Mentes que visitam

segunda-feira, 1 de abril de 2013

SARAMAGO E A CEGUEIRA MENTAL



“O egoísmo pessoal, o comodismo, a falta de generosidade, 

as pequenas covardias do cotidiano, tudo isto contribui para 

essa perniciosa forma de cegueira mental que consiste em 

estar no mundo e não ver o mundo, ou

só ver dele o que, em cada momento, 

for suscetível de servir os nossos interesses.” 


(José Saramago)

quarta-feira, 27 de março de 2013

UM SÉCULO DE HIPOCRISIA

por Rodrigo Constantino

'É divertidíssima a esquizofrenia de nossos artistas e intelectuais de esquerda: admiram o socialismo de Fidel Castro, mas adoram também três coisas que só o capitalismo sabe dar - bons cachês em moeda forte; ausência de censura e consumismo burguês. Trata-se de filhos de Marx numa transa adúltera com a Coca-Cola... ' (Roberto Campos) 


O arquiteto Oscar Niemeyer completou um século de vida sob grande reverência da mídia. Ele foi tratado como 'gênio' e um 'orgulho nacional', respeitado no mundo todo. Não vem ao caso julgar suas obras em si, em primeiro lugar porque não sou arquiteto e não seria capaz de fazer uma análise técnica, e em segundo lugar porque isso é irrelevante para o que pretendo aqui tratar. 


Entendo perfeitamente que podemos separar as obras do seu autor e julgá-los independentemente. Alguém pode detestar a pessoa em si, mas respeitar seu trabalho. O problema é que vejo justamente uma grande confusão no caso de Niemeyer e tantos outros 'artistas e intelectuais' . O que acaba sendo admirado, quando não idolatrado, é a própria pessoa. E, enquanto figura humana, não há nada admirável num sujeito que defendeu o comunismo a vida inteira. 
Niemeyer, sejamos bem francos, não passa de um hipócrita. Seus inúmeros trabalhos realizados para governos, principalmente o de JK, lhe renderam uma bela fortuna. O arquiteto mamou e muito nas tetas estatais, tornando-se um homem bem rico. No entanto, ele insiste em pregar, da boca para fora, o regime comunista, a 'igualdade' material entre todos. Não consta nas minhas informações que ele tenha doado sua fortuna para os pobres. Enquanto isso, o capitalista 'egoísta' Bill Gates já doou vários bilhões à caridade. 
 
Além disso, a 'igualdade' pregada por Niemeyer é aquela existente em Cuba, cuja ditadura cruel o arquiteto até hoje defende. Gostaria de entender como alguém que defende Fidel Castro, o maior genocida da América Latina, pode ser uma figura respeitável enquanto ser humano. São coisas completamente contraditórias e impossíveis de se conciliar. Mostre-me alguém que admira Fidel Castro e eu lhe garanto se tratar ou de um perfeito idiota ou de um grande safado. E vamos combinar que a ignorância é cada vez menos possível como desculpa para defender algo tão nefasto como o regime cubano, restando apenas a opção da falta de caráter mesmo. Ainda mais no caso de Niemeyer. 

Na prática, Niemeyer é um capitalista, não um comunista. Mas um capitalista da pior espécie: o que usa a retórica socialista para enganar os otários. Sua festa do centenário ocorreu   em São Conrado , bairro de luxo no Rio, para 400 convidados. Bem ao lado, vivem os milhares de favelados da Rocinha. Artistas de esquerda são assim mesmo: adoram os pobres..., de preferência bem longe. 
 
Outro aclamado artista socialista é Chico Buarque, mais um que admira Cuba bem de longe, de sua mansão. E cobra caro em seus shows, mantendo os pobres bem afastados de seus eventos. A definição de socialista feita por Roberto Campos nos remete diretamente a estes artistas: 'No meu dicionário, [WINDOWS-1252? ]'socialista' é o cara que alardeia intenções e dispensa resultados, adora ser generoso com o dinheiro alheio, e prega igualdade social, mas se considera mais igual que os outros'.

Aquelas pessoas que realmente são admiráveis, como tantos empresários que criam riqueza através de inovações que beneficiam as massas, acabam vítima da inveja esquerdista. O sujeito que ficou rico porque montou um negócio, gerou empregos e criou valor para o mercado, reconhecido através de trocas voluntárias, é tachado de 'egoísta', 'insensível' ou mesmo 'explorador' por aqueles mordidos pela mosca marxista. Mas quando o ricaço é algum hipócrita que prega aos quatro ventos as 'maravilhas' do socialismo, vivendo no maior luxo que apenas o capitalismo pode propiciar, então ele é ovacionado por uma legião de perfeitos idiotas, de preferência se boa parte de sua fortuna for fruto de relações simbióticas com o governo. 

  Em resumo, os esquerdistas costumam invejar aquele que deveria ser admirado, e admirar aquele que deveria ser execrado. É muita inversão de valores! 
Recentemente, mais três cubanos fugiram da ilha-presídio de Fidel Castro. Eles eram artistas, como o cantor Chico Buarque, por exemplo. Aproveitaram a oportunidade e abandonaram o 'paraíso' comunista, que faz até o Brasil parecer um lugar decente. Eu gostaria de aproveitar a ocasião para fazer uma proposta: trocar esses três 'fugitivos' que buscam a liberdade por Oscar Niemeyer, Chico Buarque e Luiz Fernando Verissimo, três adorados artistas brasileiros, defensores do modelo cubano. Claro que não seria uma troca compulsória, pois estas coisas autoritárias eu deixo com os comunistas, que abominam a liberdade individual. A proposta é uma sugestão, na verdade. Acho que esses três comunistas mostrariam ao mundo que colocam suas ações onde estão suas palavras, provando que realmente admiram Cuba. Verissimo recentemente chegou a escrever um artigo defendendo Zapata e Che Guevara. Não seria maravilhoso ele demonstrar a todos como de fato adora o resultado dos ideais dessas pitorescas figuras?

Enfim, Niemeyer completa cem anos de vida. Um centenário defendendo atrocidades, com incrível incapacidade de mudar as crenças diante dos fatos.


segunda-feira, 25 de março de 2013

DINHEIRO VINDO DO NADA



Saiba  a Verdade Sobre o Sistema Financeiro Mundial
Uma sociedade sem dinheiro vivo e os microchips são parte de uma ferramenta fundamental no controle da existência humana: o sistema financeiro mundial.
Pergunte às pessoas porque elas não estão dizendo ou fazendo o que realmente acreditam ser o correto e a resposta será medo. E uma das principais expressões desse medo é a necessidade de ganhar dinheiro para sobreviver. Essa é a idéia: se você pode inflar artificialmente o custo das necessidades básicas como comida, moradia e vestuário, você pode pressionar as pessoas a servir o seu sistema. Quanto menos você precisa ganhar, mais escolhas você tem para viver a vida como achar melhor. E quanto mais você precisa, menos escolhas você tem.
Essa fraude é fundada na maior de todas as trapaças: o pagamento de juros sobre um dinheiro que não existe. O fato de que nós, como um todo, toleramos isso, revela muito sobre a escala da clonagem mental coletiva que tem se espalhado neste planeta. 
Os bancos controlados pela Elite estão emprestando legalmente (como de costume), dez mil dólares para cada mil que eles realmente possuem. É como se você possuísse cem dólares, mas emprestasse mil para os seus amigos e cobrasse juros por isso. Se cada um dos seus amigos exigisse dinheiro vivo, você não poderia fazer essa fraude funcionar, mas os bancos não têm esse problema porque a maioria das suas transações não envolve dinheiro vivo. Eles trabalham principalmente com "dinheiro" teórico: cheques e cartões de crédito. Se todo mundo fosse ao banco ao mesmo tempo para pedir o seu dinheiro de volta, os bancos acabariam falidos muitas vezes porque eles estão emprestando uma quantia muito maior do que eles têm depositado. Apenas uma fração do dinheiro que os bancos “emprestam” existe fisicamente. 
A maioria das pessoas acredita que os bancos emprestam só o dinheiro que os clientes depositaram neles. Isso simplesmente não é verdade. O que os bancos emprestam é, em efeito... Nada. Quando você vai a um banco para fazer um empréstimo, sua conta é “creditada” com aquela quantia. Tudo que o banco fez foi digitar a quantia do seu empréstimo, digamos R$ 10.000, em um computador. Se o banco estivesse lhe emprestando o dinheiro dos clientes dele, as suas contas teriam que ser reduzidas em R$ 10.000 para permitir que você tivesse o empréstimo. Mas não são. Elas permanecem da mesma forma. Então, de onde apareceu essa misteriosa quantia de R$ 10,000? 
Seu “empréstimo”, como com todo “empréstimo”, é conjurado do nada. São apenas figuras em uma tela de computador! E, a partir desse momento, você começa a pagar juros sobre um dinheiro inexistente. Mais que isso, este “dinheiro” fantasma é até mesmo registrado nas contas do banco como um “ativo”, e isto permite fazer ainda mais empréstimos do mesmo tipo. 
A cada empréstimo, o prestatário fica em débito e os ativos oficiais do banco aumentam, apesar de nenhuma nova moeda ter sido cunhada e de nenhuma nova nota ter sido impressa. Tudo isso é uma ilusão. O que os bancos fazem é a atividade criminal mais lucrativa e mais destrutiva do planeta. Pessoas que cultivam comida e produzem o necessário para a vida estão mergulhados em dívidas, e freqüentemente são empurrados à falência por pessoas que não fazem nada além de digitar figuras em uma tela de computador e cobrar juros por elas. 
Quantias fantásticas de “dinheiro” estão em circulação em forma de cheques e créditos de vários tipos, mas menos que dez por cento estão na forma de moedas e notas. Mais de noventa por cento dessas quantias não existe. O sistema está maciçamente falido e ele só sobrevive porque as pessoas são condicionadas a aceitar cheques e cartões de crédito como “dinheiro” quando, na realidade, eles não são nada além de dados em um programa de computação sem nada para justificar esses dados. 
Por mais que seja estarrecedor, esta é a forma como a vasta maioria do “dinheiro” é posto em circulação - não por governos imprimindo dinheiro vivo, mas através de bancos privados emprestando dinheiro que não existe e cobrando juros por isso. Principalmente através de crédito. Isto significa que a maior parte do “dinheiro” usado para ser trocado por bens e serviços já é criado como uma dívida. 
Nós ouvimos que inflação é causada por governos que imprimem muito dinheiro. Isso não é verdade. Os governos não imprimem o bastante! Noventa por cento do “dinheiro” posto em circulação é “criado” na forma de débito pela rede bancária privada controlada pela Elite Global. Isso é totalmente insano, e é por isso que a montanha de dívidas aumenta a cada minuto. 
Um "boom" econômico (quando a produção e o consumo aumentam), simplesmente leva a mais empréstimos pelos bancos para aumentar ainda mais o consumo. Assim, nos "bons tempos" da economia, a quantidade do débito sobe a quantias colossais e isso eventualmente conduz aos tempos ruins, conhecido como depressão. Como os bancos têm o controle sobre a criação do “dinheiro” através dos empréstimos, eles decidem se vai haver um boom econômico ou uma depressão aumentando ou diminuindo a quantia de “dinheiro” que eles emprestam às pessoas. A diferença entre crescimento e depressão é só a quantia de dinheiro vivo ou crédito disponível para fazer compras. E como o sistema bancário é controlado pela Elite Global, esse minúsculo grupo exclusivo tem o controle sobre a economia de cada país e sobre as decisões dos "líderes" políticos e econômicos que, ou não entendem como o sistema bancário e a criação de dinheiro realmente funcionam (a maioria), ou estão trabalhando conscientemente com os que controlam o sistema. 
Por causa desse passe de mágica, as dívidas das pessoas, dos negócios, e dos países alcançaram a terra do nunca, e a necessidade de pagar os juros é refletida no dinheiro que nós pagamos na forma de impostos, pela comida, pela vestimenta, por abrigo e etc. O Governo britânico gasta muito mais com juros por ano do que com educação e uma vez que você perceba como o sistema funciona, já não é mais surpreendente que os Estados Unidos estejam com uma dívida de trilhões e trilhões de dólares. 
Olhe para o que acontece somente em uma transação. Digamos que o governo dos EUA queira pedir emprestado um bilhão de dólares para cobrir uma pequena queda na arrecadação. Ele emite uma nota do Tesouro ou fatura, um IOU em outras palavras, e a entrega ao Federal Reserve, um cartel de bancos privados controlados pela Elite Global. Os banqueiros então “criam” um bilhão de dólares a um custo desprezível para eles. A partir desse momento, os bancos começam a cobrar juros do governo (do povo) sobre um bilhão de dólares. E não é só isso, o pedaço de papel, o IOU, é contado agora como um “ativo” dos bancos e aparece nas contas deles como se eles na verdade possuíssem um bilhão de dólares em seus cofres. Isto significa que eles podem emprestar outros dez bilhões de dólares (no mínimo) de um “crédito” inexistente para outros clientes! 
Todo mundo envolvido em um processo de produção seja ele o fornecedor de materiais, o produtor, a companhia de transporte, a loja, etc... Todos estão acrescentando um extra aos seus preços para cobrir a necessidade de pagar os juros do dinheiro não-existente que eles tomaram "emprestado". Até que você compre um produto na loja, o seu preço estará maciçamente inflacionado se comparado com o que ele precisa ser, porque cada fase do processo está pagando juros sobre um dinheiro que não existe. Nós estamos comprando três casas pelo direito de viver em uma porque dois terços do dinheiro (às vezes mais) que nós pagamos em uma hipoteca é somente para pagar os juros. Se você pegar um empréstimo de £50.000 para comprar uma casa com o Banco Nacional deWestminster da Inglaterra, você pagará de volta £152.000. Você comprará três casas para viver em uma. No folheto em que se explicava isso, eles tiveram a coragem de dizer: "Banco Nacional de Westminster - nós estamos aqui para tornar a vida mais fácil”. Muitíssimo obrigado, eu realmente não sei como agradecer. 
Por toda parte as pessoas estão fazendo coisas que não têm nenhum desejo de fazer porque elas precisam pagar juros sobre um dinheiro que não existe. A Dívida do Terceiro Mundo, que está crucificando bilhões de pessoas dia após dia, deriva predominantemente de um dinheiro que não existe, nunca existiu, e nunca existirá. E nós ainda aceitamos isso! 
É um truque, uma trapaça. Não é necessário. Ele está lá para nos controlar. É por isso que o sistema foi criado em primeiro lugar. 
Apesar da óbvia insanidade deste roubo legalizado, nossas mentes ainda estão condicionadas a acreditar que cobrar juros é essencial e que sem isso a economia mundial desmoronaria. Não é bem assim. A ditadura bancária global orquestrada pela Elite Global é que desmoronaria, e isso seria fantástico. Mas as pessoas que estão escravizadas pelo pagamento de juros sobre um dinheiro que não existe, defendem o sistema e dizem que ele deve continuar! Hei! Guarda da prisão. Não ouse abrir essa porta. Você me ouviu? 
O sistema de pagamento de juros não é uma proteção contra sofrimento econômico. Na verdade, ele é quem cria pobreza e desigualdade e permite a acumulação do poder global. 
Diga-me uma coisa: o que aconteceria se, em vez de pedir emprestado um dinheiro inexistente à rede de bancos privados, nossos governos imprimissem o seu próprio dinheiro livre de juros e o emprestasse às pessoas também livre de juros, com talvez uma taxa bem pequena só para cobrir os custos da administração? Nós não seríamos mais capazes de comprar tudo o que precisamos? É claro que seríamos, e muito mais facilmente porque o custo de tudo seria menor. O custo de uma hipoteca cairia em dois terços se você não tivesse que pagar juros. Os sem-teto poderiam ser abrigados e nós não teríamos a visão grotesca de pessoas dormindo nas ruas porque não podem juntar bastantes pedaços de papel ou figuras não-existentes de computador para pagar por um abrigo adequado. 
O dinheiro se tornaria o que foi planejado para ser: um meio de troca de contribuições para a comunidade, o qual suaviza as limitações da permuta. Somente com a introdução dos juros é que o dinheiro se torna um veículo para o controle, o qual é usado com um efeito devastador nos dias de hoje. 
Ninguém ganha com o pagamento de juros, exceto os bancos da Elite Global. Ninguém perderia se o sistema fosse mudado, com exceção da rede bancária e daqueles que usam o dinheiro para ganhar mais dinheiro sem qualquer contribuição produtiva para o mundo. Os bancos, que têm saqueado e abusado da humanidade por tanto tempo, viriam abaixo e o papel dos sucessores deles seria construtivo, ao invés de destrutivo. 
O falecimento do sistema de cobrança de juros pelos bancos é realmente tão terrível? Eu estou saltando de alegria só de pensar nisso. Não há nenhuma razão para que nós não possamos ter dinheiro livre de juros. Só está faltando vontade porque os políticos que poderiam por um fim nisso são controlados e manipulados pelas mesmas pessoas que possuem o sistema bancário global, o qual brande o seu poder nas vidas das pessoas exigindo que elas paguem juros sobre um dinheiro que não existe. Olhe para os “diferentes” partidos políticos em seu país. Quanto deles estão propondo terminar com a cobrança de juros se forem eleitos? 
Nenhum? Obrigado. E agora você sabe por que. 
Dois presidentes dos Estados Unidos propuseram imprimir dinheiro livre de juros e começaram a fazer isso de uma maneira gradativa. Um era Abraham Lincoln e o outro era John F Kennedy. O Que mais eles têm em comum? Ah! É claro, ambos foram assassinados. 
Uma importante pergunta que deve ser feita constantemente é: “quem se beneficia?” 
Sempre que um político, economista, líder de igreja, jornalista, ou qualquer um está nós dizendo o que pensar, vale a pena fazer a pergunta: quem se beneficia se eu acreditar no que estão me pedindo para acreditar? A resposta invariavelmente o conduz para a real razão de você está sendo alimentado com essa linha de “pensamento". 
Por exemplo: quem se beneficia se as pessoas acreditam que “milícias de extrema direita” estavam por trás do atentado à bomba em Oklahoma? 
Resposta: Aqueles que desejam desacreditar as declarações das milícias sobre a Conspiração Global e aqueles que desejam justificar a introdução de leis mais autoritárias dentro dos Estados Unidos e, como o Presidente Clinton colocou 24 horas após o atentado: “um abrandamento nas restrições ao envolvimento das forças armadas na execução da lei doméstica”.

David Icke

sexta-feira, 22 de março de 2013

Professoras manifestam-se sobre redação no Enem

*Postado por Juremir Machado em 19 de março de 2013 - Educação

Boa tarde. Somos professoras de Língua Portuguesa e participamos do processo de avaliação das Redações do Enem 2012 e gostaríamos de divulgar algumas informações acerca do processo que não estão sendo divulgadas.

Já está evidente a falta de seriedade que subjaz o Exame Nacional do Ensino Médio. Sem entrar nas questões mais profundas que dizem respeito às consequências a médio e longo prazo, as notas das redações do Enem 2012 evidenciam a falta de critérios objetivos e a falta de seriedade no processo de avaliação das mesmas, embora representantes do Cespe/Unb, Ministério da Educação e Inep tentem afirmar o contrário. Nós, que estivemos nos bastidores do processo de correção das redações do Enem sabemos por que as respostas dadas pelos órgãos responsáveis não satisfazem.

Com a novidade de dar acesso às correções, foi permitido que os próprios candidatos soubessem da aparente arbitrariedade que perpassa as notas finais atribuídas. As primeiras reclamações vieram daqueles que se sentiram prejudicados, em função das notas baixas e a consequente impossibilidade de ingressar na Universidade. No dia 18 de março, foram publicados os erros das redações cujos candidatos obtiveram nota máxima. Não seria isso suficiente para se comprovar a ineficácia do sistema de avaliação?

O que não se torna público é a forma como isso acontece. À primeira vista, há subentendida a incompetência dos avaliadores. A atribuição de nota máxima no quesito domínio da norma padrão da língua escrita a um candidato que escreve trousse leva-nos a duas possibilidades: os dois professores de Língua Portuguesa responsáveis pela avaliação desta redação não sabem a grafia correta da palavra ou foram orientados a fazer vistas grossas a alguns erros, a fim de facilitar a aprovação dos candidatos.

Um processo que inicia com a seleção de avaliadores, sem necessária comprovação de experiência na área, sem prova de conhecimentos e, principalmente, sem capacitação para a tarefa não pode ser sério. Os problemas ainda são maiores do que a seleção de avaliadores. Quando, numa suposta capacitação, ocorrida num domingo, os professores selecionados para trabalhar no processo são informados de que eles estão no processo para cumprir as normas da banca avaliadora e não para questionar as orientações e os critérios de avaliação, temos evidência da falta de respeito com os profissionais. Assim, somos orientados a deixar de lado os conhecimentos que temos e, mais ainda, a ignorar aquilo que ensinamos aos nossos alunos, quando os preparamos para a redação do Enem.

Outra novidade neste ano foi a avaliação dos avaliadores. Na teoria, os avaliadores deveriam receber um relatório com informações a respeito do desempenho nas avaliações. Muitos avaliadores não chegaram a ter conhecimento acerca dessa avaliação, como nós, por exemplo. Muitos tiveram seus sistemas bloqueados por terem tirado uma nota baixa, sem ao menos saber por quê. O bloqueio de avaliadores ocorreu com frequência e a comunicação com aqueles que deveriam ser responsáveis pelo bom andamento do processo foi um caos: informações desconexas, explicações infundadas, mentiras e delegação de responsabilidades.

Há avaliadores que ainda não receberam pelos serviços prestados; os pagamentos foram realizados em datas diferentes das informadas, fazendo com que os avaliadores tivessem que ir ao banco inúmeras vezes. Os avaliadores foram informados de que o pagamento seria realizado em conta corrente cadastrada, mas muitos receberam por ordem de pagamento, graças à tentativa de um avaliador que descobriu seu pagamento e avisou aos demais, caso contrário, o problema poderia ser ainda maior.

Agora circula nas redes sociais as piadas em relação aos avaliadores, o MEC não dá uma resposta satisfatória e coerente, porque não pode dizer a verdade: o objetivo é aprovar o maior número possível de candidatos. Quem fica exposto somos nós, os avaliadores, professores que são orientados a esquecer o conhecimento que têm sobre estrutura do texto dissertativo-argumentativo, construção de argumentos, manutenção temática e até as regras de ortografia, acentuação e concordância, sob pena de terem seus sistemas bloqueados e serem excluídos do processo. Sim, isso foi o que aconteceu com os avaliadores que corrigiram de acordo com as orientações, com aqueles que passaram por cima dos absurdos para fazer o seu trabalho com seriedade, responsabilidade, atribuindo notas justas aos textos.

Temos certeza de que a verdade será mantida em sigilo, porque todos sabemos que uma avaliação séria das redações acarretaria altos índices de reprovação e consequência exposição do fracasso da educação brasileira. Nós não podemos avaliar as redações, seguindo critérios justos, éticos e coerentes, porque teríamos que colaborar para a divulgação dos níveis de leitura e escrita em que se encontram nossos alunos da Educação Básica, justamente o que o governo quer mascarar.

Ao assinarmos termo de sigilo, quando contratadas, ficamos “mudas”. Há redações circulando nas redes sociais; há jornais publicando os absurdos do processo. Em função do termo de sigilo, corremos risco de sermos processadas, caso divulguemos as informações que recebemos ao longo do processo. Tem sido difícil assistir a todos os comentários sem podermos nos pronunciar.

Assim, esperamos que a voz dos avaliadores também possa aparecer e que a sociedade saiba do que ocorre por trás daquilo que é divulgado.

Atenciosamente

Ana Rita Torres Soares

Tamara Véras de Bitencourt

EU TENHO RAZÃO

Esgrimindo esta frase: eu tenho razão,
Desfazem-se os casamentos,
Perdem-se os amigos,
Pais e filhos se afastam,
Os povos vão à guerra,
As discussões se estendem e azedam,
Destroem-se os diálogos,
Matam-se os homens.
Mas quem tem razão?
Razão é uma virtude que só é possuída por quem acredita que não a tem.
Porque, se acredita no contrário, já não a tem.
Pois ninguém tem toda a razão.
Todos têm, da razão, alguma coisa (contanto que falem com mediana razoabilidade).
Em caso de discussão, ninguém tem toda a razão com exclusividade.
Não é possível a ninguém conhecer a verdade completa de todas as coisas, sob todos os aspectos. Vale dizer, de coisa nenhuma.
Somente o Uno, Aquele que tudo conhece e que é a própria Verdade, tem toda a Razão.
E justamente Aquele que tem toda a razão permite que nós também tenhamos a nossa pequena parte da razão.
O importante é respeitar a parte de razão "do outro" – mas sem reticências, com sinceridade.
É preciso reconhecer que o outro pode perceber aspectos que eu não vejo.
Desde que coisas e problemas apresentam diversos ângulos e que eu, a partir da minha perspectiva, não os posso ver todos...
Ninguém tem toda a razão.
Mas todos nós temos, normalmente, uma parcela de razão.
Às vezes maior, às vezes menor. Mas uma parcela.
Quem concede e compreende a razão do outro, aumenta o grau da sua própria razão.
Quem se fecha na sua única razão, amesquinha essa razão. Limita-se. Tem menos razão.
Ao dialogar, é necessário ser compreensivo.
Diálogo compreensivo é o daqueles que tentam compreender a posição contrária, não, porém, a partir de sua própria perspectiva e, sim, a partir da perspectiva contrária.
As coisas, a partir da perspectiva do outro, serão vistas de outro modo.
Surgirá um ângulo que antes não era visto.
Os fanáticos de uma determinada ideologia só enxergam uma única perspectiva, e se negam a ver outra, diferente dessa.
Quanto mais fanáticos são eles, mais se obcecam na própria atitude e menos querem examinar outra, diferente.
Os fanáticos tanto mais se amesquinham quanto maior for o seu fanatismo.
Quanto mais cegos ficarem, menos razão terão.
Os fanatismos podem ser políticos, artísticos, científicos, esportivos, filosóficos, religiosos, nacionalistas, racistas, sociais... e pessoais.
Fanatismo é um tipo de cegueira espiritual.
O único modo de crescer como pessoa e viver mais intensamente é crescer em amplidão de consciência e compreensão do mundo.
Os fanáticos orgulham-se de viver com etiquetas. E, na maioria dos casos, defendem-nas com atitudes cegamente fanáticas.
Aparentemente, o fanatismo é um dos modos de essas pessoas apregoarem a insegurança que sentem.
Elas precisam manter teimosamente suas atitudes de teimosia e rejeição às atitudes alheias porque interiormente reconhecem a pouca consistência de suas idéias.
Tornam-se pequenos ou grandes cegos; pequenos ou grandes "sem razão".
Você, a exemplo do antigo filósofo, seja amigo de Catão, porém, mais amigo da Verdade.
A razão da imensa, da infinita verdade, você a terá: ela será concedida a você na medida em que reconhecer que não está com toda a razão.

*Dario Lostado
(Escritor, professor de filosofia, teólogo e psicólogo espanhol)