em 60 países, da Alemanha ao Cazaquistão. No parlamento europeu,
 contam com dois representantes eleitos, entre eles uma sueca de 24 anos – que ficou 
conhecida como “a mais jovem eurodeputada”. Agora, preparam-se para atracar de vez no 
Brasil, com a fundação do Partido Pirata Brasileiro, o PPBr, simbolizado por uma vela negra
 estilizada, lembrando os antigos corsários.

O ato está previsto para o dia 27 de julho na Campus Party de Recife, evento que reúne hackers,
 nerds, geeks e fãs de tecnologia do mundo inteiro. O local não podia ser mais apropriado.

Formado por jovens que aprenderam a fazer política na web, o movimento não demorou a se
espalhar: só em Berlim, na Alemanha, já tem 14 cadeiras no parlamento estadual.

– O partido passou a chamar a atenção no cenário europeu por apresentar uma agenda nova
e atrair uma parcela da população que até então não se sentia representada pelos partidos 
tradicionais – explica a professora de Relações Internacionais da ESPM em Porto Alegre, 
Tatiana Zismann.

Sigla está longe de obter assinaturas necessárias

No Brasil, o movimento das naus começou em 2007, por iniciativa de ex-estudantes da USP.
Hoje, já tem membros em pelo menos 10 Estados, mas ainda navega contra o vento.

Apesar de ter a fundação prevista para julho, precisará percorrer um longo caminho até ser
oficializado junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e se tornar, de fato, o 30º partido 
brasileiro. Uma das exigências é a obtenção de 700 mil assinaturas no país, e ainda faltam
 cerca de 500 mil. A intenção é participar das eleições de 2014.

Até lá, o avanço dos piratas nos mares brasileiros é visto com cautela.

– Na Europa, a tendência é de que se tornem mais moderados à medida que ganharem poder.
Por aqui, o desafio será manter a coerência – diz o cientista político Valeriano Costa.

O partido surgiu na Suécia em 1º de janeiro de 2006 e se espalhou por países como Alemanha,
 Áustria, Bulgária, Canadá, Espanha, Finlândia, França, Polônia, República Tcheca, Reino 
Unido e Suíça.

Em 2009, o movimento elegeu a mais jovem deputada do Parlamento Europeu, Amelia 
Andersdotter, então com 21 anos.

Na Alemanha, os Piratas de Berlim foram eleitos para 14 cadeiras do parlamento estadual.

CALE-SE, XUXA!


Não vi a comentada entrevista da tal xuxa no Fantástico deste domingo, dia 20/05. Mas não pude ignorá-la por muito tempo, pois a primeira notícia que recebi nesta manhã, logo cedo, foi: "- Cê viu que a xuxa foi abusada na infância?"
Fora o surrealismo da revelação, ocorreu-me que aquela, certamente, não era a notícia que desejava ouvir logo no início da semana. Afinal, como uma mulher de 50 anos, aparentemente esclarecida, só agora, passado todo esse tempo, resolve falar sobre algo tão grave? E por que me irritou tanto esta informação? Parei para refletir sobre o motivo deste sentimento e, confesso, não foi difícil descobrir.
Esta senhora, lá pelos seus primórdios, vivia no mesmo condomínio do meu irmão, no Grajaú, Rio de Janeiro. Lembro-me das minhas sobrinhas, ensandecidas, indo buscar as grotescas sandalinhas cheias de brilhos no apartamento dela, na esperança de encontrar o Pelé que, vira e mexe, dava as caras por lá.
Desde os seus 20 e poucos anos de idade, ela comanda programas infantis cuja tônica é erotizar precocemente as crianças, transformando meninas em arremedos de mulheres sem se preocupar com sua vulgarização.
Os programas que comandou sempre tiveram como mote atropelar o desenvolvimento infantil em sua exuberância repleta de etapas simbólicas. Pasteurizou os encantos desta fase empenhando-se em exaltar a diferença entre possuir e não possuir os produtos que anunciava ou que levavam sua grife tais como sandálias, roupas, maiôs, lingeries, xampus, bonecas, chicletes, cosméticos, álbum de figurinhas, cadernos, agendas, computadores, sopas, iogurtes, etc., num universo insano onde ela, eternamente fantasiada de insinuante ninfeta, faz biquinho e comanda a miúda plebe ignara.
Cientes estamos todos de que esta senhora, durante muitos e muitos anos, defendeu zelosamente seu polpudo patrimônio utilizando-se da fachada de menina meio abobada que sequer sabia quantos milhões possuía. Costumava dizer que era a sua empresária que administrava suas posses cujo montante alegava, candidamente, desconhecer. Pobre menina rica. E burra, com certeza. Como se fosse possível alguém tão tapada tornar-se tão rica.
Talvez para esconder a consciência que tinha acerca do quanto ajudou a devastar a inocência de tantas gerações de meninas que lhe devotavam a mais pura idolatria, posou de inocente útil usando a mesma máscara que agora reedita para falar, emocionada, do seu mais novo pretenso drama/marketing.
Esqueceu-se que sua audiência, formada, na sua massacrante maioria, por meninas, passou a ser considerada como alvo da desumana propaganda colocando-as como mero veículo de consumo.
Esqueceu-se, convenientemente, de comentar que milhares de garotas pelo Brasil afora foram abusadas sexualmente ao mesmo tempo em que eram, por ela, adestradas a vestirem-se e comportarem-se como verdadeiras lolitas.
Esqueceu-se de que ensinou atitudes claramente ambivalentes para crianças que não faziam a mais pálida ideia do que podiam mobilizar em mentes doentias.
Esqueceu-se de que a erotização tem sido ligada a três dos maiores problemas de saúde mental de adolescentes e mulheres adultas: desordens alimentares, baixa autoestima e depressão.
Esqueceu-se também que as crianças, diariamente bombardeadas com imagens de paquitas como modelos de uma beleza simplesmente inalcançável enquanto corpos reais, torturavam-se perseguindo um modo de serem belas, perfeitas, saudáveis e eternas.
Estimulando a sexualidade de forma tão precoce, essas meninas perderam grande e preciosa fase do seu desenvolvimento natural. E reduzir o período da inocência, certamente, acarretou-lhes desdobramentos nefastos.
Daí para ideia, cada vez mais presente, da infância como objeto a ser apreciado, desejado, exaltado, numa espécie de pedofilização generalizada na sociedade foi, apenas, um pequeno passo.
Num país onde as mães deixam suas crias, por absoluta falta de opção, frente à tevê sem qualquer tipo de controle e sem condições para discutir o conteúdo apresentado, encontrou esta senhora terreno mais que propício para disseminar sua perversa e desmedida ganância por audiência e dinheiro.
Fosse ela uma pessoa minimamente preocupada com a direção que a sexualidade exacerbada e fora de contexto toma, neste país onde mulheres são cotidianamente massacradas, teria falado sobre este suposto drama muito tempo atrás. Teria tido muito mais cuidado com os exemplos de exposição que passava. Teria norteado seu trabalho dentro de parâmetros muito mais educativos e, desta forma, contribuído para que milhares de meninas fossem verdadeiramente cuidadas e respeitadas.
Ou teria simplesmente virado as costas e ido embora.
Logo, frente ao seu histórico, não tem mesmo nenhuma autoridade para sustentar qualquer atitude fundamentada em belos e necessários méritos.
Porque são de grandes valores, bons princípios e atitude exemplares que nossa sociedade necessita de maneira URGENTE.
Portanto, CALE-SE, XUXA!

Heloisa Lima
Psicóloga Clínica

Pensamento: “O homem leva dois anos para aprender a falar... e o resto da vida para aprender a permanecer em silêncio”.”

MEU INFERNO MAIS ÍNTIMO



por Luiz Felipe Pondé
 
Um jovem rabino, angustiado com o destino da sua alma, conversava com seu mestre, mais velho e mais sábio, em algum lugar do
Leste Europeu entre os séculos 18 e 19.

Pergunta o mais jovem: "O senhor não teme que quando morrer será indagado por Deus do porquê de não ter conseguido ser um Moisés ou um Elias? Eu sempre temo esse dia".

O mestre teria respondido algo assim: "Quando eu morrer e estiver na presença de Deus, não temo que Ele me pergunte pela razão de não ter conseguido ser um Moisés ou um Elias, temo que Ele me pergunte pela razão de eu não ter conseguido ser eu mesmo".

Trata-se de um dos milhares de contos hassídicos, contos esses que compõem a sabedoria do hassidismo, cultura mística judaica que nasce, "oficialmente", com o Rabi Baal Shem Tov, que teria nascido por volta de 1700 na Polônia.

A palavra "hassidismo" é muito próxima do conceito de "Hesed", piedade ou misericórdia, que descreve um dos traços do Altíssimo, Adonai ("Senhor", termo usado para se referir a Deus no judaísmo), o Deus israelita (que, aliás, é o mesmo que "encarnou" em Jesus, para os cristãos).

Hassídicos eram conhecidos como "bêbados de Deus", enlouquecidos pela piedade divina (e pela vodca que bebiam em grandes quantidades para brindar a vida...) que escorre dos céus para aqueles que a veem.

São muitas as angústias de quem acredita haver um encontro com Deus após a morte. Mas ninguém precisa acreditar em Deus        ou num encontro como esse para entender a força de uma narrativa como esta: o primeiro encontro, em nossa vida, que pode vir a ser terrível, é consigo mesmo. Claro que se Deus existe, isso assume dimensões abissais.

Para além do fato óbvio de que o conto fala do medo de não estarmos à altura da vontade de Deus, ele também fala do medo de não sermos seres morais e justos, como Moisés e Elias, exemplos de dois grandes "heróis" da Bíblia hebraica. Ser como Moisés e Elias significa termos um parâmetro moral exterior a nós mesmos que serviria como "régua".

A resposta do sábio ancião ao jovem muda o eixo da indagação: Deus não está preocupado se você consegue seguir parâmetros   morais exteriores, Deus está preocupado se você consegue ser você mesmo.

Não se trata de pensar em bobagens do tipo "Deus quer que você seja feliz sendo você mesmo" como pensaria o "modo brega autoestima de ser", essa praga contemporânea. Trata-se de dizer que ser você mesmo é muito mais difícil do que seguir padrões exteriores porque nosso "eu" ou nossa "alma" é nosso maior desafio.

Enfrentar-se a si mesmo, reconhecer suas mazelas, suas inseguranças e ainda assim assumir-se é atravessar um inferno de silêncio e solidão. Ninguém pode fazer isso por você, é mais fácil copiar modelos heroicos, por isso o sábio diz que Deus não quer cópias de Moisés e Elias, mas pessoas que O enfrentem cara a cara sendo quem são.

Podemos imaginar Deus perguntando a você se teve coragem de ser você mesmo nos piores momentos em que ser você mesmo seria aterrorizante. Aí está o cerne da "moral da história" neste conto.

Noutro conto, um justo que morre, chegando ao céu, ouve ruídos horrorosos vindo de uma sala fechada. Perguntando a Deus de onde vem aquele som ensurdecedor, Deus diz a ele que vá em frente e abra a porta do lugar de onde vem a gritaria. Pergunta o justo a Deus que lugar seria aquele. Deus responde: "O inferno". Ao abrir a porta, o justo ouve o que aqueles infelizes gritavam: "Eu, eu, eu...".

Ao contrário do que dizia o velho Sartre, o inferno não são os outros, mas sim nós mesmos. Numa época como a nossa, obcecada por essa bobagem chamada autoestima, ocupada em fazer todo mundo se achar lindo e maravilhoso, a tendência do inferno é ficar superlotado, cheio de mentirosos praticantes do "marketing do eu".

Casas, escritórios, academias de ginásticas, igrejas, salas de aula, todos tomados pelo ruído ensurdecedor do inferno que habita cada um de nós. O escritor católico George Bernanos (século 20) dizia que o maior obstáculo à esperança é nossa própria alma.

Quem ainda não sabe disso, não sabe de nada.

Luiz Felipe Pondé

A FÚRIA DE GIBRALTAR



por Gilles Lapouge


‘Que ideia maravilhosa foi a criação da União Europeia.

 Graças a ela, partes da Europa que passaram 2 mil anos se detestando aprenderam a amar.

Mas o passado resiste. Alguns pequenos espaços teimam em detestar outros espaços.

É o caso de Gibraltar, rochedo no sul da Espanha, pelo qual Madri e Londres seguem se atormentando.

Vale lembrar o status de Gibraltar: trata-se de um pequeno fragmento de 6 quilômetros quadrados, localizado ao sul do território espanhol, um simples penhasco, mas que guarda a passagem do Mar Mediterrâneo para o Oceano Atlântico. É o segundo estreito mais concorrido do mundo.

A Grã-Bretanha reina sobre esse ínfimo rochedo. Por que? Há três séculos, em 1713, a Guerra da Sucessão Espanhola acabava com o Tratado de Utrecht. Por esse tratado, a Espanha, vencida, cedeu aos britânicos a cidade, o castelo e o Porto de Gibraltar. Durante 300 anos, o acordo jamais foi contestado.

Este ano, no jubileu de diamante da rainha Elizabeth II, é novamente aberta, entre Espanha e Grã-Bretanha, a velha ferida infectada. O pretexto: o príncipe Andrew, filho mais novo da rainha, em razão do jubileu, deve ir a Gibraltar no dia 11. Furor na Espanha. Madri deu a conhecer "sua contrariedade e desconforto". E reagiu. A rainha Sofia, da Espanha, anulou a visita que faria à sua prima, a rainha Elizabeth, no castelo de Windsor. E a imprensa espanhola criticou a "indelicadeza" britânica, da rainha e dos príncipes.

O incidente vem se somar às tensões que persistem entre as duas grandes nações em razão desse rochedo. Por exemplo, Gibraltar proibiu que os pescadores espanhóis naveguem em seu entorno. À afronta, Madri respondeu vigorosamente, ordenando que a Guarda Civil espanhola escoltasse os pescadores. E a Espanha proclamou que "o tempo das humilhações acabou".

Às vezes, o conflito se intensifica. Em vez de ficar restritos aos insultos, os dois países chegam às vias de fato. Na sexta-feira, um grupo de espanhóis feriu levemente um policial de Gibraltar e atirou pedras contra seu carro. As autoridades britânicas estremeceram e instalaram uma segunda cerca para melhor separar o rochedo do continente.

A União Europeia tem tido muito trabalho. Pobres diplomatas de Bruxelas. Não só devem impedir a Grécia de morrer, mas também devem convencer os espanhóis a não atirarem pedras contra os carros de policiais britânicos. Será que Angela Merkel terá de cuidar do caso?

Os cientistas políticos estão inquietos e perguntam-se por quanto tempo a guerra se prolongará. As opiniões são divergentes.
 
Os pessimistas não veem solução antes de dois ou três milênios.
 
 Outros, mais políticos, confiantes nos poderosos instrumentos diplomáticos da UE, acreditam que tudo se resolve em alguns séculos. ‘
 
 TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO
 * É CORRESPONDENTE ME PARIS

A FÍSICA E O PRINCÍPIO INTELIGENTE DO UNIVERSO



por Adolfo Guimarães


A física, em seu aspecto teórico, ultimamente tem feito cogitações interessantíssimas. Uma delas, por exemplo, é a reavaliação dos conceitos vigentes de consciência, ou atividade cerebral.

Nas novas conceituações quânticas, a consciência não depende do cérebro, mas, ao contrário, é o cérebro que depende da consciência, o que já inverte o ponto de vista materialista (newtoniano), virando-o de cabeça para baixo.

De cara, isso faz com que a gente repense nossa mofada noção de realidade.

No esquema da árvore materialista os galhos, na verdade, são a raiz

Vai ficando obsoleta a maneira convencional de analisar a consciência, considerando-a como um resultado secundário (epifenômeno) da atividade cerebral.

Aquela história de que tudo começa com partículas produzindo átomos, átomos produzindo moléculas, moléculas produzindo neurônios, neurônios produzindo o cérebro e o cérebro produzindo consciência, tem transformado essa mesma consciência em um objeto — quando, na verdade, tudo é exatamente o contrário.

A consciência é a fonte organizadora e manipuladora dessas partículas.

O princípio inteligente do universo

Em 1857 as comunicações espíritas já haviam invertido a tese materialista quando revelavam a Allan Kardec que "o espírito é o princípio inteligente do universo".

Respondendo às questões do codificador, revelavam muito mais. Afirmavam que, embora a matéria seja o liame que escraviza o espírito, este exerce sua ação sobre ela, tornando-a seu instrumento de manifestação.

E aqui fica bem claro: a consciência, em si mesma, é independente em sua realidade transcendente, embora, para manifestar-se na realidade física, necessite dos elementos interativos correspondentes com essa realidade.

A Inteligência Suprema

Algumas mentes arrojadas da física quântica chegam a afirmar que o universo é autoconsciente. Afirmam que mesmo o mundo material é criado por nós momento a momento. E o universo inteiro é criado para que a consciência possa se ver na criação.

Ressaltam a importância da criatividade e do amor como forças unificadoras que nos levam de volta à unidade, uma vez que ora nos encontramos desunificados da realidade maior, fundamental e transcendente em função de nossos condicionamentos.

É o jeito que os cientistas estão achando para expressar e, sem querer, confirmar aquela excepcional definição dada pelos espíritos, a respeito do Criador, contida na primeira questão de O Livro dos Espíritos, quando estes proclamaram a Allan Kardec: "Deus é a Inteligência Suprema do Universo", a fonte geradora de todas as coisas.

"O universo é um todo de energias dinâmicas expressando o pensamento do Criador"

Os espíritos têm afirmado que o meio sutil em que o universo se equilibra é algo que pode ser descrito como fluido ou energia cósmica, uma espécie de "hálito divino", uma força inabordável que sustenta e estrutura toda a criação. Dizem que esse fluido elementar seria a "base mantenedora de todas as associações da forma nos domínios inumeráveis do Cosmo, do qual conhecemos o elétron como sendo um dos corpúsculos-base, nas organizações e oscilações da matéria", o que nos leva a idear o universo como um "todo de forças dinâmicas, expressando o pensamento do Criador".

"Isso que chamais molécula está longe da molécula elementar", diziam os espíritos a Allan Kardec, em 1857.

O pensamento imensurável do Criador sustenta e potencializa o pensamento mensurável da criatura

Assim, a física quântica, ao teorizar que o universo é autoconsciente, tenta focar nossa embotada atenção para o entendimento de que, nos fundamentos da criação vibra o pensamento imensurável da Unidade Primordial ou, como dizem os espíritos, da Inteligência Suprema.

É sobre esse plasma divino proveniente da Inteligência Suprema, segundo os espíritos, que o pensamento mensurável da criatura vibra, a constituir-se e afirmar-se no vasto oceano de força mental em que as potencialidades do espírito se manifestam.

Diante disso, nossos estreitos conceitos de "fora" e "dentro", de "maior" e "menor", "tangível" e "intangível", "micro" e "macro", "puro" e "impuro", "inferior" e "superior", "verdadeiro" e "falso" sobram-nos esparsos e ineficientes, apenas como meras metáforas para nossa vã tentativa de apreender a vastidão do poema cósmico, magistral e inspiradamente concebido pelo incomparável Poeta Celestial!

* * *

"O Espírito não chega a receber a iluminação divina, que lhe dá, simultaneamente com o livre-arbítrio e a consciência, a noção de seus altos destinos, sem haver passado pela série divinamente fatal dos seres inferiores, entre os quais se elabora lentamente a obra da sua individualização. Unicamente a datar do dia em que o Senhor lhe imprime na fronte o seu tipo augusto, o Espírito toma lugar no seio das humanidades." Allan Kardec 1804-1869 in A GÊNESE, cap VI, item 19
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Centro de Estudos Espíritas Paulo Apóstolo, CEEPA
Mirassol – SP

O MOLUSCO



por Waldo Luís Viana

“O Brasil "B" virou pós-moderno, dos delegados e de vários outros sem uma efetiva formação, um assassinato ao que restava da aristocracia genuína no País. O Brasil do neopentecostalismo, dos ignorantes e milionários técnicos de futebol, dos atletas alcoólatras senão drogados, da música sertaneja de baixa qualidade, da falta de educação, do neo-ateísmo, da predominância de castrantes megeras calejadas sobre moçoilas românticas, da promiscuidade sensual e do pit bull.”
Nicolau Ginefra
 
 

Ninguém mais aguenta o molusco. Nem ele está gostando de si  próprio. Sem laringe e poder, vai mofando, extinguindo-se pouco a pouco, até fazer cocô no pijama.
 
Como é enfadonho enumerar suas gafes e platitudes. Quando no governo, ficávamos à mercê das imbecilidades, batatadas e erros de português. Nunca dantes “nezte paíze”...Agora o troncho psiquê, à procura de um psicanalista freudiano – do mesmo modo que Pirandello à procura de um autor –, lamenta-se de não conseguir mais interferir nos acontecimentos e traz-nos, de maneira angustiada, um erro atrás do outro. Realmente, uma mente não brilhante...
A própria turma que o aplaude automaticamente está com medo. Querem até encabrestar a imprensa livre, temendo o pior. O “homi” estimulou uma CPI, que não iria dar em nada, mas que hoje ninguém sabe onde vai dar.  Logo após brindou-nos com um encontro, à sorrelfa, com dois personagens republicanos, para tentar adiar o julgamento do mensalão.
 
Como em política o que vale não é o fato, é a versão, o cefalópode  ficou mal na fita. Falou demais e o tiro saiu pela culatra. Rebolou, mas não emplacou. Quer ser notícia toda semana, engolfando até sua  criação presidencial de laboratório.
 
A CPI não era pra apurar nada, mas qualquer coisa que fizer vai sepultar meia república, porque o vespeiro de Brasília incrimina todo mundo. Era pizza de mentirinha, mas começa a cheirar mal e, por sua vez, o encontro para encobrir o mensalão soou pior, gerando um clima de interferência indevida na cabeça dos juízes.
 
O molusco não vive sem manchete, quer ser comentado, apesar de haver ficado sem a “presidença”. No entanto, ele é capaz de sacrificar tudo pra não ver os “pobre cumpanhêru” nas barras dos tribunais.  Dessa vez, não foi a oposição incompetente a culpada. Foi ele mesmo, envolvido nas traquinagens dos iguais, no reino animal.
 
O cefalópode estava no topo da cadeia alimentar, mas agora é repasto do que há de pior no fundo das águas. Afinal, as lulas são capturadas por holofotes e até os pescadores sabem disso: colocam luzes de noite e elas vêm à tona. Assim, temos a figura ridícula e indecorosa, tentando reaparecer a qualquer preço.
 
Na verdade, é o vil cambalacho daquele que deseja ficar acima d’água, exibindo ignorância. Ela manifesta-se no desespero da ausência de poder, que se descabela e transborda pela falta de compostura.
 
Quando vier o julgamento tão amaldiçoado pelos aliados, vamos ver o espetáculo trágico de um grupo que não quer perder o poder, misturando-se com a crise econômica que se avizinha em passadas olímpicas. E, dessa vez, não se poderá culpar as oposições, porque,  adesistas e incompetentes, se especializaram em não fazer nada. Os escândalos sucedem-se com presteza, mas não têm apetite, dando a impressão de que é cômodo viver nessa atmosfera de Estado corrupto, em decomposição.
O molusco reúne as últimas energias que lhe restam. Teima em não ser arpoado pelos acontecimentos, pretendendo continuar a falsa epopéia de rei do mar.
 
Que angústia não conseguir mais nomear e demitir seus peixes! Como é triste viver do passado, achando que ainda mexe os cordéis da história. Será lembrado somente pela velha frase: “eu não sabia de nada!” – que hoje é moda em todos os quadrantes da política.
 
O cefalópode apedeuta não quer voltar às profundezas. Na verdade, luta a todo custo para se manter na crista das ondas, tal e qual um surfista jovem. Na verdade, entretanto, tornou-se um velho e ridículo Napoleão de hospício.
 
Ele luta e esperneia, mas não ganha mais nada! É um arremedo que causa pena! Em verdade, o molusco é a metástase dos furtos do mar!